Ouvi hoje o maestro Graça Moura defender-se na televisão. A acusação era grave.
A polémica em torno da gestão de Graça Moura à frente da Associação Música, Educação e Cultura surgiu no ano passado, quando o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Pedro Santana Lopes, foi informado de que os dinheiros públicos estariam a ser mal gastos. Informações que mais tarde dariam origem a uma auditoria. Os ministérios da Cultura, Educação e Segurança Social, CML e secretarias de Estado da Juventude e do Turismo, na sequência desta auditoria, apresentaram queixa da direcção da AMEC à Procuradoria-Geral da República e Tribunal de Contas. Fonte Público. Segundo o maestro, a auditoria revelou que não havia nenhuma ilegalidade na gestão e que existiam apenas meras irregularidades processuais que foram prontamente corrigidas Fonte Público. Segundo fonte da autarquia lisboeta, organismo que preside ao Conselho Superior de Promotores, a destituição do maestro foi aprovada por todos os membros do conselho, exceptuando o próprio maestro. O Conselho Superior de Promotores da AMEC é composto pelos Ministérios da Educação, Cultura, Segurança Social e do Trabalho, pelas secretarias de Estado da Juventude e do Turismo, pela Câmara Municipal de Lisboa e pelo maestro Graça Moura. Fonte canal Vizzavi. A pianista Gabriela Canavilhas, indigitada pelos principais fundadores da Orquestra Metropolitana de Lisboa para suceder a Miguel Graça Moura, disse ontem que irá processar este o maestro por ele a ter acusado de pressionar, "sob a ameaça de represálias", músicos e alunos da instituição que o apoiariam. Fonte Público. Graça Moura acusou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Pedro Santana Lopes, de mover campanhas para a sua demissão. "A legitimidade para me manter à frente desta casa é total. Não me demito de maneira nenhuma e agora muito menos. Acho que devo ficar à frente da instituição enquanto a maioria dos associados quiser", afirmou o maestro. Fonte SIC.
Mas, afinal, o que faz a Orquestra Metropolitana de Lisboa?
É um projecto integrado que combina acção musical e ensino, no qual se incluem a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Orquestra Académica Metropolitana, a Academia Nacional Superior de Orquestra, aberta em Outubro de 1992, e o Conservatório Metropolitano de Música de Lisboa, instituições reconhecidas oficialmente pelo Ministério da Educação, assim como a Escola Metropolitana de Música de Lisboa, destinada à iniciação musical, e a Academia Metropolitana de Amadores de Música. A gestão de todas estas entidades é assegurada pela Associação Música - Educação e Cultura, associação cultural sem fins lucrativos e com o estatuto de utilidade pública. Fonte OML.
Na determinação Graça Moura parece ter estofo de líder, e é-o de facto como maestro. Teve a visão e a virtude de implementar um projecto estruturante para a música erudita em Portugal. Consegue, segundo o próprio, ter uma produtividade muito superior às restantes orquestras nacionais. Porquê o ódio?
Ao ouvi-lo falar reconhece-se o tom despótico, o sentido de “comigo ou contra mim”, a falta de rigor na gestão, onde a indiferença entre o dinheiro da sociedade e do próprio era tolerada pois fora sempre regularizada. É pena. Foram pequenos os que o rodearam pois não perceberam o projecto e o problema; cabia-lhes ter encontrado o correcto modelo de gestão. Foi ambicioso o maestro pois confundiu-se com o projecto. Enfim, o fado português; inveja e ambição e, para nós, a tristeza.
Fica-nos o fado ...
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