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Domingo, Novembro 30, 2003

Race car

Ainda e sempre a Magnum. Trent Parke é um fotógrafo australiano a ver e a rever.

Algures na antiga estrada para o Algarve ...

AUSTRALIA. Bathurst. Every year thousands of racing car fans make their way to Mount Panarama for the Bathurst V8 car races. Fans camp on top of the mountain creating their own unique forms of entertainment. Holding of for his life, as the guys inside the car hold onto their beers, a man tests his strength as the car speeds around a muddy makeshift mountain track at around 80 kilometres per hour. Minutes To Midnight. 1999.

Amor e Ódio (2)

And now something absolutely new...

Amor e Ódio

Coloquei, há algum tempo, o Livro de Honra na secção de Links. Procuro, assim, perceber o tipo de impacto que este blog pode ter no leitor. Vaidade dirão alguns, curiosidade dirão outros, alimento digo eu. Percebi que tenho um(a) amigo(a) especial. Não resiste a voltar e em votar; para ele(a) a comida está estragada. Podem ser vários os votantes, é um facto, mas a constância diária num voto que deveria traduzir repulsa, e portanto afastamento, carece de comentário: "Nunca desista, pode ser que um dia algum post o(a) toque, quem sabe, eu já fui tocado!"


"Perdoe os seus inimigos, mas não esqueça os seus nomes".
J.Kennedy.

Vícios privados (6)

Há muito que eu sei qual é o sexo dos anjos! Pena que nos atormentem tanto.

Laura Croft num momento de descanso entre aventuras ...

Se teve dúvidas faça o teste.

Sábado, Novembro 29, 2003

Salamaleques

Gosto do social, de partilhar ideias e emoções em ambientes onde os tabus ficam à  porta de quem nos convida. São estes momentos que ficam, viagens por lugares de outros também. Partilham-se memórias, abrigam-se novas descobertas, e nos sorrisos sinceros firmam-se amizades que o tempo guardará; as tristezas também, e será nelas que a cumplicidade se recolhe. Um homem é feito de pequenos mundos.
Estes rituais têm as idiossincrasias próprias de um povo indulgente e afável. Tudo o que envolva alimento é disso prova. Insiste-se demais como sinal de generosidade pois a recusa não é firme, tão-somente espera o momento para que a humildade seja vencida. E esta negociação entre o “mais um pouco?” e o “obrigado, estava óptimo!” acaba por nos acompanhar na vida e fazer de nós mais titubeantes do que aquilo que o mercado nos exige.

Vai uma torradinha?

O chá na China é quase tão antigo como esta milenar civilização, remontando a 2737 a.C. as primeiras notícias sobre esta bebida, resultante da infusão de plantas. Era então uma preciosa substituta da água potável. Isto porque este último bem era extremamente escasso naquele país do extremo oriente. Logo, as infusões que se faziam com a água, para receber as plantas aromáticas, eliminavam as bactérias e com elas os perigos de epidemias.


Imperfeições

Deixo invariavelmente as minhas meias ao avesso, e é assim que são lavadas. Os borbotos que elas ganham, se com elas caminhar descalço, ficam entrançados nas malhas para me recordar, quando as calçar novamente, que na vida há detalhes irrelevantes.

Borbotos e outros parasitas ...

Duas ovelhas não fazem um rebanho.

Em cantos

Há muito que os MadreDeus me esmiuçavam a curiosidade. Não tenho por eles qualquer paixão, não me provocam aquela comichão que só desaparece perante a repetição compulsiva. Reconheço, contudo, que a musicalidade das interpretações, o ar afável e simples dos intérpretes, e o reconhecimento inter pares veio a traduzir-se num rótulo de qualidade no meu imaginário. Os artifícios que criamos para ultrapassar as nossas limitações ...
Hoje fui ouvi-los. Aproveitei para conhecer o centro de congressos do Estoril. A irritação começou aí, felizmente iria acabar. O edifício prometia; a combinação de matérias nobres foi utilizada para sobressair o espaço que se encontra escorado por um pé-direito de pelo menos 3 andares. As paredes em vidro projectam o exterior como extensão da sala, na procura da dimensão que o local nunca lhe dará. O chão em xisto polido convida ao deslize e apresenta-se já riscado por outros caminhares. O auditório foi feito para ser andado e não sentado. Colocaram umas cadeiras avulsas alinhadas com o palco de onde se avistava primeiro quem há frente se sentasse. A aparelhagem de som era miserável, mesmo para um ouvido pouco treinado como o meu. Os focos, no alto, fizeram o que puderam, menos-mal.
Os visados subiram ao palco para apresentar o álbum Movimento. A primeira parte foi puro sofrimento; a monotonia dos acordes, a voz em falsete, e as letras nem sempre perceptíveis deixaram-me simplesmente derrotado. Senti o desconforto de estar a trair o espectáculo, no intervalo procurei refúgio noutros olhares.
O final da semana lega-me o cansaço que só curo com descanso sério. Foi a custo que regressei ao auditório, respeito pelo espectáculo pois o sono convidava.
As luzes esbateram-se para dar lugar aos focos multicolores. Senti que os olhos se cerravam e não lhes resisti. Os acordes iniciais eram do Pedro Magalhães que seria quase de seguida acompanhado pelo José Peixoto. O Carlos e o Fernando entrariam depois para dar corpo à voz da Teresa. Entreabri os olhos e fixei o fumo que dançava na corrente térmica provocada por um foco vermelho. Agora já sabia. Esta não era música para o ouvido; só perdido nos meus pensamentos a conseguia sentir no meu vaguear inconsciente, e como era bela deixei-me emocionar. Juro por Deus que são 5 anjos!

Haja o que houver eu estou aqui ...

É obrigatório ouvir os temas no site que foi distinguido com o prémio Prata na categoria entertainment, communication, culture no concurso de Web Design/2003 dos Prisma Awards.

Sexta-feira, Novembro 28, 2003

Jazz, vivo e ao vivo

Jacinta, algures entre a Califórnia e Portugal. No Porto, dia 1 de Dezembro no Teatro Rivoli; chega a Lisboa no dia 2 de Dezembro, grande auditório do CCB.

Até que a voz me doa!

Quem sorri assim merece cantar bem!

