Conheço bem o Porto; aí estudei e me fiz doutor. Devo-lhe muito, sobretudo a dimensão humana tão bem caracterizada na frontalidade, honestidade e linguarejar despojado de preconceitos. Gente simples, gente boa!
Cidade de arquitectos nunca foi muito ordenada, paradoxo, parece que lhe faltou o terramoto. Tem, no entanto, a avenida mais europeia de Portugal; é subir os Aliados e perceber a história daqueles edifícios. A Câmara, essa, tem um conto épico. Implantou-se à frente da Igreja da Trindade já que esta não deu lugar ao crescimento da Avenida. Clérigo e aristocracia nunca se deram bem nestes ares.
Não há melhor cidade para ilustrar o nosso desígnio nacional. Operários, gente de trabalho, faltou-lhes a visão para se manterem competitivos. As recentes obras não escondem a doença; velha, esquecida, sofre sem fazer sofrer.
Voltem, ó ingleses. Faça-se jus à Avenida, aos Aliados!
É o Porto, carago!
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