sábado, novembro 01, 2003

Ensaio sobre a loucura (3)

(continuação de posts homólogos)

Ela entrou linda de morrer; até o Mendes dono do café que estava cabisbaixo lhe sorriu! Vinha de preto e os cabelos louros, compridos e mesmo dela, mantinham-se direitos como cortinados ... cortinados ... da casa, qual casa?
(perde-se novamente e eu também)
Esta merda não está a acontecer! Dou-lhe 10 minutos e é isto! Quem sou eu? O único com coragem aqui porque este merdas vem sempre com estas conversas de p... fina; é preciso paciência! Porra, se não fosse eu este gajo não se aguentava ... é deixá-lo dormir agora; quem manda nele sou eu!
Esquece tudo o que foi escrito pois é tudo tanga, já deves ter reparado. O tipo nem sabe porque está preso ... mas eu sei. Tem os neurónios f... e daquele f... da p... só podia vir m... .Só não rasgo o que já estava dito porque quero que te rias do triste. Se não fosse a medicação eu nem aparecia. Só paninhos quentes! Vamos agora ao que interessa pois o tempo aqui é curto. Nem tenho tempo de esgalhar a ...
(baralha e torna a dar?)
Estamos aqui há 12 anos pois o palerma apaixonou-se. Não era para menos, a gaja era linda. Mas a lábia dela, essa, ele não topou. O tipo até escreve bem mas ter-lhe dado aquilo; é louco. Confessou-se e f...-se. Em cada gaja vive uma cabra disposta a pastar.
Seriam aí uns 500 textos ou mais, juntos dariam dois livros. Não fosse eu e teríamos escritor. Melhorei aquela merda; onde se intimidou eu fui brutal, onde se insinuava eu fui exuberante, onde foi pudico eu fui explícito. Depois de reler tudo confesso que eu, pai de tantas f..., me acanhei. Porra, o texto era lindo mas não podia vir à luz do dia. Seria herói incógnito. Uma f... que não poderia contar aos amigos.
Um dia ele contou à cabra, era demais para ele. Não conseguia viver mais com tanta afronta, o c... . Ele escrevia e eu decorava. Ela, que ainda não me conhecia, pegou em tudo e levou-o a uma amiga, jornalista, uma p... como todas. Parece que gostou, chegou mesmo a sugerir a publicação. A vaca da Odete disse-lhe que sim. Elas mijam onde pastam, e lá vai o badalo.
O gajo só soube por mero acaso, se não fosse ciumento jamais toparia. A edição ia sendo discutida por SMS. Porra para os telemóveis, só a vibração trouxe um pouco de alento às quejandas da Odete! O Toino explodiu, pegou no carro e como é uma merda a conduzir foi espetar-se com os cornos num muro. As setes cervejas ajudaram; não tem arcabouço para tanto lastro. Queria ele travar-se de razões com a jornalista, como se fosse possível pedir uma borla a uma p... .
Se os gémeos de 2 anos não tivessem morrido talvez a pena tivesse sido outra. Os avós, deles ninguém se lembraria. Quatro mortos e ele nada, nem uma cicatriz para recordar. Nos momentos difíceis sou sempre eu que o safo, uma f... portanto. Foi aí que ela me conheceu. Acompanhava o Toino num falso pranto; vertia lágrimas é certo, mas para elas isso é tão fácil como respirar. Ficou boquiaberta, não queria querer no meu linguarejar, hahaha, haveria de conhecer a língua mais tarde.
(estou a reescrever muito por recato, vou parar. Talvez amanhã.)

No início eram rosas, senhor!

Esta cara não me é estranha ... a Odete está diferente!

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