Alucinações do deserto

O capitão da GNR, furando o sigilo que lhe impuseram, telefonou de Nassíria à mulher que se encontrava na baixa lisboeta. O sargento responsável pelas comunicações deu uma ajuda; afinal, o telefone satélite teria alguma utilidade.
C: Querida, temos visitas para o jantar!
M: Ó Zé, já te disse para não me ligares para o trabalho, sabes que o patrão não gosta e se te acontece alguma coisa sou eu que tenho de aguentar o barco ...
C: Maria, esquece lá o patrão! Não ouviste? Temos convidados para o jantar!
M: (exasperada) Só me faltava esta! Foges para o deserto e convidas gente para jantar! E quem os recebe? Eu, sozinha!?
C: Tonta! O jantar é aqui em Nassíria!
M: (já a chorar) Não basta teres-me deixado com os filhos e ainda gozas comigo ...
C: Calma, calma, porra!
M: (choramingava)
C: (esperando uns momentos) Posso falar?
M: (ouviu-se uma voz em fundo que a acalmava)
C: Maria; está lá!?
M: (agora a voz era de um homem) Ouça lá, isso são maneiras de se falar com uma senhora?
C: O quê?
M: Faça-se de parvo, não vê que a senhora está a chorar! Pensam que podem dizer tudo ... animais ... isto é só um call-center!
C: Não há pachorra! Passe-me a minha mulher!
M: Ah ... perdão, não sabia ...
C: (silêncio)
M: (a voz da mulher era agora de embaraço) Sim?
C: Podemos falar? Será que podemos falar!?
M: Podemos, desculpa.
C: Estava a telefonar-te só para te dizer que vem cá jantar alguém importante.
M: Quem é?
C: Ainda não sabemos, mas dizem ser a ministra das finanças!
M: Não brinques comigo!
C: A sério! Parece que há aqui quem não pague os impostos.

Oásis e offshores ...

Sem demagogia, aproveito para desejar a maior sorte do mundo aos elementos da GNR em Nassíria.
Embora Guarda Republicana, esta é bem portuguesa!

Quarta-feira, Novembro 26, 2003

Zanzibar

No dia em que soubemos que Valência era Suíça, relembro o Maltese que não tem Pátria.
Os marinheiros não são todos iguais!


Molotov Pluto, ser rebelde em vida.
Outras pérolas em антимультs do país do Tolstoi. Obrigado re21 pela dica.
Se não fosse este dicionário estaria ainda na ignorância.

Trapos e desperdício

Somos cada vez mais e piores; mais porque a medicina ajuda, piores porque a qualidade não é muita. Tomámos por desafio prolongar a nossa estada, como se isso nos perpetuasse. Ao enganarmos o destino podemos atraiçoar o futuro e, assim, comprometer o presente dos que nos sucedem. O problema será deles certamente ....
Arrepio-me ao ver-me com cem anos, na reforma há pelo menos trinta, com o dia emparedado por medicamentos e fisioterapia, ouvindo problemas de descendentes que mal conheci. Será egoísmo o querer impor-me, será vaidade o tentar perpetuar-me. Será ainda pior sentir-me tolerado, com aquele incómodo em que pedir desculpa só agrava, mesmo se sentido.
Perfeita é a Natureza, pois reduz a complexidade por razões que tardam em ser compreendidas. Cada qual tem o seu ciclo e há uma causa que o justifica; permitir que haja outro ciclo, e mais outro, e tantos haverá quantos os necessários porque na Natureza não há desperdício.
Consegue imaginar o rugido de um leão centenário? Eu também não!

A esperança de vida aumentou, pena é ser só no fim ...

Koelz, "Thou Shalt Not Kill", 1934.
Para escrever este post vesti a pele de um sexagenário que não sou. O pessimismo está explicado.

Segunda-feira, Novembro 24, 2003

Memórias de desgaste rápido

Um brinquedo da McDonald’s foi feito para durar, pelo menos, um happy meal. Todas as crianças têm hoje direito a um brinquedo, mesmo que as funcionalidades se percam antes de terem sido percebidas.
Sou do tempo em que uma bola de borracha resistia ao crescimento e afirmação do dono. Servia para provar que foi menino e, sobretudo, para que disso não se esquecesse. Ganhar um brinquedo era uma batalha leal, obrigava a ter-se motivação, persistência, negociação, expectativa e, acima de tudo, noção de prémio. Negar esta experiência é criar a ilusão de que tudo é fácil.
A minha primeira bicicleta foi talvez a minha maior fantasia, conquistá-la foi certamente o meu maior desafio. Perderam-se na noite as vezes que por ela sonhei acordado, imaginando manobras impossíveis, conquistando a admiração de outras vedetas, saltando um patamar na minha dignidade. Sentia-me homenzinho. A força dessa memória ajudou-me a compreender que é preciso sonhar para desfrutar.

Ilusão? Ora faz lá tu!

Natal é só em Dezembro!

Hors d’ouvre

Desenvolvi uma técnica expedita; consigo retirar o caroço de uma azeitona sem a desfazer tendo, assim, dois momentos de degustação. O caroço, esse, é o rebuçado a deixar para o fim.
É-me insuportável saber que os esquimós desconhecem este prazer!

Cada um tem o Caviar que merece!

A cabra era do post anterior ... ó palhaço!

Domingo, Novembro 23, 2003

Drama e Inocência

Estive, há cerca de dez anos, numa exposição sobre tortura na Biblioteca Municipal de Lisboa. A violência da mostra prendia-se com a autenticidade dos instrumentos expostos. Tacteá-los foi uma das experiências mais comoventes por que passei.
Uma das peças era demasiado simples, escondia algo. Com dois toros de madeira fizera-se uma anilha onde se prendiam os pés. A peça era lastrada com uma pesada pedra para que o preso não se conseguisse mover. A cabra faria o resto.

Quizá uno de los más originales y perversos de todos los métodos empleados de tortura sea el de la cabra. Consistía en bañar los pies del reo (que se encontraba atado) en agua salada. Acto seguido, se le acercaba una cabra a los pies. El animal comenzaba su lenta tarea de pasar su rugosa y áspera lengua lamiendo la planta de los pies del reo y, sin detenerse, seguía repitiendo este acto hasta que desollaba la piel, la carne y llegaba hasta el hueso. Esto aseguraba dolor no solamente en el momento de la tortura, sino que cuando el reo era llevado a su celda, no recibía ningún tipo de atención sanitaria. Por lo que no era raro que estas heridas se infectaran, y en muchos casos provocaran la muerte.
(in angel fire)

Da história ficou o jogo, o da cabra cega.

