quinta-feira, novembro 27, 2008

Bruxedo

Ele: tio,tá chateado?
Eu: é a crise!
Ele: a crise vem da Europa?
Eu: mais ou menos...
Ele: a capital da Europa é Bruxelas?
Eu: mais ou menos...
Ele: então Bruxelas é a cidade das bruxas?
Eu: (silêncio... o meu sobrinho é um génio)



Olhem as bruxinhas...

Requiem

Trimmmmm.... o som estridente do novo telemóvel era insuportável. Porra, não basta dormir mal... “Sim, quem é que me acorda nesta manhã de merda?” - Bela noitada, sim senhor, e por sinal está sol! - “Porra, quem fala?” - Não reconheces o teu irmão? Temos de andar à porrada como antigamente, assim não te esqueces! - “Ó fedelho, respeitinho pela vantagem que a idade ainda me dá, porque com a merda que bebes deves estar uma carcaça por dentro. Mas porque telefonas?” - Para te avisar do teu funeral, está tudo à volta do caixão e só faltas tu! - “Bolas, tens razão, agora compreendo porque dormi vestido de preto e acordei sem o fato engelhado” - Vou mandar-te buscar! – “Com o meu peso que sejam 4 de porte, pois não quero andar aos safanões” – A Servilusa trabalha com seis, cobram-se mais! – “Promete-me uma coisa!” – Pede. – “Abre o caixão antes de me cremarem, guarda o relógio para ti mas deixa-me ir com os sapatos”- Cremado? – “Sim, com aquele creme desidratante que me vai deixar como novo” - E isso interessa? - “Claro, ainda tenho esperanças com a viúva!”- Ela virá? – “Certamente, ela adora enterros.” - E trará os filhos? - “Só se for por causa da carteira, esconde-ma no bolso de trás” - Eles vão sentir a tua falta... Trimmmmmm... “Quem é que me acorda a meio do meu funeral?” - Bela noitada, sim senhor, e por sinal está sol! Vamos à praia? – “Eu ía, mas juro-te que já ouvi essa frase e não acredito que um morto possa apanhar sol!”



A praia está cheia de zombies...


Para levar mais a sério este tema, acompanhe o canapé com este excelente champanhe crystal!

terça-feira, novembro 25, 2008

Rendas sem fim

Um homem de nome providencial, Rendeiro, prometeu muitos rendimentos para algumas fortunas, como se estas precisassem. Dizia ele que o seu banco, o Banco Privado Português, era um pequeno banco sem retalho (sem balcões para movimentos de particulares indiferenciados - mass market - gajos sem cheta) e que oferecia aos seus clientes (gajos com fortunas recentes, herdadas, "roubadas", etc. - clientes private) aplicações financeiras com grande retorno. Gosto deste banco! Faz a gestão de fortunas prometendo, através da aplicação destes capitais, juros muito simpáticos quando comparados com a inflacção ou qualquer outro indicador.
Acontece que temos poucas fortunas, logo muitas delas devem estar neste banco. Acontece, ainda, que Rendeiro tem rendido pouco; i.e. apostou tão mal as economias dos seus clientes que tem agora um buraco de 750 milhões de euros. De forma cândida e desprendida, foi pedi-los ao Estado por saber que este vai disponibilizar 20 biliões de euros para problemas de crédito mal parado (leia-se, em movimento acelerado dos clientes tesos para os bancos em desespero). Não foi só, levou acólitos (leia-se clientes) que tinham interesses em jogo. Contudo, o buraco não se deve a mau crédito, mas a má gestão.

Pergunta: haverá banco mais democrático? Um banco onde se destroem fortunas? E ainda por cima privado? Com um banqueiro chamado Rendeiro? Ah! "Ganda" Rendeiro!


Hood, Robin Hood!

Não me confunda com o Sr. Oliveira e Costa, o meu buraco é maior!


Todos os funerais têm direito a um requiem, Another way to die!

Funk the house

Um programa para usarem quando quiserem entreter os vossos pais!
Não se esqueçam da bola de espelhos e das luzes psicadélicas.
Depois, fujam! Podem contar com um dia de avanço! LOL


Sugarhill Gang- Rapper's Delight
Let's Groove - Earth wind and fire
Just an illusion - Imagination
We Are Family - Sister Sledge
Le Freak - Chic
Bad girls - Donna Summer
I will survive - Gloria Gaynor
YMCA
Anita Ward - Ring My Bell
Bee Gees , too much heaven
When You're In Love With A Beautiful Woman
Blondie - Heart of Glass


Nunca olhem para trás. Não iriam recuperar das figuras ridículas...
(pior, só os ranchos folclóricos...)

quarta-feira, novembro 19, 2008

Diário de um louco (2)

Estou cansado de jogos, de bluffs ou de mãos fortes; do vamos viver o momento e logo se vê. As adversidades da vida melhoraram-me a inteligência emocional, não tanto no campo do sofrimento, mas no da decisão. Se sinto que me posso envolver emocionalmente e que a probabilidade de retorno é baixa... saio de mansinho. Esta não é uma vivência de sempre, é a aprendizagem que se faz com algumas cicatrizes desnecessárias. Ok, não sou um predador, mas sei que nem todas as mulheres dão para amigas, amantes ou companheiras. Há-as de todos os tipos, mais por força das circunstâncias do que por opções de vida, eu é que não posso ficar no meio do fogo cruzado. Nisto, sou objector de consciência...



