A orquestra gasta os últimos segundos numa cacofonia desconcertante, procurando deixar viva na memória de cada músico o acerto do instrumento, a ideia que cada um deles tem sonoridade própria. O maestro impõe a regra batendo a batuta na pauta, chamando a algazarra à razão. O concerto iria começar.
Num jogo a dois não há maestro mas impõe-se o ritmo. Os sons e os silêncios devem estar em harmonia, e se um sola o outro acompanha e vice-versa. A gestão dos tempos é fundamental. Olham-se olhos nos olhos, sente-se o convite para avançar ou o pedido para recuar e, sublime sintonia, espera-se o crescendo em conjunto. A aprendizagem a cada ensaio, a cumplicidade dos intérpretes, a capacidade de improviso e a incerteza do epílogo ditam a qualidade da melodia.
Serão poucos os que sentiram verdadeiramente os tempos, que completaram a obra para que dela reste a feliz memória de uma música perfeita, sem contratempos, sem nada que os desviasse do dueto que ali celebraram. Esta, meus amigos, é a maior arte!
Vamos ensaiar?
Enche o peito de Ar e a/na Viola usa a imaginação!
1 comentário:
Simplesmente maravilhoso, a forma como danças com as palavras, o toque harmonioso,o lema de vida, o tudo... que sentes e és.
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