sexta-feira, outubro 31, 2003

Tuning

O Spam continua a invadir a minha caixa de correio. Para além dos inusitados penis enlargement e viagra, chegou-me agora uma preciosidade sobre body building. Ainda pensei não a partilhar mas o tema obriga a reflexão.
Não tenho qualquer complexo com os primeiros, limito-me a eliminá-los por enquanto; talvez a surpresa venha com a reforma, quem sabe? Noutros casos a profissão faz a ocasião; Zé-Zé Camarinha, Sá Leão e outros que tais podem e devem tomá-los para evitar o embaraço que a fama lhes criou. Estou certo que não têm email ...
Os segundos, os heréticos, exigem contenda. O problema começa no prato e ninguém, repito ninguém, olha para o prato de outrem! Levanta a suspeita, a pior de todas, da gula. Este pecado não se resume à ânsia do alimento, e é explicado magistralmente nas doutas palavras do bispo Manuel Martins “gula é sermos convidados para comer em casa de alguém e quando chega a travessa pensarmos, meu Deus, não vai chegar para todos”.
Os meus emails não voltarão a olhar para o meu prato, cruzes canhoto!

Estou impressionado!

Tuning: def. actividade onde alguém paga para piorar a aparência de um bem; e.g. "se fosse mais bonito era horrível".

Obscurantismo

O post anterior está obscuro ...

Deixa ver! ____________

Ensaio sobre a loucura (2)

(continuação de post homólogo)

Alguém olha, pois, o algoz é amável, diz-me para continuar. Vou escrevendo. Aliás, foi este impulso da escrita que me perdeu, pelas piores razões dirá.
Eram dez da noite de ... não interessa ... e comecei a escrever desalmadamente. Cria expurgar os meus males, nada de imortalidades bacocas mas sim deitar cá para fora tudo o que me inquietava. E o que me inquietava?
(perde-se novamente)
A minha namorada é dez anos mais velha do que eu. Tirei disso todo o proveito como calcula. Fiz-me homem cedo e isso trouxe-me outra perspectiva da vida. Fui sempre o puto ignorado do bairro mas a Odete, que mulher, ajudou-me a vencer os receios! Quando me acompanhava era vê-los a cobiçar, merdosos!
Estou a sentir-me melhor, os medicamentos devem estar no auge. A cabeça já não estala, óptimo!
(texto incompreensível; o email parecia ter um vírus qualquer; depois de várias tentativas consegui recuperar o essencial)
... noite inesquecível. Percebe agora como a amava? Como podia aceitar tal traição? Um gato tem sete vidas mas eu ... era demais para um homem. Convidei-a para vir ter comigo ao café. Sabia que aceitava. Lembro-me como se fosse hoje, tinha a camisa azul de que ela gostava, pois era, e umas calças de linho meio engelhadas pois não tivera tempo para as passar, que não era eu que as passava mas quem podia não passou e assim ficaram, percebe ... bebi aí umas sete cervejas e já estava para sair não fosse vê-la a passar de carro e estacionar junto à papelaria e tinha-me ido embora porque um homem não tem de aturar estas merdas que as gajas nos fazem passar e pensam que têm o Mundo na mão mas enganam-se as p...
(a escassa razão dera lugar à exaltação; o texto iria mudar, deve ter-se recomposto)
Ela entrou linda de morrer; até o Mendes dono do café que estava cabisbaixo lhe sorriu! Vinha de preto e os cabelos louros, compridos e mesmo dela, mantinham-se direitos como cortinados ... cortinados ... da casa, qual casa?
(perde-se novamente e eu também; continuarei amanhã)


Odete!

Recebi mais tarde esta foto, como outras, não me parece verdadeira ...

quinta-feira, outubro 30, 2003

Speechless

Imagens que nos calam. Imperdível!

De pequenino ...

La Cosa Húmeda

Há um mês e meio no mundo dos blogs e eis a surpresa.
O Exacto internacionalizou-se no artigo Marketing Ideológico.
Um obrigado pela referência no blog de nuestros hermanos que é editado por um italiano.

O Mundo não é pequeno, Portugal é que é grande!

Guincho

Um desejo para o fim-de-semana que se avizinha.

quarta-feira, outubro 29, 2003

Brandos costumes, maus costumes!

Ainda e sempre os portugueses, essa mole humana que deambula entre um oceano de memórias e uma fronteira de hesitações.
Um tio emprestado, de quem gosto em particular, fez, há anos, uma viagem de carro à  Dinamarca. Aventura que baste, a proeza resultou de outra crise já passada. O mau génio era compreensível; terminar as férias e ter de regressar ...
Encontrava-se com a família na incomodidade do seu carro, numa das filas de acesso ao ferry boat que os haveria de levar para o continente. Passa um carro na lateral sem oposição audível. O meu tio, português, faz-se ao homem na profunda convicção que não faria menos, e, seguindo-o, imaginou-se já dentro do barco. Sim, porque de parvo não tinha nada! Para surpresa de todos, o carro era afinal de um funcionário que, já perto do ferry, mudou de direcção indo parquear junto a um dos edifícios administrativos. Confrangido, o português forçou a entrada no início da fila. A buzinadela foi instrutiva; coraram todos tendo até o mais miúdo escondido os olhos abaixo da janela.
Vivendo a vergonha, de olhar fixo no ferry, o meu tio evitava olhar os carros vizinhos, num retiro próprio de quem se penitenciava. Aproxima-se agora um carro que buzina com parcimónia. Afastam-se todos como se fora uma ambulância. O português ruborizou; onde já se vira; seria aquele porventura mais do que o magrebino? Já no ferry pergunta a um dos diligentes funcionários que laçava as rodas do seu carro. “Porque passou aquele senhor à frente, e logo a buzinar?”. A resposta foi pronta e a digestão mais complicada, “Porque estava com pressa!”

Buzinadelas da vida!

Voando sobre um ninho de cucos

Segundo a SIC apurou, o médico que ontem assistiu "Bibi" no Tribunal da Boa-Hora, Rui Frade, não é psiquiatra. A denúncia foi avançada pela Ordem dos Médicos (OM) que assegurou que Rui Frade não passa de um clínico geral. O médico insiste, no entanto, ser especialista em psiquiatria.
O Exacto já esclareceu o equívoco. Afinal houve amnésia jornalística; trata-se do Dr. Rui Fraude.
Ainda nas palavras dele, referindo-se sabemos agora a si próprio, se não se lembra do que fez, não tiver consciência ou achar que não tem crítica para o que fez, não sei se não será inimputável.

De olhar amnésico a mastigar a medicação.

