A jornalista Maria João Ruela, cara simpática da SIC, foi ontem operada a uma perna após ter sido vítima de um ataque à coluna de veículos em que seguia. O informador acabou em informação e isso, nos dias de hoje, faz correr muita tinta. Entrámos no domínio dos reality shows da Comunicação.
A notícia original seria o envio de operacionais da GNR para o Iraque, novela bastante para encher de debates e opiniões os noticiários televisivos. Sempre o dever de informar e, o pão-nosso nos dai hoje, as audiências, noblesse oblige! Os canais noticiosos enviam repórteres de imediato para cobrir tão arriscado feito. Houvesse motos em Bassorá e os militares teriam sido acompanhados no melhor estilo eleitoral, com entrevistas em movimento. Ficaram-se pelos jipes e sem escolta. Heresia, os GNR estariam ali para proteger os iraquianos ...
A companhia é mórbida, não se trata de namoro, pretende apenas estar presente se momento houver de aflição. Não sejamos hipócritas, se assim não fosse, teria sido mais económico às Redacções tê-los enviado para o posto da GNR de Macedo de Cavaleiros. Ainda bem que assim não foi, a boa gente de Macedo merece descanso.
O governo, olhando as suas audiências, disponibiliza um avião e equipa médica para que a cobertura continue até à mãe pátria. São estes pequenos momentos que reluzem o sorriso de um político. Estivesse a Maria João em turismo e a cédula de jornalista não lhe conferiria o salvo-conduto que agora dispõe.
Contradições de quem serve para informar outros que também informam, não raras as vezes, para se servirem.
Feitiço e feiticeiro.
Esta imagem teve força de notícia ... pelas piores razões!
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