Onde há escolha, há sofrimento...


Uma música para esquecer este post... lol!

segunda-feira, novembro 17, 2008

Trava línguas

Ele: querida, comigo vais ao Céu!
Ela: a mentira tem perna curta...



Por menos do que isto invadi o Iraque!

domingo, novembro 16, 2008

Diário de um louco (1)

Não me peçam para entender as mulheres, é esforço inglório! Tenho a virtude de as fazer aproximar e afastar, de me fazer aproximar e afastar. Como posso conhecê-las?
Gosto de conquistar e de ser conquistado. Serei exigente, serão elas?
Da curta análise, simples e fácil, concluo: frio, mau feitio, indisponibilidade constante, entre outras virtudes menores que fazem de mim um ser irresistível! Mas pior, muito pior, sou fiel. Devia ter nascido cão, mantinha as qualidade mas rangia os dentes!



Larga o saco!


Acompanhar a imagem com este espírito!

quarta-feira, novembro 12, 2008

Surdo-mudo

Explicar o inexplicável é uma arte milenar. Para tanto basta a fé. Mas se outros apóstolos, igualmente esclarecidos, confrontarem o acossado com a evidência dos factos, então estamos perante um linchamento público onde a vítima masoquista traz as pedras e razões para que as usem.
Victor Constâncio deu uma péssima ideia de si; bom homem, espírito de funcionário (leia-se obediente), com memória fraca e movimentos em slow-motion (desde o cerrar as sobrancelhas, bocejar ou bufar), respondeu sempre ao que não lhe foi perguntado, auto elogiou-se quando não estava a ser ouvido, enfim, o homem sofre de Alzheimer mas está a fazer tempo para a reforma... só ele acredita que o sol roda à volta da terra, nem a mulher o acompanha nesta tintura capilar, mas também ela está a fazer tempo para a reforma dele.
E assim roda o mundo, com espectadores expectantes, uns, e expectorantes todos os outros, pois não há gripe que não traga revolta!

Concluindo: Victor Constâncio é radioamador e confessou perante ilustres magistrados eleitos pelo povo que, por mais voltas que dê às frequências, só ouve estática!



Para a tosse do dia-a-dia...


Acompanhar este post com esta música.

sexta-feira, novembro 07, 2008

Luxos, uma novela asiática

Era uma vez um Silva que comprou um Cadilhe para fazer uma viagem num país onde queria confirmar o ambiente Constâncio. Na viagem cruzou-se com Jardins, Gonçalves e Albertos, flores raras e de cheiro intenso. Impossível parar, portanto! Depressa percebeu que o carro consumia demais e ao meter gasolina disse-lhe o moço; ”bela máquina, aposto que tem o leasing e o seguro em dia! Se a vender vai ver que se reforma!”; o esforçado gasolineiro tinha traços que lembravam um antigo presidente da câmara, mas qual? Depósito cheio, fez-se o pagamento com um cartão da CGD que apresenta agora por baixo do dístico da Visa os seguintes logos: BPN, BPP e tantos outros só legíveis por olhos jovens e munidos de boa lupa. Arrancou devagar na poupança exigida e bastaram-lhe umas centenas de metros para ser obrigado a parar. Não cometera infracção alguma, mas a mulher pedira-lhe para ir a um atelier de um jovem artista. Teixeira Pinto nunca foi homem de muitas palavras, essas deixava-as sempre para a mulher. A vida de hospedeira permitia-lhe maior desenvoltura. Silva, depois de ver a obra chegou a pensar sugerir-lhe o regresso à banca, mas como o faria se os caixas têm de ter menos de 30 anos e o homem não tem habilitações para mais. O telefonema foi providencial. Beleza tinha acabado de dar mais um prémio. Agora é curadora de boa fortuna, embora ninguém saiba bem onde está a fundação, qual o saldo da conta e que estratégia tem para os desejos do Champalimaud. “Maria, temos de ir indo pois a Leonor está atrapalhada! Querem que ela promova a diálise, vá-se lá saber porquê?”. Agora o arranque foi mais decidido; teria ainda de parar para falar com a Manuela, mas ninguém sabia onde estava! Mais uns dias desaparecida e lanço o alerta à protecção civil, pensou. A Maria é que não se incomodava nada com a situação, estava entretida com o cubo de rubik criado pelo Teixeira Pinto: 4 peças, 2 cores e, segundo ela, aparentemente impossível de resolver. Nisto alguém se atira para a frente do carro! O embate foi inevitável, a travagem durou mais de 20 metros. Um louco, só pode ser um louco, pensou a Maria.
(to be continued)