Cuculus canorus: O cuco é um parasita que põe os ovos no ninho de outras espécies, geralmente menores. Depois da incubação, que dura cerca de 14 dias, os pais da ninhada original, não os distinguindo dos seus próprios pintos, alimentam exclusivamente os jovens cucos em detrimento da sua ninhada. A cor dos ovos varia, imitando os dos hospedeiros.

Dos 7 aos 77

Sai às sextas-feiras e também compro!
Lês-te o post anterior? Parece que sim ... há dias!

Médias e outras medidas de descontentamento

Uma pessoa com a cabeça num forno e os pés num frigorífico está a uma temperatura média agradável, afirmava um professor de economia da UCP. O seminário era curto mas o assunto era grave.
Deixei-me levar para uma preocupação; produtividade. Sim, porque hoje em dia toda a gente fala dela como a panaceia de todos os males. Sem querer tirar conclusões, vou aflorar em voille d’oiseaux dois exemplos conhecidos(case studies dirão os entendidos).
Se considerarmos a produtividade portuguesa o padrão, i.e. medida de referência para comparação, encontramos no Luxemburgo o dobro da nossa produtividade; de facto, é o primeiro da Europa. Se acrescentarmos ainda que 30% da sua população activa é constituída por portugueses, podemos ser levados a pensar que a diáspora provou onde os nossos governantes e gestores falharam. Nada de mais falso. Eles falharam é certo, mas há mais!
O que é a produtividade? Encontramo-la usando a fórmula “PIB €/hora de trabalho efectiva a PPP” (PIB: Produto Interno Bruto; PPP: Paridade dos Poderes de Compra).
Não me insultem; eu também sou um leigo! Contudo, não podemos deixar de reparar que a receita faz parte da fórmula. E de onde vem o PIB do Luxemburgo? Do trabalho dos taxistas e das empregadas domésticas portuguesas? Infelizmente não; o Luxemburgo é um Offshore e isso canaliza por si só capitais externos que permitem obter o tal desempenho (performance para alguns). Aqui, os portugueses baixam a média ao arrepio do que se apregoa. Dirão, alguém teria de conduzir os táxis ...
Falemos agora da intocável Irlanda, exemplo enciclopédico de visão e estratégia. Será assim?
A língua, a localização, a mão-de-obra barata (à época) concentraram várias Auto-Europas num país que tem menos de metade da nossa população. O grosso do crescimento deve-se à imigração já que o crescimento natural foi de 1% ao ano. Importaram-se especialistas para os novos postos de trabalho criados. Entram capitais dos accionistas, saem capitais com os imigrantes. A maioria dos bens e serviços são para exportação. Então o que fica? 92 km de auto-estradas , infra-estruturas de indústrias, maior oferta de trabalho, estímulo para o ensino e impostos. Estão melhor do que nós certamente, mas também a Irlanda tem um longo caminho a percorrer para que os seus sejam iguais aos que acolhem. Até lá dependem deles! Dirão, também os árabes ...
Está aberta a mesa; o tema vai à discussão e as hostilidades ficam nos comentários. Admitem-se vitupérios dos economistas. Boas médias!

O tempo está a contar ...

Atrevimento o meu; santa ignorância!

terça-feira, outubro 28, 2003

Asneira por favor

Tenho uma empregada perigosa; imprevisível diria; é, a meu ver, o que há de mais próximo com o desconforto. Estou a falar de burrice portanto. Não que Deus me tenha bafejado para ser júri de tal sorte, mas porque na vida há momentos em que a diferença entre a maldade e a asnada não é nenhuma. Pensava, ingenuamente, que as meias trocadas, o jantar esquecido, a falta de sorriso se deviam à má vontade; nada disso; o olhar perdido, a falta de iniciativa, o confundir o óbvio não é maldade. Depois de três meses a sofrer percebi. Estás perdoada!

Destas já não há!

Nine/Eleven

Ainda e sempre a TIME. Esta foto foi premiada com 1º prémio na categoria "Feature" no concurso "The Best ot Photojournalism 2003".

You there ... hands up!

O link foi cortesia da Blogotinha.

Ensaio sobre a loucura

Não, não é o último livro do Saramago; esse será sobre a lucidez. Vou falar-vos, nem sei se deva, sobre uma carta perturbadora. Eram exactamente onze da noite quando sou informado pelo diligente Outlook que tinha recebido um novo email. Não é normal estar no escritório até tão tarde, mas hoje aconteceu por motivos bem mais espartanos do que aqueles que vos vou desvendar. Não fora o anti-spam ter falhado e jamais a teria lido. A carta era longa, jantaria mais tarde.
Pensei em ignorá-la, mas as náuseas que me provocava só se desvaneceriam se dela me livrasse; escolhi o meu blog; que importa isso agora quando o que está em causa me esmaga, me atormenta. Publico-a então!
O texto não era certo, por vezes confuso, obrigou a alguma adaptação e sofre assim das limitações deste escrevinhador. Farei comentários entre parêntesis sempre que necessite desabafar, e omitirei texto sempre que tal se justificar.

João
(não o conheço, mas deve confortá-lo tratar-me assim)
Faço-lhe chegar esta carta por um amigo meu confidente. Espero que a receba como a escrevi. Não omito nada nem acrescento o que não fiz. Escrevo de rajada pois temo que o efeito da medicação não tarde. Faço-o, também a si, meu confidente; vi-o noutros tempos e simpatizei consigo. Parecia humano bem vê!
(confundiu-me, já me aconteceu antes)
Estou preso; mais precisamente há 12 anos, feitos em Fevereiro, por um crime que não cometi; melhor, penso não ter cometido. A memória escapa-me e a razão também. Todos os dias a mesma coisa; ao acordar segue-se o cocktail de medicamentos que engulo de imediato, só com copo-de-água pois o jejum ajuda. Tenho uma hora de lucidez, a primeira do dia, depois como que desfaleço; no fim a ressaca acorda-me para mais um suplício. Mas não é disto que lhe quero falar. Deixe-me começar pelo início.
Desde a meninice que me deixo arrebatar com facilidade, reconheço-o agora com nitidez. Alguém, nem sei bem quem, travou precipitadamente à minha frente. O meu carro, herdado da minha mãe, não se aguentou. Dei uma guinada e fui embater de frente no muro. Ah! Mas não era isto que lhe queria contar; isto foi depois.
(não será a única vez em que se perde)
Falava-lhe da minha fúria; é verdade; ninguém tinha descortinado a doença, nem os meus pais. Deus os proteja pois matei-os ... isto está hoje claro para mim. Espere, não se precipite, não é o que pensa! Verá no fim.
Alguém olha, pois, o algoz é amável, diz-me para continuar. Vou escrevendo. Aliás, foi este impulso da escrita que me perdeu, pelas piores razões dirá.
(preciso descansar; amanhã coloco o que falta, se é que importa)

O outro lado do espelho!

segunda-feira, outubro 27, 2003

Firme e hirto

Uma preciosidade da Magnum. Bang!

