(continuação de posts homólogos)
Foi aí que ela me conheceu. Acompanhava o Toino num falso pranto; vertia lágrimas é certo, mas para elas isso é tão fácil como respirar. Ficou boquiaberta, não queria querer no meu linguarejar, hahaha, haveria de conhecer a língua mais tarde.
Fios de sangue escorriam desordenadamente no air bag como se de chuva se tratasse. Os gemidos eram terríveis, entrevi por cima do capot um corpo sem vida de um velho. A mulher caía sobre o seu colo num abraço final. Ao seu lado, imóvel e vazio de tudo, o carrinho dos gémeos. A avó guardou o último gemido para me olhar de frente; a expressão era de espanto ... eu ria.
(a ideia da prisão é por vezes agradável!)
A Odete estava imóvel. Insultei-a; "P... de merda, devias ter morrido cabra! F...-se!". Tive vontade de a matar ali mesmo. Não, não podia perder o focus.
Levei a mão à cara e procurei estragos, nada! Só os braços me doíam tal o esforço que apliquei no volante no momento do embate. Saí do carro sozinho; tinha pouco tempo para resolver a situação. A Odete desmaiara ficando o corpo inerte apoiado na porta semiaberta. Peguei nela ao colo e coloquei-a gentilmente no meu lugar; era isso, as mulheres são o nosso melhor álibi. Ao largá-la senti-lhe a natureza, palpitava, foi mais forte do que eu, beijei-a! Olhei-a mais uma vez; como era bela ...
O barulho que vinha de longe chegava agora mais próximo. O carro da polícia parou; a partir daí não me lembro de mais nada. Porra, acho que o Toino acordou!
(e eu vou dormir; até logo!)
A mãe dele é que nunca mais o iria guiar!
Acompanhavam a carta mais 2 fotos do carro, mas a violência explícita impede-me de as divulgar.
Sem comentários:
Enviar um comentário