Aqui, a cabra era outra!

Só o homem faria mal a outro homem ... (in post Insustentável Leveza)

Sábado, Novembro 22, 2003

No panic!

Era só um tubarãozinho ...


My best side!
Shrek, gnomos e outros mistérios. Um filme dos 7 aos 77!

Gotas, gotinhas e gotículas

Esta miúda (mamã, deduzo!) tem um humor fino, e se ousarem seguir os seus links farão uma viagem tão arriscada como a do Nemo. Só me ocorre uma pequena estória para contar (perdoa-me Gotinha).
Duas mamãs falavam entre si; dizia a primeira, “A minha filha vai fazer 18 anos, penso que vou ter uma conversa séria com ela!”; responde a segunda, “E vai ver que vai aprender muito!”.

Gotinha, cuidado!

A minha vénia à BLOGotinha.

Irracionalidades

Catarse bloguística.

Estes romanos devem ser loucos ...

Depois disto acho que posso continuar a blogar.

Insustentável leveza

O dia de hoje convida à contemplação.
Foi-nos dado o livre arbítrio e foi-nos imposta a incerteza.
Haverá teste mais perfeito?

Só o homem faria mal a outro homem ...

Salvador Dali, "who else!"
A ausência de rosto deixa a dúvida, sorriso ou nostalgia?


Contemplo com tempo, aguardo
Espero a resposta, o desafio
A escolha é dele, na dúvida ardo
Fazer da vida mar ou rio.
_

Alforria e cooperação

Henry, de 22 anos, tinha tudo para se considerar feliz. Nascera em Filadélfia no seio de uma família abastada. A sua origem vinha da melhor linhagem inglesa. Um escândalo mundano obrigara um seu antepassado a procurar na América o refúgio que a aristocracia londrina não lhe concedera; perdera-se um lorde mas a guerra da secessão ganhara um herói. Henry era respeitado com a deferência própria de quem tem passado num país recente. O dinheiro ajudava. Os investimentos do bisavô no ramo automóvel permitiam-lhe olhar o futuro com a complacência daqueles que já nada temem. Era um homem livre!
As dores começaram de repente, sem aviso, num crescendo insuportável. Só conseguia estar acordado com o efeito de sedativos. Consultaram-se os melhores médicos e ninguém descortinava a maleita. Foi avisado que em Chicago uma equipa de médicos fazia novas experiências. O líder, professor Hans Schultz de origem vienense, seria a maior autoridade a consultar, o último reduto.
Seriam sete horas da manhã. Chicago tem no Outono uma beleza bucólica; o relvado entra de manso nas margens do lago com reflexos prateados oferecidos pelas ramagens das árvores. O olhar percorreu o perfil do lago até se perder na névoa que repousava no horizonte. Um travo amargo percorreu-lhe o palato terminando numa pequena dor ácida na ponta da língua. Faltou-lhe o ar. A mãe olhou-o e sentiu a nostalgia.
Estava agora deitado. Fizera vários exames, e este, em particular, tinha um desconforto irritante. Não percebia a necessidade desta nova ressonância, e estar imóvel no meio daquele tubo seria o ideal para uma crise de claustrofobia; o ter ficado fechado numa arrecadação por descuido criara nele o pânico por pequenos espaços. Sentiu-se só. Não haveria mais exames, só o diagnóstico soberano.
O veredicto era fatal, a cirurgia necessária teria poucas probabilidades de sucesso, o médico sabia-o. Sabia também que o seu desempenho era aferido pela taxa de sucesso que obtinha nestas intervenções. Não haveria dilema, a operação não se faria.
Henry perdera a liberdade. Sobrava-lhe o carinho da mãe e uma fortuna que haveria de fazer melhores os doentes assistidos pela sua Fundação.

Medico male est, si nemini male est.

Honro com este post a reacção da classe médica ao aumento de vagas para os futuros pares.
A classe não vem de quem dela aufere mas sim de quem dela se priva.

Quinta-feira, Novembro 20, 2003

Zapping

Tenho por hábito visitar os blogs que vou colocando no meu Menu. O Barnabé é um deles. Fica aqui o meu tributo à selecção fotográfica que têm feito.



Sei quem ele é
ele é bom rapaz
um pouco tímido até
vivia no sonho de encontrar o amor
pois seu coração pedia mais,
mais calor

Ela apareceu
e a beleza dela
desde logo o prendeu
gostam um do outro e agora ele diz
que alcançou na vida o maior bem,
é feliz.

Só pensa nela
a toda a hora
sonha com ela
p'la noite fora
chora por ela
se ela não vem

Só fala nela
cada momento
vive com ela
no pensamento
ele sem ela
não é ninguém

Ele e Ela, Letra e música de Carlos Canelhas.
Canção vencedora do festival da canção de 1966, interpretada por Madalena Iglésias.
Vá lá, diga, trauteou a música?

Terça-feira, Novembro 18, 2003

Quinta dimensão

Esta Mulher pincela sem tabus as histórias de outros.


Paula Rego, 'Crivelli's Garden', 1990. London, National Gallery.

Actualidade

Valioso... para mim... é a noção... de que o que importa não é educar, mas evitar que os homens se deseduquem. Cada pessoa que nasce deve ser orientada para não desanimar com o mundo que encontra à volta. Porque cada um de nós é um ente extraordinário, com lugar no céu das ideias... seremos capazes de nos desenvolver, de reencontrar o que em nós é extraordinário, e transformaremos o mundo.
Agostinho da Silva

O melhor dia para se viver é hoje!

Encontrei esta pérola num blog que rotulei nos meus links de "Grande Escolha".
Sinto orgulho em ser português, brasileiro, angolano, macaense, timorense, goês, ...
Há quem complique o simples para parecer inteligente, outros há que simplificam o complexo porque são inteligentes. Vivam os Silvas!

Ilusões

Sinto, o olhar que me segue
num momento de distracção, desisto
eu e quem mais não consegue

Fama, andar em estilo e impávido
como se o tempo fosse meu, assisto
à marioneta que me persegue

Hoje, adivinho estar seco e ávido
do sucesso mesmo que fugaz, misto
de ter e perder quem mo negue.