Double duty ... indeed!
A fotografia perdeu-se, infelizmente!
Não, não é só em Portugal! Este tema daria para fazer um tratado.

domingo, outubro 26, 2003

Ser Benfiquista

Acabei de ler o artigo "Ditosa Pátria" do Aviz que, tal como eu, morre de amores por outro mais invicto. Parece-me, no entanto, que falhou o essencial. Falou de histeria, e daí a uma sequência de dilates foi um passo. Também ele se deixou levar pela alma. E ainda bem!
Dizia Bagão Félix, num programa da Bárbara Guimarães (além de bonita o programa dá-lhe um ar inteligente), que era Benfiquista pois precisava por vezes de ser incoerente. Magnífico; não pelo clube mas pela paixão. São homens como este que fazem crescer os sonhos.
A exigência de uma sociedade formal obriga-nos a ter momentos de incoerência, e isto será tão mais verdade quanto mais racional se for. A procura do absurdo aplica-se a todas as artes, mas aquela em que é mais perfeita reside na amizade. Relações despojadas do mais pequeno interesse mesquinho, o nosso, e onde não há desiguais. Connosco ou contra nós. E o tempo ditará que na memória fiquem primeiro estes momentos.
E é só isto Mestre Aviz; o resto, amanhã já esqueceu!

Ontem, fui benfiquista!

Ou, como diria o JPP, a memória não tem para mim quinze dias, nem quatro Expressos, nem dois meses de TSF.

Vícios privados (2)

Atrasa-se a hora. Hoje, a noite foi feita para mim.
Regozijem ó nocturnos, a Lua é nossa!

De dia também eu uso óculos ...

Há uma diferença entre noctívago e nocturno; o primeiro não caça.
Nocturnos: s.m.pl. (Do lat. nocturnus). Zool. 1. Grupo de aves de rapina que dorme de dia e caça à noite. 2. s.m. Ave desse grupo.
(in Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea; Academia das Ciências de Lisboa; Verbo)

sábado, outubro 25, 2003

Pinceladas

Que querem? O dia está chuvoso!
Nada como um museu virtual! O Louvre, claro!
Rembrant, lembras-te?

Sensualidade, formas e luz.

Rembrandt, Hendrickje Bathing in a River 1654 National Gallery, London.

A sugestão das imagens

Olhei! Tornei a olhar! Não; seria só um parque de diversões.
Hanoi estaria longe. Contudo, o olhar dele ...

Violência ... também eles têm as suas torres ...

Encontrei esta foto num link do Mocho.

Saturday Bagdad

Por cautela, tenho por hábito verificar os resultados do meu programa anti-spam. A pasta correspondente costuma estar cheia de lixo mas, de quando em quando, comete os seus erros. Também eu recebi um email do berço da civilização. Rezava (no mais profundo sentido literal da palavra) assim:
Salam
WEBLOG e man emrooz jomee 82-7-25 , UPDATE hod. age rooyue link e paiin click koni be blog e man (pesar / dokhtar) vasl mishi.

E continuava as suas lamentações terminando num pungente:
Shad, por ghoroor va sarafraaz bashi......
Como te compreendo! Bashi para ti também.
Tinha já visto algo de semelhante no Mar Salgado. Indaguei e fez-se luz. Os emails eram idênticos à excepção da data (82-8-2), no calendário deles é claro. Será que me tiraram a Sina?

Quem tem medo compra um ...

Aniversários e companhias

É sempre bom quando nos fazem sorrir.
Jornal do contentamento. Imberbe, "quand même!"

Um sorriso melhor do que o meu!

sexta-feira, outubro 24, 2003

Terrorismo e boas maneiras

Estava quase a acabar de ler o Expresso quando um spot publicitário, em quarto de página, pago pela European Security Advocacy Group (ESAG), anunciava que “alguns dos piores terroristas do mundo vêm das melhores famílias”. Esta acção pretende alertar os europeus para o perigo de recrutamento, “o que eles oferecem não é vida para ninguém”, ideia reforçada em remate “não há futuro no terrorismo”. Fiquei aterrado!
Investiguei; afinal a ESAG não é mais do que a cobertura de um publicitário nova-iorquino. Um e outro são o mesmo. Escolheu a Europa seguramente por coragem. A ideia teve o apoio da ICOM, principal rede internacional de agências de publicidade independentes. Fiquei mais aterrado!
A campanha internacional incidirá ainda sobre crianças, mulheres, educação, economia e o bem-estar das sociedades livres. Começaram com os abastados. Em doutrina podemos aceitar que os ricos têm maior disponibilidade para o terror, também ele uma forma de poder. Mas não podem ser os Media uma das faces da mesma moeda?
Vislumbrei o futuro; cada qual a anunciar o apocalipse no tempero dos seus costumes.

Tive medo de consultar o Expresso Emprego ...

STAR (Reamonn )

Amor de Pai.

Karaoke (MP3, pode ouvi-lo como quiser!)


Tell Me If You Got A Problem
Tell Me If It Turns Your Way
Tell Me If There's Something Bothering You
Tell Me What Should I Say

You Know I Did Most Anything
You Know I Change The World
You Know I Do Most Anything
For My Little Girl

Tell Me If You Got A Problem
Tell Me Now What Is Inside
Show Me If Your Broke Heart Straight
You Know You Never Need To Hide

You Know I Did Most Anything
You Know I Paint The Sky
You Know I Do Most Anything
You're My Guardien Light

You're My Star, Shining On Me Now
Love Grow Us Appart
I Need For You
You Are My Shining Star
My Star
Love Grow Us Appart
I Need For You
You Are My Shining Star

Once Upon A Time A Memory
Once Upon A Time A Girl
Once Upon A Time A Perfect Life
Once Upon A Perfect World

You Know I Did Most Anything
You're My Guardien Light
You Know I Do Most Everything
To Keep You In My Life

You're My Star, Shining On Me Now
Love Grow Us Appart
I Need For You
You Are My Shining Star
My Star
Love Grow Us Appart
I Need For You
You Are My Shining Star

Just A Memory
Every Dream You See You And Me
If I Wish Upon The Stars
Well I Hope Thats Where You Are

When Heaven Turns You Know You'll Shine
You're In My Heart For All Time
When Heaven Turns You Know You'll Shine
In Worlds Of Heart

Cause Yeah You Are My Star
Shining On Me Now
Love Grow Us Appart
I Need For You
You Are My Shining Star
My Star
Love Grow Us Appart
I Need For You
You Are My Shining Star
Shining On Me Now
Love Grow Us Appart

quinta-feira, outubro 23, 2003

Lobo-do-mar

Magnífica entrada a do Vasco no Mar Salgado. Ilustríssimo era seu Pai, insigne também é seu irmão. Coimbra no seu melhor.
Lanço um repto!
Cantais Coimbra; e agora? Qual a receita para além da saudade?

