terça-feira, outubro 21, 2003

Bairro vermelho

Cenário: 2 ingleses e várias cervejas num dia chuvoso.
Ian: “Não vou esquecer a Tailândia! BRWTH!” engolindo de uma só vez o resto da caneca.
Mathew: ”Já vão oito!” e virando a cabeça com dificuldade “Thomas! Estás a falhar ... mais duas!” deixando o barman com um sorriso merceeiro.
Ian: “O calor! A cor da água ... turquesa ... as gajas ...”, perdeu o olhar por breves instantes no rótulo da caneca, “... e este tempo de merda!”.
Mathew: “Sim, mas aqui não apanhas malária!” e acrescentou em tom de desafio “Este ano sou eu quem marca as férias, vai por mim!”
Passaram seis meses. A viagem fora curta e agradável; o bom tempo convidava. O aeroporto parecia mais pequeno do que a história da cidade deixava adivinhar. Ali era o vinho que interessava.
Mathew: “Como será a cerveja destes gajos?”
Ian: “ Espero que tenham da nossa!”
Mathew: “Desde que as gajas sejam boas!”
Riram-se.
O táxi, alemão, corria veloz pela auto-estrada recente. O cenário era assustador!
Ian: “Isto ardeu, tudo?”
Taxista: “Meio País!” dito num inglês arrevesado.
As placas anunciavam já o destino escolhido. A expectativa era muita. Seria melhor do que a Tailândia, a Amesterdão do Sul! Entraram na cidade galgando ruas e ruelas até ancorarem na pensão. Cruzaram os olhos esbugalhados, olharam mais uma e outra vez para a revista. Time, globalização e Bragança.

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