Escrita de impulso ...

Pierrot: Michael Hennessy, um discípulo de Marcel Marceau.

Escrevo despojado de virtude,
o ensejo de com a cegueira criar
um sentir que fique, que perdure,
para o amanhã poder respirar.

Segunda-feira, Novembro 17, 2003

Guincho (5)

Neste fim-de-semana o mar esteve assim!

Adorava ter feito esta onda ...

Sunrise: Álbum Home dos Simply Red.

KARAOKE
(o forte da música não é a letra, quand même)

As I look into your eyes I see the sunrise
The light behind your face helps me realise

Will we sleep and sometimes love until the moon shines
Maybe the next time I’ll be yours and maybe you’ll be mine

I don’t know if it’s even in your mind at all
It could be me
At this moment in time
Is it in your mind at all
It should be me, it could be me
Forever

Wandering through life will love come home to you
And the love you want forever, will they be true to you

Will we sleep and sometimes love until the moon shines
Maybe the next time I’ll be yours and maybe you’ll be mine

I don’t know if it’s even in your mind at all
It could be me
At this moment in time
Love’s indescribable
It should be me, it could be me
Forever

Easy, ready, willing, over time
Where does it stop where do you dare me to draw the line
You’ve got the body now you want my soul
Don’t even think about it say no go

I don’t know if it’s even in your mind at all
It could be me
At this moment in time
Is it in your mind at all
It should be me, it could be me
Forever

At this moment in time
Is it in your mind at all
It should be me, it could be me
Forever

(conseguiu cantá-la até ao fim? Imagine dançá-la!)

Olhar no feminino

O post ESCUTAS TELEFÓNICAS, no blog Sem Pénis, nem Inveja, é de leitura obrigatória. Sendo alheio ao problema não posso, contudo, ficar indiferente. Os Pais devem perceber que os direitos das crianças são os seus deveres!

Que nunca lhes falte o Amor!

Artigo 25° da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.
A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimónio, gozam da mesma protecção social.

Domingo, Novembro 16, 2003

Ensaio sobre a loucura (6)

(continuação de posts homólogos)

Tenho sido comedido a expor esta carta. As grandes revelações estão para vir e, seguramente, vão fazer estragos. Não sei se terei coragem para tanto. Logo se verá!

Choro! Agarro a carta que comecei e leio-a incrédulo. Seria possível? A afronta foi longe de mais, digo-lhe! Espere, preciso recompor-me ...
(seria o Toino?)
Devem ter passado aí umas duas horas, por certo, quando acordo prostrado no chão da cela. Não fosse o frio do cimento e teria dormido pelo dia dentro. O algoz pode ter olhado, mas enquanto durmo ele descansa. As dores são muitas, vou tentar escrever; tenho de rabiscar o que me vai na alma, não vou desistir! Isso queria ele, desgraçado ...
(penso que se refere ao Carlos e não ao algoz)
Sabe agora que não cometi crime algum. Dizia-lhe que sempre me deixei arrebatar com facilidade, recordo esses episódios vagamente, sobretudo as suas consequências. Lembro-me de me terem acusado de ter morto o gato da minha avó, o que para mim seria impensável já que tinha um pavor tremendo do bicho. As acusações não paravam por aqui, repetiam-se sem aviso prévio. O nosso vizinho do terceiro andar acreditou sempre ter sido eu a furar-lhe os quatro pneus à navalhada; eu, que o ouvia noite fora a insultar a mulher!
Tenho hoje a certeza que ele já me acompanhava nessa altura. Não consigo precisar o dia em que tive consciência disso; talvez no Natal em que perdi todas as prendas, ninguém percebeu, mas por um infeliz acaso a empregada foi encontrar restos de alguns brinquedos por entre as cinzas da lareira. E pensar que fui eu quem mais chorou! A partir daí custava-me imenso adormecer, tinha medo dele.
Releio agora a carta e custa-me saber que o Carlos por aqui passou. Não vou, não posso apagar esta parte da história, sem ela jamais me poderiam compreender.
O Carlos levou-me tudo, a tranquilidade, a dignidade e por fim o afecto. Desde o acidente que a Odete me olhava de forma diferente. A ansiedade era grande, parecia que esperava algo de mim, que me transcendesse. Logo após o acidente fui dar comigo em Madrid. Mais uma branca na minha memória, foi o Carlos certamente que nos levou até lá. A Odete tem uma amiga, uma tal Graça, que nos arranjou guarida. Má escolha, o pouco dinheiro que tinha comigo foi-se com a amiga.
(continuo amanhã, é noite faz tempo!)

A liberdade ali a dois passos ...

O Toino afiança que tirou esta foto no chão da cela, duvido!

Saldos e Promoções

Muito antes de tempo iniciaram-se os rituais de venda por atacado. O cinto aperta e os Figueiras da vida têm famílias para alimentar. Os outros também, só isso explica que ainda não se compre por grosso.

Tudo a 1 euro ...

Ainda vou encontrar este blog à venda na Feira de Cascais.
Se vos pedirem mais de 1 euro estão a roubar-vos!

Tribulândia

Tornou-se um hábito; desde que comecei a ler este blog que conduzo melhor! Ouço muito mais buzinadelas acompanhadas de expressões faciais e linguagem para surdos (alguém me sabe explicar o que significa um punho cerrado com um dedo esticado a meio? Deve ser "sempre em frente" ...). No meu bairro todos me conhecem agora, sou popular!

Dos dois, o carro é o smart!

Conselho do dia: se comprar um automóvel exclua o travão-de-mão, sempre poupa nos extras. Os outros carros podem dar uma ajuda nas rampas, e aproximando-se os condutores melhora-se o civismo.

Bora-Bora

Hoje percebo melhor a revolta no Bounty!

Vamos dar uma volta?