Coimbra tem mais encanto ...

Norma Jeane

Imagens do passado.
A beleza pode arrebatar, mesmo pressentindo-se o fim.

Where are the diamonds? Deloused ...


The French were bred to die for love
They delight in fighting duels
But I prefer a man who lives
And gives expensive jewels
A kiss on the hand may be quite continental
But diamonds are a girl's best friend

A kiss may be grand but it won't pay the rental
On your humble flat, or help you at the automat
Men grow cold as girls grow old
And we all lose our charms in the end
But square-cut or pear-shaped
These rocks don't lose their shape
Diamonds are a girl's best friend

...Tiffany's ... Cartier...
Talk to me, Harry, Winston,tell me all about it!
There may come a time when a lass needs a lawyer
But diamonds are a girl's best friend

There may come a time when a hard-boiled employer
Thinks you're awful nice
But get that ice or else no dice
He's your guy when stocks are high
But beware when they start to descend
It's then that those louses go back to their spouses
Diamonds are a girl's best friend

I've heard of affairs that are strictly platonic
But diamonds are a girl's best friend

And I think affairs that you must keep liaisonic
Are better bets if little pets get big baggettes
Time rolls on and youth is gone
And you can't straighten up when you bend
But stiff back or stiff knees
You stand straight at Tiffany's

Diamonds... Diamonds...
- I don't mean rhinestones -
But Diamonds, Are A Girl's Best Friends

Graças e Desgraças

Procurei nos meus links de história. Nada. Algo estava errado. O Miguel garantira-me que o penúltimo presidente antes da federação se chamava Aníbal. Que fora primeiro-ministro já o sabia, mas presidente? Já bastava ter decorado o nome de 1 presidente e 25 governadores por mandato! Na curta história que temos, 44 anos, confesso que foi árduo.
Sou distraído pelo meu irmão que joga freneticamente no novo modelo da Playstation. Mais um sucesso da Microsoft-Sony. Passa horas no Flight Simulator cujo realismo não se esgota nos hologramas, oferecendo sensações de voo só possíveis com o atenuador de gravidade. Acabou de vomitar! Parece que a aterragem no Funchal fora mais violenta do que o normal. Ajudo-o. Tornara-se um vício; os jogos do meu tempo não eram assim. Filho do terceiro casamento da minha mãe, banalidade nos dias que correm, ostentava a fragilidade dos asmáticos, consequência de uma gravidez tardia. Felizmente tinha Pai, o que não era verdade para todos desde a evolução da clonagem.
Fomos apanhar ar; nada melhor do que um passeio. Chegado à garagem reparo que as pilhas de hidrogénio da moto estão descarregadas. Iríamos a pé.
Atravessámos a rua em direcção ao Parque. Na passadeira anunciavam em directo um jogo da selecção. A Europa já não vencia ao Brasil há 16 anos e era preciso terminar o jejum. "Estão todos convocados!", o slogan parecia velho e gasto. Paro num quiosque digital. Aproveito para carregar no relógio alguns artigos que leria mais tarde. "Lê-se cada vez menos, nisso nem a realidade virtual ajudou", pensei. Compro também cigarros. Os testemunhos em vídeo dos rótulos deixavam-me petrificado; felizmente a cigarreira inibia estas modernices. O relógio anunciava uma oferta; na compra dos artigos vinha uma reedição digital de um clássico, o omeupipi. Desliguei o holograma não fosse o meu irmão reparar nas imagens. Cruzo-me com um velho. Teria bem mais de cem anos. A cara não me era estranha ... comecei a recordar-me ... José ...
Sinto uma indisposição; acordo sempre mal!


Realidade e ficção ... Ficção e realidade ...

quarta-feira, outubro 22, 2003

30-50

Não foi um encontro fortuito. Há muito que conversavam no MIRC; aí­ sim, conheceram-se pela provocação de um deles. Olharam-se. Estavam agora frente-a-frente. Escolheram um centro comercial; se ele fosse decepcionante ela sempre poderia ir às compras, dissera-lhe o R em jeito de graça.
R é meu amigo; anda nisto dos engates há algum tempo. Tornou-se num ví­cio ou, nas palavras dele, quem não experimentou chats então perdeu parte da sua geração. O resto da estória é só dele e não decepcionou. Falou-me do canal 30-50. A curiosidade mata e, assim, fui espreitar.
Leoa Mortífera e Zizi Palhacinha trocavam mimos na sala (área geral); sim, porque é também possível falar em privado, longe dos olhares dos demais presentes no canal. As alcunhas eram na maioria deliciosas, outras resvalavam o boçal.
As conversas na sala entrecruzavam-se obrigando a alguma perícia para manter a sequência. E que conversas! Escárnio e maldizer, admiração pacóvia, humor fino, enfim, um pouco de tudo. Mas o canal é conhecido por mercado da carne, vá-se lá saber porquê!
O nome do canal provém do intervalo de idades alvo, o que está longe de ser rigoroso. Há de tudo; putos a fingir ter traquejo, gajos a teclar de saias, abandonadas à  procura de sustento, dementes no contraditório, frustrados a amaldiçoar, solitários na solidão; o mundo portanto!
Abriu-se uma janela privada. Alguém queria falar comigo. Digitou "SA". Disse-lhe que não, que estaria a confundir-me com outro, ao que respondeu "sex/age". Senti-me no paleolítico inferior!
Conversámos bastante.
Cristina, de nome próprio, dizia-se secretária num grande escritório de advogados de Lisboa. Aos 35 anos estava divorciada e com uma filha já na adolescência. Respondeu sempre ao que lhe perguntava e, não raras as vezes, foi mais íntima do que seria com alguém de confiança.
Fez-se tarde e despedi-me. Sugeriu-me continuar a conversa noutra altura. Disse-lhe que sim; uma pequena mentira pode iluminar um coração partido.
Agora sei porque o R se viciou.


LOL

Cristina é uma personagem fictícia!

terça-feira, outubro 21, 2003

Olhares de além-mar

O Exacto tem recebido amiúde visitas dos nossos irmãos brasileiros.
O meu obrigado pela simpatia.

Longe, contudo tão perto!

