sexta-feira, janeiro 16, 2004

U.F.O.

Diz o Abrupto sobre a humanidade, e bem, “o habitual é necessário, ... ,mas sem o excepcional não se avança”. Vem esta mensagem, a propósito do novo programa espacial americano, carregada de sibilino veneno pois o autor diminui a Europa para valorizar a América. Esquece o Abrupto outros quantos milagres, alguns deles imprescindíveis ao dia-a-dia e com virtudes bem mais imediatas. Será certo ser ele eurodeputado?

Contactar alguém mesmo que esteja em movimento, perscrutar o interior do corpo com ressonâncias e tomografias, procurar as origens do universo com recurso a aceleradores de partículas, voar no solo no conforto dos comboios, são alguns exemplos recentes do invento europeu. Se o número de patentes traduzir alguma vantagem então a Europa não tem concorrência.

Nem a distância do burgo lhe apaga o destino; português, pessimista, precisa de referências maiores para se sentir inter-pares. Na Europa, como no teatro, há lugares de plateia, camarote e balcão. Que a coxia não o desanime!


Tinha prometido não falar mais dele, mas o homem põe-se a jeito!

Estação espacial internacional: os americanos, após terem perdido o Skylab e, mais tarde, destruído a MIR numa colisão do Shuttle, pediram ajuda à Europa, Canadá, Japão e Rússia para construir a nova estação. Esta parceria deveu-se a duas razões. A primeira, menos importante, prendeu-se com a diluição de custos entre os intervenientes; a segunda, crítica, deveu-se à necessidade de absorver tecnologia. A estação de arquitectura Russa, cópia quase fiel do projecto da então nova estação MIR, permitiu aos americanos ultrapassar um impasse que já se arrastava há alguns anos; o fato espacial é igualmente de concepção russa porque eles conseguiram colocar o oxigénio e a electrónica no mesmo compartimento sem comprometer a segurança e, assim, libertar a frente do fato e dar maior liberdade de movimentos ao astronauta; um dos laboratórios é Europeu porque nos são reconhecidas elevadas competências nesta área; etc.
Contasse o Abrupto as componentes americanas desta estação e perceberia que a conquista do espaço não é possível a um, pois a demanda é maior do que o planeta!

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