Os magistrados queixam-se dos advogados, os advogados dos políticos, os políticos dos media e os media acusam tudo e todos. Uns e outros refugiam-se na vaidade da exposição, fazendo pausa bastante para que a fotografia lhes apanhe o melhor ângulo. É a cadeia alimentar da informação!
O armeiro, ciente do seu espólio, tranca a sete chaves armas e munições. A despesa será dele se algo faltar, e para isso há código, cela e exemplo. O soldado, cliente do primeiro, só tem autoridade quando investido com as ferramentas de terror. Arma e munições são agora um só, numa harmonia só desfeita em tragédia quando a bala parte para encontrar outro igual, diferente, com vida. O soldado disparara, fizera-o porque tinha a munição e o alvo, faltava-lhe a causa.
Terá o jornalista legitimidade em disparar só porque teve acesso a munições? Será ele o melhor juiz na escolha dos alvos?
Temos ainda um longo caminho a percorrer para compreendermos que a censura é algo necessário e íntimo, na escolha dos meios que não violem a nossa consciência e que garantam o direito ao bom-nome que cada um merece à partida, como nós próprios, aliás. Armeiros e soldados, censurem-se! E nós, alvos, temos de nos recriminar também! Aqui não mora virgem ingénua nem culpa solteira ...
Eu te observo, persigo, condeno, torturo, absolvo e perdoo. Assim, lavo aqui as minhas mãos ...
Barahona Possollo, pintor português ... pasme-se!
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