Bairro vermelho

Cenário: 2 ingleses e várias cervejas num dia chuvoso.
Ian: “Não vou esquecer a Tailândia! BRWTH!” engolindo de uma só vez o resto da caneca.
Mathew: ”Já vão oito!” e virando a cabeça com dificuldade “Thomas! Estás a falhar ... mais duas!” deixando o barman com um sorriso merceeiro.
Ian: “O calor! A cor da água ... turquesa ... as gajas ...”, perdeu o olhar por breves instantes no rótulo da caneca, “... e este tempo de merda!”.
Mathew: “Sim, mas aqui não apanhas malária!” e acrescentou em tom de desafio “Este ano sou eu quem marca as férias, vai por mim!”
Passaram seis meses. A viagem fora curta e agradável; o bom tempo convidava. O aeroporto parecia mais pequeno do que a história da cidade deixava adivinhar. Ali era o vinho que interessava.
Mathew: “Como será a cerveja destes gajos?”
Ian: “ Espero que tenham da nossa!”
Mathew: “Desde que as gajas sejam boas!”
Riram-se.
O táxi, alemão, corria veloz pela auto-estrada recente. O cenário era assustador!
Ian: “Isto ardeu, tudo?”
Taxista: “Meio País!” dito num inglês arrevesado.
As placas anunciavam já o destino escolhido. A expectativa era muita. Seria melhor do que a Tailândia, a Amesterdão do Sul! Entraram na cidade galgando ruas e ruelas até ancorarem na pensão. Cruzaram os olhos esbugalhados, olharam mais uma e outra vez para a revista. Time, globalização e Bragança.

segunda-feira, outubro 20, 2003

Mar Salgado

(reposta privada)
O Nuno MP publica: No meio das nossas navegações encontrámos um ... escrevinhador misterioso, que jura que me conhece bem e se manterá incógnito (será que é possível afirmar peremptoriamente que se conhece bem alguém ?), aos comandos do Exacto.
Ó Nuno, eu não conheço bem o teu teclado mas sei que não tem acentuação! Estará além mar?
Sei também que com inteligência e bom-senso (os genes estão lá!) se pode zarpar ao Mar Salgado!
Vivam os descobridores!

Chegarás a bom porto!

Pavilhão Atlântico (2)

Estacionei o carro no shopping Vasco da Gama. Erro crasso como se verá.
Saímos pela porta Sul que dá de frente para a magna concha. Estrutura colossal, já nos permitiu acolher um Master de Ténis, recordam-se?
Encontram-se amigos; avistam-se câmaras, notáveis e famosos, o País rendera-se à Expo.
Lá dentro a correria era imensa, talvez porque o tempo se começava a esgotar. Balcão primeiro. Deixei-me levar até à última porta. A funcionária, diligente, aconselhou-nos a descer até às cadeiras vermelhas. Ficámos ao lado do palco, sentados! Bom anjo que me ajudas ... (a Judas? Bem pelo contrário!)
Os alemães Reamonn abriram as hostilidades; e que abertura! Não lhes deram muito palco, mesmo assim conquistaram o Atlântico; Weep, Jeanny, Supergirl faixas de audição obrigatória. Voltem sempre!
Fez-se uma pequena pausa que me permitiu ir ao bar reforçar o stock de água e de pastilhas.
Veio o escuro; o som da multidão cresceu. A luz era agora vermelha mas ténue, a relembrar o Jamaica nos bons tempos.
A cortina abriu e o palco alongou-se. O som explodiu na sala; milhares de braços agitaram-se numa histeria saudável. Que lição de música. Cantou e encantou. O RW de aspecto dengoso, digo eu, é um tipo porreiro. Um dos momentos altos surgiu no diálogo com um casal na primeira linha da plateia. A Ana e o Luís não se vão esquecer! Até houve tempo para o Robbie nos mimar “Luís Figo, the best football player!”. Conquistara o público.
Ouviu-se o clássico “Mr Bonjangles” que no dizer de RW é do albúm o seu tema preferido. O polémico “Come Undown” foi cantado por duas vezes. Com "Feel" o pavilhão transformou-se num oceano de braços no ar.
Um cartaz com “Why Can't I Wake Up With You” chegou ao palco. Nada de confusões, as meninas que o empunhavam eram também elas fãs dos “Take That”, antiga banda de RW, e a missiva não era mais do que o título de uma das suas músicas.
A música, essa, era de todos. A nossa bandeira nacional cobriu-lhe as costas; ele beijo-a, gritou-se Portugal! Parecia emocionado; não raras as vezes dirigiu-se ao manager dizendo “Why didn't we come before?”.
Partiu com vontade de regressar, “I’ll come back soon”, e nós cheios de gana de o ouvir!
E o meu carro? Uma hora para pagar e sair do Vasco da Gama, quase que dava para chegar à Índia.

Sacana, agora já sei porque sorrias!

Para ouvir os temas vá ao site do RW e seleccione "The Escapology Site" e de seguida "UK site". Se tiver ADSL ou Netcabo (em Portugal) não hesite em seleccionar "High", caso contrário opte por "Low". Depois, basta fazer "Watch" e escolher o tema. Enjoy ou, como diria RW, Feel!

domingo, outubro 19, 2003

Pavilhão Atlântico

Convenceram-me! Artes de mulher. Hoje à noite vou assistir ao concerto do Robbie Williams.
Cá em casa anda meio mundo entusiasmado. Recordei o concerto dos Rolling Stones! Erro o meu; heresia esta a de comparar um ícone moderno com ruínas da Unesco.
Querem que dance (haverá espaço?) e que cante. Cantar? Deve ser piada, as mulheres têm mistérios que eu próprio desconheço. Preciso reler o MeuPipi.
Fui ao site do rapaz recordar o seu último êxito Feel, e soube-me bem confesso! Amanhã saberei se o sono perdido foi ganho em emoção.

Estás a sorrir do quê?

Porto velho

Conheço bem o Porto; aí estudei e me fiz doutor. Devo-lhe muito, sobretudo a dimensão humana tão bem caracterizada na frontalidade, honestidade e linguarejar despojado de preconceitos. Gente simples, gente boa!
Cidade de arquitectos nunca foi muito ordenada, paradoxo, parece que lhe faltou o terramoto. Tem, no entanto, a avenida mais europeia de Portugal; é subir os Aliados e perceber a história daqueles edifícios. A Câmara, essa, tem um conto épico. Implantou-se à frente da Igreja da Trindade já que esta não deu lugar ao crescimento da Avenida. Clérigo e aristocracia nunca se deram bem nestes ares.
Não há melhor cidade para ilustrar o nosso desígnio nacional. Operários, gente de trabalho, faltou-lhes a visão para se manterem competitivos. As recentes obras não escondem a doença; velha, esquecida, sofre sem fazer sofrer.
Voltem, ó ingleses. Faça-se jus à Avenida, aos Aliados!

É o Porto, carago!

Segredos da Vitoria

Cheguei aqui por mero acaso; não foram os marretas e jamais a teria descoberto. Curioso; as mulheres dizem que não temos paciência para ir às compras ...