Sábado, Novembro 15, 2003

Emoção e Palato

O tempo convida ao crime. Vento, chuva e recessão são argumentos bastantes para o retiro no lar. Sentado, folheio uma revista quando sou assaltado pela imagem de uma garrafa Montes Alpha branco, considerado em 2000 o melhor Chardonnay do mundo pela Slow Food Organization na Feira de Verona. Recordo o travo, a consistência, a cor, qual musa desvendada na ilha dos amores. De facto, encontrava-me em Huaine, ilha paradisíaca da Polinésia Francesa. O restaurante do resort encontrava-se todo sobre o mar, numa estrutura paliçada, tendo por tecto colmo entrançado. Não havia janelas, a brisa era bem-vinda naquele ambiente quente e húmido.
O garçon, um misto de doçura feminina e destreza alentejana, tardava em trazer o afamado vinho que tanto me recomendara. Feliz coincidência, tal dilate permitiu-me ouvir pronunciar en passant a palavra Cascais. Olhei, na mesa ao lado um casal falava português, o sotaque era paulistano. Palavra puxa palavra e ficámos todos na mesma mesa.
Ângela e Dilermando eram veteranos. Advogados, cumpriam as férias de Inverno pela sétima vez nestas paragens. Os conselhos eram muitos e vieram a revelar-se de grande utilidade. A amizade que aí nasceu já nos fez juntar mais duas vezes, mas nunca em Huaine, infelizmente.
Avistou-se o vinho; Dilermando cobiçava a minha sorte, no Brasil os bons vinhos portugueses são sempre raridades. Depois da prova, acompanhámo-lo com um cocktail de gambas cruas num molho de leite de coco e limão. Perfeito, mas para ser sublime faltava o Bulhão, o tal que nada tinha de pato.

Bora-Bora e a saudade aumenta ...

Amêijoas à Bulhão Pato - Haute cuisine portugaise
Receita: Arranjam-se as amêijoas como habitualmente, pondo-as de molho em água com bastante sal e lavam-se em várias águas para largarem a areia.Leva-se ao lume o azeite, deixa-se aquecer e juntam-se os dentes de alho picados. Deixa-se alourar um pouco. Introduzem-se as amêijoas e os coentros finamente picados e tempera-se com sal e pimenta. Mexe-se o recipiente de vez em quando. Quando todas as amêijoas estiverem abertas, regam-se com o sumo de meio limão. Serve-se com o restante limão cortado em quartos.
Ingredientes: 1 kg de amêijoas, 2 colheres de sopa de azeite, 2 dentes de alho, 1 limão, 1 raminho de coentros (podem dispensar-se ... tramados estes alentejanos), sal e pimenta.

Servir para informar; Informar para servir

A jornalista Maria João Ruela, cara simpática da SIC, foi ontem operada a uma perna após ter sido vítima de um ataque à coluna de veículos em que seguia. O informador acabou em informação e isso, nos dias de hoje, faz correr muita tinta. Entrámos no domínio dos reality shows da Comunicação.
A notícia original seria o envio de operacionais da GNR para o Iraque, novela bastante para encher de debates e opiniões os noticiários televisivos. Sempre o dever de informar e, o pão-nosso nos dai hoje, as audiências, noblesse oblige! Os canais noticiosos enviam repórteres de imediato para cobrir tão arriscado feito. Houvesse motos em Bassorá e os militares teriam sido acompanhados no melhor estilo eleitoral, com entrevistas em movimento. Ficaram-se pelos jipes e sem escolta. Heresia, os GNR estariam ali para proteger os iraquianos ...
A companhia é mórbida, não se trata de namoro, pretende apenas estar presente se momento houver de aflição. Não sejamos hipócritas, se assim não fosse, teria sido mais económico às Redacções tê-los enviado para o posto da GNR de Macedo de Cavaleiros. Ainda bem que assim não foi, a boa gente de Macedo merece descanso.
O governo, olhando as suas audiências, disponibiliza um avião e equipa médica para que a cobertura continue até à mãe pátria. São estes pequenos momentos que reluzem o sorriso de um político. Estivesse a Maria João em turismo e a cédula de jornalista não lhe conferiria o salvo-conduto que agora dispõe.
Contradições de quem serve para informar outros que também informam, não raras as vezes, para se servirem.

Feitiço e feiticeiro.

Esta imagem teve força de notícia ... pelas piores razões!

Sexta-feira, Novembro 14, 2003

Sequências e Paralelos

Em economia, da qual nada sei, utiliza-se a expressão ceteribus paribus para exemplificar um modelo multidimensional onde se manipula uma só variável, fixando-se as restantes. Pretende-se, assim, reduzir a complexidade do modelo.
Nada melhor do que este princípio para análise mais profunda. Se atendermos ao passado recente de Portugal (entendo por recente o período que medeia o século 16 e a actualidade ...) verificamos que tem havido uma incapacidade para se trabalhar em paralelo; i.e. tem-se aplicado em demasia a lógica cetiribus paribus (tradução livre “seremos parvos?”). Este particular ganha revelo quando se trata de política. Ou se fixam todas as variáveis, ou se trabalha só com uma e, na maioria das vezes, mal.
Fixemos uma! O custo tem sido a palavra de ordem; é certo que não o podemos evitar na pirâmide das preocupações, mas é demasiado redutor como propósito de um povo, mesmo que transitório. Colocar o escriturário, mangas de alpaca e pala nos sobrolhos, a gerir uma empresa pode ser eficiente, mas não é eficaz ...
Num tempo em que a gestão tenta materializar a estratégia (alguém sabe o que é?) através de técnicas eruditas, como o balanced scoredcard e outras, nós teimamos em sequenciar as actividades não vá a Nação ter um esgotamento!
Em política, e na Europa, a palavra norteado ganha novo significado!

Na política sou agnóstico, sigo aqui e ali aquilo que sinto.

Parallel processing: simultaneous processing by two or more processing units, in hyperdictionary.
Economia: este link foi encontrado no Mar Salgado que o tinha encontrado no Mata Mouros que ...

