Sou do tempo em que uma bola de borracha resistia ao crescimento e afirmação do dono. Servia para provar que foi menino e, sobretudo, para que disso não se esquecesse. Ganhar um brinquedo era uma batalha leal, obrigava a ter-se motivação, persistência, negociação, expectativa e, acima de tudo, noção de prémio. Negar esta experiência é criar a ilusão de que tudo é fácil.
A minha primeira bicicleta foi talvez a minha maior fantasia, conquistá-la foi certamente o meu maior desafio. Perderam-se na noite as vezes que por ela sonhei acordado, imaginando manobras impossíveis, conquistando a admiração de outras vedetas, saltando um patamar na minha dignidade. Sentia-me homenzinho. A força dessa memória ajudou-me a compreender que é preciso sonhar para desfrutar.
Ilusão? Ora faz lá tu!
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Natal é só em Dezembro!
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