(continuação de post homólogo)
Alguém olha, pois, o algoz é amável, diz-me para continuar. Vou escrevendo. Aliás, foi este impulso da escrita que me perdeu, pelas piores razões dirá.
Eram dez da noite de ... não interessa ... e comecei a escrever desalmadamente. Cria expurgar os meus males, nada de imortalidades bacocas mas sim deitar cá para fora tudo o que me inquietava. E o que me inquietava?
(perde-se novamente)
A minha namorada é dez anos mais velha do que eu. Tirei disso todo o proveito como calcula. Fiz-me homem cedo e isso trouxe-me outra perspectiva da vida. Fui sempre o puto ignorado do bairro mas a Odete, que mulher, ajudou-me a vencer os receios! Quando me acompanhava era vê-los a cobiçar, merdosos!
Estou a sentir-me melhor, os medicamentos devem estar no auge. A cabeça já não estala, óptimo!
(texto incompreensível; o email parecia ter um vírus qualquer; depois de várias tentativas consegui recuperar o essencial)
... noite inesquecível. Percebe agora como a amava? Como podia aceitar tal traição? Um gato tem sete vidas mas eu ... era demais para um homem. Convidei-a para vir ter comigo ao café. Sabia que aceitava. Lembro-me como se fosse hoje, tinha a camisa azul de que ela gostava, pois era, e umas calças de linho meio engelhadas pois não tivera tempo para as passar, que não era eu que as passava mas quem podia não passou e assim ficaram, percebe ... bebi aí umas sete cervejas e já estava para sair não fosse vê-la a passar de carro e estacionar junto à papelaria e tinha-me ido embora porque um homem não tem de aturar estas merdas que as gajas nos fazem passar e pensam que têm o Mundo na mão mas enganam-se as p...
(a escassa razão dera lugar à exaltação; o texto iria mudar, deve ter-se recomposto)
Ela entrou linda de morrer; até o Mendes dono do café que estava cabisbaixo lhe sorriu! Vinha de preto e os cabelos louros, compridos e mesmo dela, mantinham-se direitos como cortinados ... cortinados ... da casa, qual casa?
(perde-se novamente e eu também; continuarei amanhã)
Odete!
Recebi mais tarde esta foto, como outras, não me parece verdadeira ...
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