EU:Uma das primeiras coisas que aprendi com a maturidade foi a de reconhecer na natureza a aptidão para simplificar o complexo, para nos remeter para o essencial, para nos deslumbrar com o belo, com o óbvio. Sei, ainda, que o segredo das coisas não está na descoberta das respostas mas antes na formulação das perguntas. E a primeira, a que verdadeiramente interessa, remete-me para “o que ando cá a fazer?”. Segue-se naturalmente uma segunda, “como raio vou simplificar a resposta?”.
É fácil perceber que a pergunta formulada inicialmente não é suficiente pois tem ainda uma carga de complexidade que teria de ultrapassar. Assim fiz para mim outra, “onde estou?”. De facto, para perceber o que sou tenho primeiro de entender o que me rodeia.
Comecei a invocar todos os meus sentidos e rapidamente percebi que nenhum, a sós ou combinado, poderia dar sequer uma pista, uma ideia. Reli os manuais, fixei os autores, segui as teorias e nada! Precisava de uma nova pergunta, “a inteligência e os sentidos serão suficientes para encontrar a resposta?”.
Percebi que não, que pedir a uma célula para explicar o corpo não era tarefa árdua mas antes inútil. Fez-se luz, um reduto de esperança, “haverá respostas sem perguntas?”.
Como é fácil responder a esta pergunta, ingénua para alguém que vive o mundo da ciência, mas fácil contudo. Basta a predisposição para acreditar, para aceitar; pois é, descobri a Fé! Grande coisa dirão, tudo direi eu. Mas que Fé? A Fé de que algo transcendente à minha inteligência e sentidos unifica tudo, cria este imenso espaço que vai do que se vê ao que se sente. Uns chamam-lhe energia, eu chamo-lhe Deus. Sei que, assim como nas diferentes confissões, estamos todos a falar do mesmo. A grande diferença é que eu já sei onde estou e para minha sanidade dispenso a pergunta.
Regresso então à primeira, “o que ando cá a fazer?”. Terei algum desígnio, será efémera a minha passagem, qual a conduta que me deve reger? Ocorreu-me que não estava só, que o sistema tem vasos comunicantes, que havia o efeito borboleta, etc. Faltava-me assim uma última pergunta, “o que andam os outros cá a fazer?”
Olhei o mundo e vi a evolução da natureza, a história dos homens, suas cores, credos e ideais. Como posso explicar a injustiça, a guerra, a doença e a pobreza? Porque seria o mundo imperfeito? Poderia a imperfeição ser a perfeição? Claro! O mundo é imperfeito para poder oferecer incerteza a todos, para poder dar de alguma forma um risco incerto à vida de cada um. Maravilhoso! Afinal há um desígnio, a minha esperança de concluir aumentou.
Mas não havendo certeza haverá destino? Não! Existe de facto escolha, o livre arbítrio! É no cruzamento da incerteza com a escolha que se traça o curso da vida. Ok! O papel dos outros é criar o meu contexto e eu faço parte do contexto deles. Continua a dúvida, “o que ando cá a fazer?”.
Serei eu parte da tal energia, fará tudo parte do todo? Claro que sim, e se eu fizer melhor o todo melhorará! É isso, ando aqui para fazer as escolhas simples, aquelas que não ferem o contexto de ninguém! Tudo o mais é irrelevante, nada me fará mais feliz!
DEUS: Meu filho, prefiro um mundo simples a um mundo fácil! Obrigado por me teres ouvido …
Uma criança e muitas perguntas ...Um adulto e uma resposta!KARAOKE
Imagine (John Lennon)
Imagine there's no heaven,
It's easy if you try,
No hell below us,
Above us only sky,
Imagine all the people
living for today...
Imagine there's no countries,
It isnt hard to do,
Nothing to kill or die for,
No religion too,
Imagine all the people
living life in peace...
Imagine no possesions,
I wonder if you can,
No need for greed or hunger,
A brotherhood of man,
Imagine all the people
Sharing all the world...
You may say Im a dreamer,
but Im not the only one,
I hope some day you'll join us,
And the world will live as one.