Uma imagem vale por mil palavras. Com estas aumentam-se as audiências, dizem?

sábado, outubro 18, 2003

League of Extraordinary Gentlemen

Extraordinário mesmo foi ter aguentado o filme até ao fim. Mas sou um gentlemen.
Heróis a rodos e para todos os gostos; “por via das dúvidas” os responsáveis de marketing da FOX entenderam cobrir todos os segmentos de uma assentada. O cocktail é mísero!
A este ritmo a Madre Teresa ainda acaba a lutar ao lado do Indiana Jones. Já imaginaram o merchandising? Aposto que a Mattel faria toilettes para todos os gostos e a pequenada iria adorar. A Barbie que se cuide!


Os bons actores que dêem um passo em frente ... onde pensas que vais Sean Conery!?

Vícios privados

Confesso!
Tenho o venal prazer do pasto.
Mais não digo por ora, fiquem-se com esta pérola e as receitas de outro chef.

Ou como diria o JPP ... acrescentarei imagens sem as quais o texto fica pobre.


Música quente

Parece que o frio chegou; virá para ficar?
Liguei-me ao site dos ColdPlay.
Como foi bom rever Trouble, In my Place e Don't Panic.
(desculpem, só para ligações rápidas e Mediaplayer)

A esperança nunca morre!

sexta-feira, outubro 17, 2003

Islão profundo

Ao ler as Conversas Islâmicas do JPP recordei uma viagem recente.
Fanático por mergulho, viajei com amigos para o Mar Vermelho. Esperava-nos um iate de 36 metros; coisa vistosa mesmo sabendo que éramos 22 mais os 9 da tripulação. Partimos de Hurgarda e descemos até aos limites do Egipto com o Sudão, cuja guerra nos impediria de visitar.
A média andava nos 3 mergulhos dia, podendo se inspirados atingir os 4. Uma loucura! Mergulhava-se, comia-se e descansava-se. O mar recortado pela costa agreste, avistada aqui e ali muito à distância, perdia-se num azul vivo onde se escondia o tesouro. Lago a maioria das vezes, permitia ao iate galgar milhas infinitas.
A tripulação era inexcedível. Com sorriso natural ajudavam-nos na árdua tarefa de equipar e entrar no bote. Quando regressávamos ao barco já nos esquecêramos do peso de todo o equipamento. Entre eles, destacava-se o Moahamed (não o eram todos?) que se intitulava o mordomo do barco. De facto, ninguém entrava nos nossos camarotes sem a sua supervisão. O capitão, o engenheiro das máquinas e o cozinheiro nunca se misturaram connosco. A dive-master, essa, era holandesa e todos se queriam misturar com ela ... sobravam os quatro tripulantes sempre bem dispostos e, pasme-se, com ganas de cantar. É verdade, tivessem algum descanso e a cantilena vencia a reza.
Nos momentos de maior viagem deitávamo-nos no fly-bridge e, debaixo de uns 42 graus à sombra, gozávamos a brisa que nos refrescava.
O paraíso estava encontrado e eu merecia-o!
No regresso, já com as malas arrumadas, mesmo antes de partir, ofereci o meu fato de mergulho ao Moahamed. A dávida nem fora grande pois viera da Dekatlon, mas fora pretexto suficiente para o equidistante mordomo abrir as defesas. Tirou da carteira em pele de camelo uma foto da sua noiva. O fotógrafo esmerara-se em sobressair as cores; lábios carnais, olhos azeitona, roliça o quanto baste e o olhar do Moahamed derretia-se em sonhos que só ele podia imaginar. Este era o seu quarto Verão embarcado; os honorários e as generosas gorjetas iam permitir-lhe acabar a casa no Cairo (o que quer que isso signifique pois as casas árabes nunca se concluem) onde se iria casar. A noiva trabalhava numa fábrica mas por pouco tempo; não que soubesse mas a decisão já há muito estava tomada; mulher de Moahamed não haveria de ser cobiçada por outro. Fiquei aterrado; fiz o impossível e imprudente ao tentar valorizar os modelos da sociedade ocidental. Moahamed exasperou-se!
“O problema do Egipto é de não ser tão rigoroso como o Sudão. Lá, quem rouba perde a mão!”.
O abismo caiu frio e brutal entre nós; senti um murro mesmo na boca do estômago. Ou, como diria o JPP, "não é simples".


Zebra, de que cor és tu?

Loja do SidaCão

Sexta-feira, pego em duas facturas da Telepac já caducadas e apresso-me a ir às Laranjeiras cumprir com o dever fiduciário. Chegado seria fácil estacionar já que, por ausência de espaço, o Ministério da Justiça se faz representar por arrumadores devidamente credenciados no andar bamboleante, beata apagada e frenético balançar do braço, quantas vezes para lugar nenhum. Não fora a boleia de um amigo e estaria ainda a negociar melhor local para estacionar. Nada como o Estado previdente!
Entrei na instituição no meio de uma correria ordenada. Bons portugueses, também eles a contas com os prazos. O balcão da PT é dos primeiros. Sorte a minha pensei. Tiro a senha que me informa simpaticamente que estarei aproximadamente 15 minutos em espera.
Aproveitei o tempo para me passear no edifício. Qual administração dos pequeninos encontrei mini balcões de vários serviços. Tudo muito composto, nada parecia faltar. Voltei à PT. Ainda não tinham chamado o meu número. Entrevejo o burburinho. “O sistema caíu!” ecoou na sala num tom fulminante. “Só com facturas” sublinhou o zeloso funcionário. Tive por breves momentos aquele sentimento detestável de quem iria ganhar algo à custa da desgraça alheia, afinal eu trouxera as facturas. Sempre daria para avançar uns números ... e assim foi. A rafeirada afastou-se cabisbaixa deixando este belo exemplar junto ao osso.
A esmola era grande; o funcionário mirou as facturas e disse com autoridade “Não consigo confirmá-las; são facturas da Telepac e não da PT”. Balbuciei “é preciso confirmá-las ...” e encontrei sábias palavras “Sim! E não vale a pena telefonar. A esta hora devem ter a linha ocupada”. O diagnóstico era grave; retirei-me derrubado e, nestes momentos, encontro força nos pequenos detalhes, “sempre tenho boleia de volta!".

Uauf!