Geração rasca

Cada vez me convenço mais que a geração que fez a revolução é a verdadeira geração rasca. Não se confunda o leitor que aqui não mora nenhum saudosismo pelo Estado Novo, bem pelo contrário! Estado de favores e monopólios num império decrépito onde os continentais eram os piores; os que menos faziam, os que menos sabiam, os que para escapar à fome se sujeitavam ao que hoje criticamos nos brasileiros, ucranianos, romenos e outros sacrificados pela fantástica globalização.
Voltemos à geração rasca. Fizeram uma revolução à pressa num país em que bastava um sopro para se desmoronarem as frágeis realidades, como aliás se viu. Não estruturaram nada, nem pensaram no futuro. E assim vivemos durante 30 anos com novos favores que depressa se apressaram, por incompetência própria, a recuperar os velhos senhores. E neste bailado, onde os chamados retornados nos vieram ensinar a necessidade do pequeno empreendedorismo, envelheceu toda a geração da revolução. Não nos bastou o PREC; é hoje que o imposto revolucionário é devido e ele aí está, declarado, com juros, nos ordenados extraordinários de gente tão vulgar, nas indemnizações compensatórias de outros que de tão fantásticos deram às empresas muito sucesso... pessoal. Vivemos num país sem vergonha, onde uma geração rasca ensina às outras que nem tudo tem um preço, que os ideais eram devaneios próprios de uma juventude sonhadora e que agora é tempo de colheita. E que ninguém vá preso, pois se de cadeia se falar será só da união que alguns fizeram à volta do capital de outros.
Geração rasca, esta que nos deixa um mundo mais doente, mais dividido, mais extremado, mais inseguro! O que eles se esquecem é que a natureza reage sempre, sempre, essa é a única certeza que podemos ter. Como reagirá, fica a dúvida...


Yes I can!

Isto não é prosa, é um estado de... sítio!

terça-feira, novembro 04, 2008

Piadinha

As listas de espera nos hospitais do Reino Unido são bem piores do que as portuguesas. Sugiro como campanha:

"No more waiting lists, be patient!" (1)



"Be patient! ... ok, ok, you already are!"


PATIENT
noun
1. a person who is under medical care or treatment.
2. a person or thing that undergoes some action.
3. Archaic. a sufferer or victim.
adjective
4. bearing provocation, annoyance, misfortune, delay, hardship, pain, etc., with fortitude and calm and without complaint, anger, or the like.
5. characterized by or expressing such a quality: a patient smile.
6. quietly and steadily persevering or diligent, esp. in detail or exactness: a patient worker.
7. undergoing the action of another (opposed to agent).


(1) Porque não sei se todos apanharam o trocadilho entre "paciência" e "doente", deixo uma leitura possível: "Fim às listas de espera, continue doente!"

domingo, novembro 02, 2008

Estória de embalar...

Imagina que tens 100 euros e que não precisas deles. Uma ficção, portanto. Vais ao banco depositá-los pois acreditas que é a melhor forma de os remunerar, podendo dispor deles de forma imediata sempre que o desejares. Isto é, emprestas esse dinheiro ao banco e este paga-te um juro ridículo... não vás tu levantar o teu dinheiro amanhã.

Depois, o mesmo banco vai emprestar o teu dinheiro a outro gajo a um juro muito mais alto pois precisa de “ganhar o dele”. Contudo, não pode pedir ao gajo o dinheiro todo a meio do processo, estando obrigado a cumprir o contrato. Mas, como não é parvo, vai fazer-se pagar primeiro dos juros e só no final recupera o capital; isto é, o gajo vai pagar no início mais juros do que capital amortizado. Assim, se o gajo quiser transferir o crédito para outra instituição de crédito o banco já “ganhou o dele”. E tudo deve correr bem, pois o departamento de crédito analisou o risco do cliente. Ele só precisa dos 100 euros para comprar um coelho especial; é suposto que este se reproduza e que da prole faça negócio.

O banco, para parecer seguro, pede a uma empresa que o avalie. A empresa de ratting vai ao banco, faz as suas análises, publica os resultados e é paga... pelo banco. Nem mais, na banca trabalha-se por objectivos, nas empresas de ratting também e ninguém gosta de perder clientes, “you know what I mean...”

