Primeiro estranha-se. Depois entranha-se. Este foi o slogan idealizado por Fernando Pessoa (sim, esse mesmo, que além de poeta era "copywriter") para a Coca-Cola. De facto, está aqui subjacente a criação de hábitos de consumo. Como sempre, Pessoa foi genial (obrigado Miguel pela história).
É fascinante ler alguém que domina o verbo, que brilha na arte de bem toirear as palavras, colocando os ferros quando menos se espera, onde só a síntese e a mensagem conseguem penetrar. Se lhe adicionarmos o quanto baste de razão ficamos aprisionados nas ideias, e estas acompanham-nos mesmo no sono onde mais ninguém perscruta. E, maldição dos corrompidos, se houver emoção que as eleve entramos no domínio do fascínio, qual teia de razões sem razão que nos aprisiona ao texto, ao autor, à ficção.
Cumpre-me assim falar do sublime, da língua enquanto arma e dos seus guerreiros. Pouco me importa os que já foram cantados, e bem, por quem melhor do que eu. Interessa-me, isso sim, falar dos que agora despontam na dimensão da blogoesfera. As limitações da análise ficam comigo, pobre entre os pobres, mas que disso não me escuso nem nisso me protego.
Começo hoje pelos amigos, os que me visitam, que me calam quando leio o que me vão deixando. Sem Pénis, Nem Inveja será para mim uma das maiores surpresas da blogoesfera. Mulher, fatal, iluminada, embrulha-nos nas palavras para no fim nos deixar o doce paladar das suas ideias; imperdível.
Blogotinha, ou quando a escrita Pop pode prender a atenção. Sinto-a na sala a contar histórias breves enquanto vai tratando da lida da casa. Simples, honesto, o texto aqui é mero veículo mas, nem por isso, menos certo.
Mais amigos haverá a falar; ficam para as próximas estocadas.
Falo também dos que visito, e que teimosamente me obrigam a procurar nos arquivos o que vão escrevendo e que eu falhei.
Mar Salgado, refiro-me claro está ao Pedro Caeiro, não desmerecendo o resto da tripulação não vá espalhar-se o escorbuto. Não que ele seja o que em ideologia mais me aproximo, mas por ser seguramente o que na língua melhor sintetiza o que pensa, o que sente. Nomeiem-no mestre das cartas de bem marear pois, sob a magna orientação do vosso capitão, chegarão seguramente a bom porto e, aí, o rum é para todos!
Barnabé, pelo ecletismo dos temas e precisão da escrita. Não é arrebatador mas é insinuante; não discuto as ideias, os sonhadores são eles e, bastas vezes, exasperam-se. Acresce como vantagem o sistema de comentários para que não nos esqueçamos da provocação. Basta lê-los.
Por hoje chega.
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