Pedroso o pequeno

Fez-se luz. Seguia um directo com Paulo Pedroso quando reparei que as suas patilhas estavam voluntariamente alargadas e empurradas para a frente, num desalinho pouco próprio de um dignitário do PS. Segui-lhe o perfil do rosto, e não foram os óculos já teria notado nas parecenças. Incrível. Mais alto, é certo, faltava-lhe o chapéu e a mão amparada. Também ele exilado, teve por ilha uma alcova onde fez de outros seguidores instruídos. Os generais do seu séquito visitaram-no mor vezes neste acantonamento. Entre eles destacava-se uma figura impenetrável, sempre discreta, fiel à grandeza de Josefina.
Na sua libertação tomaram a Bastilha irritando o esplêndido delegado e seus acólitos. A atroada foi grande, talvez em demasia, mas o tempo apagará o momento e em todos ficará o que a justiça dos homens ditar. Sabemos bem que não há revoluções justas.
Delfim da oposição, coubera-lhe o combate à pobreza. O rendimento mínimo fora conquista sua, haverá melhor epitáfio para a liberdade, igualdade e fraternidade?

Não, não sou socialista!

terça-feira, outubro 14, 2003

O Processo

Ouvi hoje o maestro Graça Moura defender-se na televisão. A acusação era grave.

A polémica em torno da gestão de Graça Moura à frente da Associação Música, Educação e Cultura surgiu no ano passado, quando o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Pedro Santana Lopes, foi informado de que os dinheiros públicos estariam a ser mal gastos. Informações que mais tarde dariam origem a uma auditoria. Os ministérios da Cultura, Educação e Segurança Social, CML e secretarias de Estado da Juventude e do Turismo, na sequência desta auditoria, apresentaram queixa da direcção da AMEC à Procuradoria-Geral da República e Tribunal de Contas. Fonte Público. Segundo o maestro, a auditoria revelou que não havia nenhuma ilegalidade na gestão e que existiam apenas meras irregularidades processuais que foram prontamente corrigidas Fonte Público. Segundo fonte da autarquia lisboeta, organismo que preside ao Conselho Superior de Promotores, a destituição do maestro foi aprovada por todos os membros do conselho, exceptuando o próprio maestro. O Conselho Superior de Promotores da AMEC é composto pelos Ministérios da Educação, Cultura, Segurança Social e do Trabalho, pelas secretarias de Estado da Juventude e do Turismo, pela Câmara Municipal de Lisboa e pelo maestro Graça Moura. Fonte canal Vizzavi. A pianista Gabriela Canavilhas, indigitada pelos principais fundadores da Orquestra Metropolitana de Lisboa para suceder a Miguel Graça Moura, disse ontem que irá processar este o maestro por ele a ter acusado de pressionar, "sob a ameaça de represálias", músicos e alunos da instituição que o apoiariam. Fonte Público. Graça Moura acusou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Pedro Santana Lopes, de mover campanhas para a sua demissão. "A legitimidade para me manter à frente desta casa é total. Não me demito de maneira nenhuma e agora muito menos. Acho que devo ficar à frente da instituição enquanto a maioria dos associados quiser", afirmou o maestro. Fonte SIC.

Mas, afinal, o que faz a Orquestra Metropolitana de Lisboa?

É um projecto integrado que combina acção musical e ensino, no qual se incluem a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Orquestra Académica Metropolitana, a Academia Nacional Superior de Orquestra, aberta em Outubro de 1992, e o Conservatório Metropolitano de Música de Lisboa, instituições reconhecidas oficialmente pelo Ministério da Educação, assim como a Escola Metropolitana de Música de Lisboa, destinada à iniciação musical, e a Academia Metropolitana de Amadores de Música. A gestão de todas estas entidades é assegurada pela Associação Música - Educação e Cultura, associação cultural sem fins lucrativos e com o estatuto de utilidade pública. Fonte OML.

Na determinação Graça Moura parece ter estofo de líder, e é-o de facto como maestro. Teve a visão e a virtude de implementar um projecto estruturante para a música erudita em Portugal. Consegue, segundo o próprio, ter uma produtividade muito superior às restantes orquestras nacionais. Porquê o ódio?

Ao ouvi-lo falar reconhece-se o tom despótico, o sentido de “comigo ou contra mim”, a falta de rigor na gestão, onde a indiferença entre o dinheiro da sociedade e do próprio era tolerada pois fora sempre regularizada. É pena. Foram pequenos os que o rodearam pois não perceberam o projecto e o problema; cabia-lhes ter encontrado o correcto modelo de gestão. Foi ambicioso o maestro pois confundiu-se com o projecto. Enfim, o fado português; inveja e ambição e, para nós, a tristeza.

Fica-nos o fado ...

segunda-feira, outubro 13, 2003

Os Deuses devem estar loucos

Faço zapping. O dedo indicador prime freneticamente o botão de avanço de programas no telecomando da televisão. “Merda”, a minha filha de 2 anos tinha-me alterado mais uma vez a programação. Onde estaria a SIC Notícias? Ah! Chegara ao canal 42 e com ele à informação tão procurada; é que dado o avançado da hora, nos outros canais só encontrara a TV Shop.
Casa Pia, Pedroso, maestro Graça Moura, "porra, digam-me algo que já não saiba!". Big brother, ídolos, operação triunfo, telenovelas, como é sofisticado hoje em dia o ópio do povo.
Também eu estou sentado à frente da televisão ...
Ouço falar da queda de ministros, da liberdade condicionada de outros, do referendo à constituição europeia e penso “ Se ao menos a Europa resolvesse o que estes ineptos adiam!”. Frutas, flores, sangue, amargos de boca é o que é.
Recordo a crónica do Marcelo. “Bolas, o homem deve ser o Da Vinci moderno". Da pintura à literatura, da política à economia não há tema que o deixe mudo. Será que o Hergé já o conhecia antes de criar o Sr. Figueira? Repetem uma entrevista do Sócrates. Mais um analista. Estou de rastos; “a doença exige cirurgia e chamam os psiquiatras?”.
Pego nos Lusíadas para animar e dou logo com esta pérola no canto primeiro:

Sustentava contra ele Vênus bela,
Afeiçoada à gente Lusitana,
Por quantas qualidades via nela
Da antiga tão amada sua Romana;
Nos fortes corações, na grande estrela,
Que mostraram na terra Tingitana,
E na língua, na qual quando imagina,
Com pouca corrupção crê que é a Latina.

Ah! Afinal temos sido todos Camões!

quinta-feira, outubro 09, 2003

Brasil à vista

Dez horas. Passeio-me nas ruas da baixa de Cascais. A vista da baía nunca me cansa. Um punhado de miúdos brinca na praia. “Golo!” explode um dos lados num sotaque inconfundível. “Os brasileiros já conquistaram a linha” pensei.
Cafés, restaurantes, bares, hotéis, “you name it”, tudo o que envolva contacto com o cliente e o brasileiro lá está. Relações públicas por excelência, têm nos genes a lealdade do português e a fantasia do italiano. Nunca uma nação se confundiu tanto com a sua festa nacional.
Por vezes cansa. A fanfarronice de um país continente, promessa adiada do que foi como Portugal e do que aspira desde que independente. E quando vêm com a conversa “No Brasil ...” a jugular inflama e todo eu me afilo. Mas gosto deles. A miscenização prova a sua humanidade. Sempre que precisámos eles gritaram “presente”.