Quinta-feira, Novembro 13, 2003

SPAM

Hoje fui surpreendido com esta peça no meu email, acompanhada por uma fotografia de baixo teor calórico:
Nós, as comadres, mesmo sabendo que venceriamos este concurso do Rabo Mais In (RMI), relativamente ao sexo feminino. Queremos eleger o rabo mais in da blogoesfera portuguesa. Para isso podem utilizar todos os recursos, desde colocarem joias no vosso rabiosque, tudo, no final o mais in será premiado por nós com a designação de rabo mais IN PORTUGUÊS.
(remetente As Comadres)


Aqui fica a análise à ousadia:
1. O marketing obriga a cuidado na ortografia (venceríamos e não venceriamos, jóias e não joias) e na semântica (onde se lê “... sexo feminino. Queremos eleger ...” devia ler-se “... sexo feminino, queremos eleger ...”). Alguns correctores ortográficos já fazem isso por si; eu não os dispenso!
2. Quanto à fotografia em si; estão à espera que as pessoas se auto-fotografem? Se assim não for já imagino os diálogos, “tu aí, importas-te de me tirar uma foto ao cu, é só apontar e pressionar o botão”, “tenho um rabo lindo, tirava-me uma fotografia?”, etc.
3. O que faz de vocês especialistas em traseiros? Serão Comadres ou devo tratar-vos por Compadres?

Se o ridículo matasse ...

Quarta-feira, Novembro 12, 2003

¡Hombre!

Ou o meu castelhano é péssimo, ou os espanhóis andam a beber Rioja a mais.
Consideram o Exacto um blog de fotografia ...

Se blogar não beba!

Terça-feira, Novembro 11, 2003

Mercadoria

A MSN coloca o Exacto entre o Mecano e a Wall-Mart. Isto já deve valer qualquer coisa; vou vendê-lo à Sonae e apostar tudo no 14. Se ganhar fico calado, amigo não empata amigo ...

Sinto-me emprateleirado!

Vestida para matar

A diferença entre o proxeneta e a meretriz é que o primeiro vive da comissão. Esta, de ora em diante, pode assumir a forma de recibo.

Passar recibo ainda vá, agora ter de empurrar o carro ...

Faz o que eu digo, não faças o que eu faço.

Namora, o ubíquo!

Acusado ou acusador?
Abusado ou abusador ...

Perplexidades ...

Tudo não passa afinal de um ajuste de contas com o tempo. Há estórias que não farão história.

Speechless

Ver e ouvir.


Ainda VLADIMIR KUSH'S.
Appassionata: 3. Movement, Beethoven.

Segunda-feira, Novembro 10, 2003

De Camões a Cervantes (2)

De um lado os moinhos, em frente a ilha dos amores. Quixote, o luso, quer por força conquistar os cata-ventos; Sancho, mais simples, fez-se de amores pela ínsua.
Os moinhos estão lá, tão só como são, mas Quixote não os vê assim. Serão dantescos e hostis e, na força da razão, juntou-se aos pares para indagar o Rei. Sancho cortejaria donzelas enquanto Quixote se alquebrava à força do inimigo. A deslealdade seria imperdoável se nada fosse feito, o reino perigava.
O Rei tudo ouviu, e fitando-o sério e grave perguntou “E o que sugere o nosso cavaleiro?”. A sala encheu-se de silêncio; agora ninguém olhava o monarca. “Aferrolhai as nossas damas pois elas serão as futuras mães do reino, o último reduto da nossa prole ...” exuberava Quixote quando foi interrompido pelo Rei que, levantando-se, contundiu “Infame! Queres tomar-lhe o pão e acusa-lo de galanteio ... será porventura melhor matar à fome do que dar de comer? O que seria da donzela sem par? Não será mais fácil conquistar um moinho do que uma donzela? E agora vai-te e leva contigo este ensinamento; maldito aquele que o simples intrica para ter cara capaz, bendito todo o que do complexo faz simples pois é lúcido!". Ainda hoje a Corte se interroga sobre o que o Rei pretendia dizer ...

Não há mar que nos separe!

VLADIMIR KUSH, US, 2003.
Quiz: será mais fácil a um espanhol vencer a nossa burocracia ou teremos nós mais dificuldade em entrar de salto no seu território?
Quixote: Pictures at an Exhibition: Baba-Yaga - The Great Gate of Kiev, Mussorgsky.
Sancho: Suite española: Castilla, Albéniz.

Criadores de sonhos

A insustentável leveza dos deputados.
Aqui, quando se perdem os passos toda a gente vê!

Quem não tiver passos perdidos que atire a primeira pedra ...

Reichstag, Berlin, Germany
Sir Norman Foster, Architect

Domingo, Novembro 09, 2003

Memórias

Não há nada que o tempo não resolva ...

Do tempo ficaram os hábitos!

... a partir dos 30 cada um tem a cara que merece ... (in post Ocaso)

Sábado, Novembro 08, 2003

De Camões a Cervantes

A meio do Paseo de la Castellana, a maior avenida entre as maiores de Madrid, encontramos a Plaza de Colón. Não está só, acompanham-na em grandeza e tradição a Plaza de España e a Plaza Mayor. Esta Santa Trindade ilumina os grandes burgos espanhóis projectando a sua história de ambição, conquista, diáspora e, hoje mais do que nunca, influência.
Voltando à Plaza Colón encontramos uma colossal bandeira de Espanha num jardim altaneiro. Incontornável, impõe-se majestosa. Não é orgulho possidónio, é sim o grito de um povo que das diferenças fez uma nação maior, e que não se renderá facilmente a lógicas franco-germânicas. Esta é a nossa Europa!

O pasado hay sido futuro, o futuro será pasado!

Coloco este tema a debate; a desenvolver continuamente noutros posts; dêem a vossa perspectiva.

Consciência, a voz

Este blog está a precisar de limpezas!

Nestor, qual Ambrósio ...

P. Tchaykovsky - Scene and Aria of the Count Di Luna ("Il Trovatore", Act 2)

Os olhos também comem

Há dias em que me sinto americano.

Promised land ...


Sexta-feira, Novembro 07, 2003

Voando sobre um ninho de cucos (2)

José Castelo Branco e Paula Bobone casam em segredo. PB, depois da operação plástica, não resistiu aos encantos do jovem José. Paula confessou que foram o timbre e a entoação da voz de José que a conquistaram. Afinal, a fabulosa colecção de jóias apreendida no aeroporto não era mais do que o dote que Betty Grafstein ofereceu ao casal. "Paula é ageless. Cultiva o trompe l'oeil e é uma santa" terá dito. Parece que Paula já era casada, mas não resistiu ao chamamento do ouro branco e do homem abandonado à  sorte na Portela.
Após aturada investigação concluímos que tudo resulta da promoção do novo livro Casamento, Cara Metade. Contactada, PB esclareceu incomodada "Ouça, estava no contrato!". Betty acrescentou divertida "It was fun ..." sendo interrompida por José "Jogos da Sociedade, percebe?", e este pegando na bengala sem que esta tocasse no chão, levanta a mão para que Betty aí apoiasse a sua. Olhei-lhes as mãos, ficaram os dedos pensei!
Fiquei a vê-los afastarem-se, e no recorte da tarde vi duas sombras chinesas que se bamboleavam em saias apertadas.

