O capitão da GNR, furando o sigilo que lhe impuseram, telefonou de Nassíria à mulher que se encontrava na baixa lisboeta. O sargento responsável pelas comunicações deu uma ajuda; afinal, o telefone satélite teria alguma utilidade.
C: Querida, temos visitas para o jantar!
M: Ó Zé, já te disse para não me ligares para o trabalho, sabes que o patrão não gosta e se te acontece alguma coisa sou eu que tenho de aguentar o barco ...
C: Maria, esquece lá o patrão! Não ouviste? Temos convidados para o jantar!
M: (exasperada) Só me faltava esta! Foges para o deserto e convidas gente para jantar! E quem os recebe? Eu, sozinha!?
C: Tonta! O jantar é aqui em Nassíria!
M: (já a chorar) Não basta teres-me deixado com os filhos e ainda gozas comigo ...
C: Calma, calma, porra!
M: (choramingava)
C: (esperando uns momentos) Posso falar?
M: (ouviu-se uma voz em fundo que a acalmava)
C: Maria; está lá!?
M: (agora a voz era de um homem) Ouça lá, isso são maneiras de se falar com uma senhora?
C: O quê?
M: Faça-se de parvo, não vê que a senhora está a chorar! Pensam que podem dizer tudo ... animais ... isto é só um call-center!
C: Não há pachorra! Passe-me a minha mulher!
M: Ah ... perdão, não sabia ...
C: (silêncio)
M: (a voz da mulher era agora de embaraço) Sim?
C: Podemos falar? Será que podemos falar!?
M: Podemos, desculpa.
C: Estava a telefonar-te só para te dizer que vem cá jantar alguém importante.
M: Quem é?
C: Ainda não sabemos, mas dizem ser a ministra das finanças!
M: Não brinques comigo!
C: A sério! Parece que há aqui quem não pague os impostos.
Oásis e offshores ...
Sem demagogia, aproveito para desejar a maior sorte do mundo aos elementos da GNR em Nassíria.
Embora Guarda Republicana, esta é bem portuguesa!
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