Mas o grande problema é que os teus 100 euros não chegam para os empréstimos que o banco concede. Há mais um cliente a precisar de 50 euros. Assim, o teu banco vai pedir a um banco estrangeiro este dinheiro; sim, porque os bancos portugueses para cada euro depositado emprestam um euro e meio. Claro que o banco estrangeiro vai querer ser remunerado pelos 50 euros e, assim, cobra juros ao banco português.

O banco estrangeiro também empresta mais do que tem o que o obriga a pedir um empréstimo a um banco maior para cobrir os seus créditos. E assim sucessivamente até chegarmos a Deus, isto é, ao concílio dos Deuses, ao final da cadeia, aos bancos para os quais já não há outros que lhes emprestem dinheiro. Sim, entre eles estava o Lehman Brothers. Pois bem, o Olimpo empresta dinheiro a outros bancos, a grandes empresas e, imagine-se, até a países.

Os Estados, pessoas de bem, aplicam impostos menores à banca pois é um negócio de risco, percebe-se porquê.

Alerta! O coelho morreu!

O gajo deixou de pagar juros ao banco pois não consegue vender coelhos. O teu banco não vai deixar de pagar os teus juros ridículos, não vás tu levantar os teus preciosos 100 euros que ele entretanto já emprestou ao criador de coelhos. Mas como não recebe os juros do gajo, opta por não pagar ao banco que lhe emprestou 50 euros.

Alerta! É uma epidemia. Os coelhos estão a morrer em todo o lado.

O banco estrangeiro “está agarrado”. O teu banco não lhe pagou nem os gajos que lhe pediram dinheiro para a criação de coelhos. Também ele não vai pagar aos bancos que lhe emprestaram dinheiro. E assim sucessivamente até chegarmos ao Olimpo. Um dos deuses em agonia pediu ajuda, mas um dos seus clientes negou-lha e ele faliu. E assim ficaram os irmãos Lehman, falidos, o que não é saudável para os judeus. O cliente americano acreditava que o problema era pontual; afinal o mercado livre tinha de funcionar, as empresas de ratting asseguravam que o mercado estava bem; isto é, que a qualidade do crédito era boa...

Contudo a confusão foi geral. Grande parte dos criadores de coelhos estavam falidos e os seus bancos iam pelo mesmo caminho.

Em desespero de causa o teu banco precisava de uma solução. Mas qual? Precisava de comprar algo que se valorizasse rapidamente, em que a procura fosse maior do que a oferta, um bem escasso. Perfeito, começaram a comprar produtos derivados indexados ao petróleo. Mas o que é um derivado? Como o próprio nome diz ele deriva de outros produtos financeiros. É um produto para especuladores; de facto, e de forma simples, duas pessoas apostam em sentido oposto relatiavamente ao valor futuro de um bem. É, assim, um jogo de soma nula; um perde e o outro ganha. (ainda bem que escrevo anónimo, pois o tema é complexo e não se reduz ao que escrevi... os puristas devem estar a ferver!)

Os produtores de petróleo viram repentinamente a procura a subir de forma assustadora o que levou o preço do petróleo a valores nunca vistos. O teu banco acreditava que podia comprar parte da produção de hoje (que é vendida a 6 meses de distância) e vendê-la daqui a uns tempos com ganhos que cobrissem o prejuízo provocado pelo criador de coelhos. Desespero, a quanto obrigas...

Entretanto, os Estados, num acto altruísta, emprestaram dinheiro dos teus impostos para que os bancos não se afundassem com os criadores de coelhos.

Por agora tudo bem. Estamos numa crise controlada. Em 2009 o teu banco vai ter de exercer os futuros (um tipo de produtos derivados) que tem indexadas ao petróleo que, ao que tudo indica, valerá muito menos do que eles esperavam que valesse nessa data. Assim, os bancos não só perderam dinheiro com os criadores de coelhos como vão perder dinheiro com o petróleo.

Quem lhes emprestará dinheiro nessa altura? Os produtores de petróleo? Pois é, vamos assistir em 2008 e 2009 à transferência da propriedade dos bancos para outros bancos e, essencialmente, para fundos soberanos de países produtores de petróleo – Noruega, Emiratos Árabes Unidos – ou com excesso de liquidez – China. Ainda vamos acabar a pagar os nossos juros... nas lojas dos 300!

O que é certo é ninguém sabe qual vai ser a dimensão da crise em 2009, mas adivinho que seja muito pior do que a de 2008. Recessão dixit!

Conclusão: inventámos países para nos darem o que não tínhamos ou para fazerem o que não queríamos fazer, e eles vão emprestar-nos dinheiro para que continuemos a fazê-lo. Não vivemos na sociedade da informação mas sim na da especulação, o modelo não é o do capital mas sim o do vício. “Estamos todos agarrados”!


Qual é a tua broca?

Dólares meu, dão cá uma moca!


Nota: comentários a este post devem ser acompanhados de receita médica...