Serigrafia que acompanha a edição da Caras. Engodo ...

Hoje não fui exacto ... tenho dias, ou como diria a PB , no espectáculo da vida descobri que a arte imita a Natureza, e que na vida do espectáculo a Natureza imita a vida. Melhor só o nó górdio ...

Guincho (4)

Este fim-de-semana vou trocar o Guincho pela Golegã, o sargo pelo cavalo, o camarão pela castanha e o café pelo pão com chouriço. É curioso como pequenos momentos, mesmo simples, me completam. Chamem-me romântico e eu respondo portuguesismo. O dever chama ...

Emoção igual só nas festas da Virgem do Rocío.

Vícios privados (5)

Sou do tempo das garagens em que para as festas bastava um candeeiro tímido, um single para repetir e muita vontade de dançar slow.

Passa o disco outra vez ...

Olhares e sorrisos aqui e ali buscavam outros para manifestar o sucesso da conquista.

Ensaio sobre a loucura (5)

(continuação de posts homólogos)

Foi aí que ela me conheceu. Acompanhava o Toino num falso pranto; vertia lágrimas é certo, mas para elas isso é tão fácil como respirar. Ficou boquiaberta, não queria querer no meu linguarejar, hahaha, haveria de conhecer a língua mais tarde.
Fios de sangue escorriam desordenadamente no air bag como se de chuva se tratasse. Os gemidos eram terríveis, entrevi por cima do capot um corpo sem vida de um velho. A mulher caía sobre o seu colo num abraço final. Ao seu lado, imóvel e vazio de tudo, o carrinho dos gémeos. A avó guardou o último gemido para me olhar de frente; a expressão era de espanto ... eu ria.
(a ideia da prisão é por vezes agradável!)
A Odete estava imóvel. Insultei-a; "P... de merda, devias ter morrido cabra! F...-se!". Tive vontade de a matar ali mesmo. Não, não podia perder o focus.
Levei a mão à cara e procurei estragos, nada! Só os braços me doíam tal o esforço que apliquei no volante no momento do embate. Saí do carro sozinho; tinha pouco tempo para resolver a situação. A Odete desmaiara ficando o corpo inerte apoiado na porta semiaberta. Peguei nela ao colo e coloquei-a gentilmente no meu lugar; era isso, as mulheres são o nosso melhor álibi. Ao largá-la senti-lhe a natureza, palpitava, foi mais forte do que eu, beijei-a! Olhei-a mais uma vez; como era bela ...
O barulho que vinha de longe chegava agora mais próximo. O carro da polícia parou; a partir daí não me lembro de mais nada. Porra, acho que o Toino acordou!
(e eu vou dormir; até logo!)

A mãe dele é que nunca mais o iria guiar!

Acompanhavam a carta mais 2 fotos do carro, mas a violência explícita impede-me de as divulgar.

Quarta-feira, Novembro 05, 2003

Vícios privados (4)

Desde que me conheço, tenho com a Espanha uma relação de amor-ódio; ao alcance de um passo, tem a conveniência na diferença de que necessito para purgar os vícios do dia-a-dia luso.

¡La movida é la noche!

Este assunto é ainda tabu. Vou desenvolvê-lo num post em que espero os comentários de quem por aqui deambula. A esses, vemo-nos aqui todos os dias!

Farruca (Paco de Lucia): De farruco, denominación con que los andaluces designaban al gallego o al asturiano recién salido de su tierra, y éste del ar. furuq, valiente. Cante aflamencado de origen gallego, con copla de cuatro versos octosílabos que riman segundo y cuarto. Es cadencioso y melancólico con claras influencias de algunas formas gaditanas.

Domingo, Novembro 02, 2003

Vícios privados (3)

Confesso, confesso, confesso! Sou leitor crónico da Maxmen. Talvez por ser de leitura rápida, ter muitas fotos, sei lá ... Rio-me, espanto-me, enfim, passo um bom momento. Incontornável para os homens que só usam Gillette. Provavelmente a melhor revista do mundo!

Maxim, o alter ego!

Bem, vou relê-la mais uma vez, e não, nada tenho a ver com o grupo Media Capital.

Ensaio sobre a loucura (4)

(continuação de posts homólogos)

Caros leitores, vou ter que interromper a transcrição da carta porque me foi enviado um email que passo desde já a post!