Foram-se os anéis, ficaram as penas ...

terça-feira, outubro 07, 2003

O meu Pipi

Incrível! O Canal 18 entrou na blogoesfera; só pode ... ou será o Fernando Rocha?
Imaginação fértil, escrita simples, escreve sobre o pouco que sabe e o muito que adivinha.
Uma infância perdida portanto.
Vale a visita; e, se a sua amiga duvidar, ela que leia!

A boneca do Pipi no descanso!

Levanta-te e chora

Vi, en passant, o standup comedy da SIC. Pobre; a roçar o patético. Não que não os haja com arte, mas aplaudir um puto que faz umas incursões na Radical com a maior ovação da noite (do pouco que vi), perdoem-me, é no mínimo bizarro. Critico pois o público, projectado alternadamente num video hall, qual desfile de primus inter pares.
O Bruno, esse, fez o que pôde.
Vá lá, não agradeceu. É que vendo bem as coisas, a audiência aplaudia para si mesma; afinal, era a festa da SIC. E só isso justificou que a alusão ao Balsemão, na imagem do “senhor do bolo”, tenha feito rir a plateia sempre que referida.
O Bruno, esse, fez o que pôde.

BEATI PAUPERES SPIRITU

domingo, outubro 05, 2003

Papado (1)

Segundo o jornal Público de hoje "O Papa João Paulo II disse ontem ao novo arcebispo de Cantuária, Rowan Williams, que permitir a entrada de clérigos homossexuais na comunidade anglicana era uma "séria dificuldade" no caminho da unidade cristã. O Papa, de 83 anos de idade, visivelmente cansado, revelou dificuldade ao ler o discurso em inglês, naquela que foi a primeira visita de Rowan Williams ao Vaticano".

Este episódio recorda-me uma pequena fábula. Um dia, uma formiga e um elefante corriam no deserto. Subitamente, diz a formiga ao elefante "Olha para trás e vê a poeirada que estamos a fazer!".

O absurdo reside tão-somente na cegueira em admitir o óbvio. Numa população de 6 biliões um terço é cristão. Destes, 53% são católicos e somente 19% são protestantes. "So what?". A grandeza do cristianismo não advém tanto da sua diáspora mas sobretudo da sua força económica, política e militar. E isto é tanto verdade quanto maior for a deserção de crentes, como é o caso. Unidos pela mesma fé separa-os a doutrina e a Igreja. E aqui a diferença é imensa!

Comecemos pela estrutura; a católica, hierárquica e vitalícia na liderança, está moldada a viver poucos sobressaltos. Quer-se próxima da sociedade civil mas adopta uma estrutura quase marcial.
Vivemos tempos de mudança. Cada 3 anos eram uma década no século passado. A informação era restrita e, mesmo assim, tardia. Como era simples moldar a sociedade. Contudo, o homem fez-se indivíduo e, na sua individualidade, acentuou a sua diferença. A sociedade abriu-se ao diálogo e vieram as democracias. Os saxões estavam melhor preparados. Tinham a cultura do sucesso, da livre iniciativa e aprendiam no erro. A sua Igreja cresceu assim. O clérigo vinha do povo e, como ele, trazia as suas virtudes e defeitos. Não há santos mas sim homens de bem; sacrilégio esse o Homem escolher os pares de Deus.

E como se dá o homem com a sua Igreja? Vale a pena reter as CHRISTIAN DIFFERENCES By Rodger Doyle extraídas da Scientific American: "Some of the facts are consistent with the theory of church attendance and denomination: Scandinavian countries have small Catholic populations and very low church attendance rates. The former West German state, where Protestants and Catholics both have large minorities, is in the intermediate range, and attendance rates in Italy, a mostly Catholic country, are fairly high. Most others, however, do not fit neatly into this pattern. Spain and Belgium, both traditionally Catholic countries, have intermediate rates, whereas France, also traditionally Catholic, is in the bottom category--not surprising, given its long anticlerical tradition. " Se o número fizesse a diferença então os muçulmanos teriam razão, e a Igreja e a sociedade civil seriam uma só.

Muito haveria a dizer. Fica para o próximo Papado, o (2).


Bíblia, o livro mais vendido da história; Alcorão, o livro mais lido da história. No que deu a falta de livros ...
Católico anónimo

Ocaso

Não enjeito a morte, vivo com ela. Não que me tenha sido anunciada, nem tão pouco por superstição. Construo-a desde que me conheço e antes, quando o meu corpo ainda não se confrontara com o meu eu, esta verdade seria para mim perfeitamente irrelevante. O seu assombro resulta da aliança com a vida; uma sem a outra e nada faria sentido.

Se umas são brutais outras há que são doces; se umas perduram na história outras perdem-se no tempo; se por vezes as sentimos próximas na maioria vemo-las indiferentes.

A sua imponderabilidade releva-lhe a importância; só esta aleatoriedade pode confortar a razão que não lhe reconhecemos, e se assim não fora não nos conformaríamos com os eleitos.

Morre-se como se vive ou, como o meu Pai diria, "a partir dos 30 cada um tem a cara que merece!".


Não estamos sós!

quarta-feira, outubro 01, 2003

Portas há muitas, ó palerma!

TRRRIM! Deu um salto; "ao ataque ..." gritou estridentemente enquanto caía da cama. Havia melhores formas de acordar, convenhamos, mas o ministro da defesa tem de estar sempre alerta. O impedido entra de rompante no quarto; “Sr. Ministro!” exclamou com um indisfarçável nervosismo. Portas entreabre os olhos e dissipando-se na névoa surgia a figura esguia do praça de origem goesa. “Ah! A Índia ...” pensou.
Após o banho, seguiu em passo rápido para a messe. Um cabo guineense estava já à sua espera. Portas olhou-o de soslaio. As unhas alvas sobressaíam nos dedos negros de etnia Fula. “Se fosse Moldavo esganava-o”, sorriu pensando no prazer que o acto lhe daria. Folheou revistas e jornais enquanto engolia regradamente um croissant simples. Bebeu o café e com um gesto comedido, de quem tem berço e dele faz gala, limpou a boca.
No carro esperava-o já o condutor e a jornalista correspondente da France Press.
“Bom dia Sr. Ministro” proferiu o condutor com sotaque carioca.
“Um ministro madrugador, a entrevista promete” comentou a jornalista.
“Deitar cedo e cedo erguer ... qual é o tema? Sim! Emigração ...”, e num gesto automático indicou ao motorista para arrancar.

Se ao menos o Colombo fosse nosso ...