Sr. JMT
Fui avisada que estaria a colocar no seu blog uma carta a que deu o título de “ensaio sobre a loucura”. Fui lê-la com os meus próprios olhos e não quis acreditar no que li. É torpe fazer-se o que se fez; não que a culpa seja sua, mas enviar uma carta só com a perspectiva de um dos lados, vai reconhecer que está longe de ser legítimo. Nem parece Exacto ...
Pois bem, passo a apresentar-me. Como já deve ter percebido sou a Odete, e peço-lhe que em público se refira a mim sempre pelo meu nome próprio. Já me bastam as chatices que tive com este episódio. Começo por lhe dizer que estou em Madrid. Fugi de todos os problemas; é incrível a distância que separa Lisboa de Madrid, e não falo de espaço mas de tempo, décadas! Aqui o espírito é mais aberto, mais liberal, mais honesto. Nada do que se passou aconteceria aqui, e não o digo por ofensa mas por crença profunda.
Primeiro, aparecem duas pessoas a escrever a carta, nada de mais falso, um e outro são a mesma pessoa. Não me pergunte porquê pois não sou médica! De facto só me apercebi disto no acidente. O Toino (vou manter este nome por pudor, o dele é mais vulgar) é um rapaz pacato, pouco brincalhão mas muito delicado. Surpreendia-me sempre com uma atenção, parecia ter uma sensibilidade quase feminina. Não que não fosse homem, que o era e isso o afianço aqui, mas ... dou-lhe um exemplo, tinha uma paciência infinita para esperar por mim numa loja enquanto eu fazia compras, atirava com uma simpatia quando menos se esperava; ao lado dele sentia-me princesa. Ao contrário do que foi dito na carta eu amava-o, à minha maneira mas amava-o.
Falemos agora do outro, o Carlos, chamar-lhe grosseiro seria para ele um elogio. Vou então contar-lhe como o conheci. O Toino exaltara-se com o facto de eu estar a promover a obra, sim, porque ele nunca teria essa iniciativa, essa ambição. Nós mulheres somos mais pragmáticas. A C... é minha amiga e após ter lido os textos ficou tão entusiasmada como eu. O Toino soube da publicação pelos SMS é um facto, deplorável, foi a primeira vez, e seria a última, que violou a minha privacidade. Fui ter com ele ao café do costume. Estava completamente alterado, as cervejas devem ter ajudado. Não o larguei; claro que fui com ele, tinha de ajudar a resolver o problema que criara.
O embate no muro foi violento e não se deveu a nada mais do que a um gato; ridículo mas é a pura verdade, era um daqueles gatos fedorentos ... o Toino, que é bom rapaz, ao evitá-lo foi atropelar num passeio ... você já sabe! Pensando bem, pela expressão que utilizou, “vão-se f...”, estou segura que já era o Carlos que guiava. De facto, ele podia tê-los evitado. Fiquei meia atordoada com o embate do air bag, vantagem de quem tinha um BMW à data. A mãe dele é que nunca mais o iria guiar. Tive medo, não tanto pelo acidente mas porque o Toino olhou para mim com um sorriso que não lhe conhecia. Senti-me só! Foi aí que conheci o Carlos.
Escrevi-lhe só para repor a verdade; amei o Toino; o Carlos repugna-me. Tamanha diferença no mesmo corpo foi demais para mim. Voltarei a escrever-lhe sempre que na carta houver imprecisões. Espero que publique este email na íntegra, sei que o fará.
Cumprimentos,
Odete R. T.

Continuarei com a carta amanhã se o cansaço não chegar.

Foto do Toino enviada pela Odete.

Mais uma cara familiar; a foto vale o que vale!
Aqui, parece ter óculos e ser menos loiro.

Sábado, Novembro 01, 2003

Sons do outro mundo

Ainda e sempre a blogotinha. O teu blog está cheio de surpresas.
Como deve ser bom nascer no meio de um som assim.

Este site é obrigatório.

Guincho (3)

Parei o carro. O tempo convidava a não sair. Olhei a praia, o cabo, e perdi-me num casal a namorar. Corei; afinal eu tinha ido ali ver a praia.

Há dias felizes ...

Ensaio sobre a loucura (3)

(continuação de posts homólogos)

Ela entrou linda de morrer; até o Mendes dono do café que estava cabisbaixo lhe sorriu! Vinha de preto e os cabelos louros, compridos e mesmo dela, mantinham-se direitos como cortinados ... cortinados ... da casa, qual casa?
(perde-se novamente e eu também)
Esta merda não está a acontecer! Dou-lhe 10 minutos e é isto! Quem sou eu? O único com coragem aqui porque este merdas vem sempre com estas conversas de p... fina; é preciso paciência! Porra, se não fosse eu este gajo não se aguentava ... é deixá-lo dormir agora; quem manda nele sou eu!
Esquece tudo o que foi escrito pois é tudo tanga, já deves ter reparado. O tipo nem sabe porque está preso ... mas eu sei. Tem os neurónios f... e daquele f... da p... só podia vir m... .Só não rasgo o que já estava dito porque quero que te rias do triste. Se não fosse a medicação eu nem aparecia. Só paninhos quentes! Vamos agora ao que interessa pois o tempo aqui é curto. Nem tenho tempo de esgalhar a ...
(baralha e torna a dar?)
Estamos aqui há 12 anos pois o palerma apaixonou-se. Não era para menos, a gaja era linda. Mas a lábia dela, essa, ele não topou. O tipo até escreve bem mas ter-lhe dado aquilo; é louco. Confessou-se e f...-se. Em cada gaja vive uma cabra disposta a pastar.
Seriam aí uns 500 textos ou mais, juntos dariam dois livros. Não fosse eu e teríamos escritor. Melhorei aquela merda; onde se intimidou eu fui brutal, onde se insinuava eu fui exuberante, onde foi pudico eu fui explícito. Depois de reler tudo confesso que eu, pai de tantas f..., me acanhei. Porra, o texto era lindo mas não podia vir à luz do dia. Seria herói incógnito. Uma f... que não poderia contar aos amigos.
Um dia ele contou à cabra, era demais para ele. Não conseguia viver mais com tanta afronta, o c... . Ele escrevia e eu decorava. Ela, que ainda não me conhecia, pegou em tudo e levou-o a uma amiga, jornalista, uma p... como todas. Parece que gostou, chegou mesmo a sugerir a publicação. A vaca da Odete disse-lhe que sim. Elas mijam onde pastam, e lá vai o badalo.
O gajo só soube por mero acaso, se não fosse ciumento jamais toparia. A edição ia sendo discutida por SMS. Porra para os telemóveis, só a vibração trouxe um pouco de alento às quejandas da Odete! O Toino explodiu, pegou no carro e como é uma merda a conduzir foi espetar-se com os cornos num muro. As setes cervejas ajudaram; não tem arcabouço para tanto lastro. Queria ele travar-se de razões com a jornalista, como se fosse possível pedir uma borla a uma p... .
Se os gémeos de 2 anos não tivessem morrido talvez a pena tivesse sido outra. Os avós, deles ninguém se lembraria. Quatro mortos e ele nada, nem uma cicatriz para recordar. Nos momentos difíceis sou sempre eu que o safo, uma f... portanto. Foi aí que ela me conheceu. Acompanhava o Toino num falso pranto; vertia lágrimas é certo, mas para elas isso é tão fácil como respirar. Ficou boquiaberta, não queria querer no meu linguarejar, hahaha, haveria de conhecer a língua mais tarde.
(estou a reescrever muito por recato, vou parar. Talvez amanhã.)

No início eram rosas, senhor!

Esta cara não me é estranha ... a Odete está diferente!

Guincho (2)

Hoje vou à praia mesmo que chova!

Para além do vento espero não encontrar ninguém ...