sábado, setembro 24, 2005

Are you talking to me?

Confesso! Não resisti, também eu, à necessidade urticante de rabiscar. Se ainda tivesse graça ... mas não, desengane-se; aqui mora tão só a provocação, exacta, mordaz, e onde a paixão não abafa a razão.
Se aqui tocar e for tocado, então, já ganhei o meu tempo.


Foi assim que comecei esta aventura, ainda longe de perceber o alcance que ela teria na minha vida. Dois anos! Tempo em que partilhei ideias, pensamentos, angústias e risos convosco. Tempo em que vos escutei, nem sempre em sintonia mas sempre atento. Tempo em que senti o infinito prazer de dar alma às palavras; pobre, é certo, mas sempre no meu melhor.
O Exacto acaba aqui, teve o seu propósito mas, tal como na vida, há momentos para dar vida a uma nova vida. Com ele morre o João Mãos de Tesoura, suicídio dirão, mas seria incapaz de escrever em seu nome depois de lhe tirar a alma, e essa deixo-a aqui para que a possa visitar sempre que queira.
Foi bom, muito bom! E agora que comece a festa, a casa é vossa; sirvam-se, abusem, salpiquem os tectos com champanhe, riam, gritem, hoje é tempo de Festejar!



Adoro-vos e, quem sabe, talvez nos voltemos a encontrar noutra vida; eu menos exacto e sem tesouras...

domingo, setembro 18, 2005

Descarrilar e perder a mona

Num país de brandos costumes e maus hábitos, foi elucidativo o debate entre Carrilho e Carmona. Escuso-me a comentar o que foi evidente; fica o vídeo para memória futura...



Como vai senhor contente?
Como vai senhor feliz?
Diga à gente,
diga à gente,
como vai este País!

segunda-feira, setembro 12, 2005

Mamografia

Há publicidade subliminar, mas eu prefiro a explícita!



Criança sofre...

Conversas impossíveis

Ele já não a ouvia há muito, não fora por desinteresse mas simplesmente porque aconteceu assim, sem obrigação nem necessidade. Telefonou-lhe, como estaria?
Encontrou uma alma ressentida, insurgida com a ausência; disse-lhe que ele estaria a ressuscitar mortos, que não estava com paciência para cenas e que ainda não tinha sido desagradável mas que o poderia ser. Ele desafiou-a, o que seria mais desagradável do que aquilo, pensou? Ela, de pronto, desligou-lhe o telefone na cara, sem mais nem porquê.
Ele, depois de ponderar, enviou-lhe uma mensagem, “Não foste desagradável, foste boçal!”. Recebeu a confirmação da entrega da mensagem e sorriu, não sabia se ela alguma vez alcançaria a diferença.



Fala mais alto, mal te ouço...

quinta-feira, setembro 08, 2005

Sentir-me em ti

Fui hoje ao hospital e encontrei este texto perdido, de tão extraordinário não resisti a publicá-lo.


Levei a mão à testa para confirmar. Claro, o calor e agora o suor, mais uma gripe estival. Procurei o interruptor; que chatice, estava sempre onde não devia estar. A luz irrompeu de pronto e no meio do clarão adivinhei a gaveta, mesmo ali, guardiã de remédios sábios e de outros menos estudados. A caixa azul surgiu no meio de outras tantas, todas usadas, todas testadas. Senti uma dor forte como se a garganta se fechasse para o negar. Bastou-me um golo mais, agora sim, bastava esperar. Fechei a luz automaticamente e deixei a mão agarrada ao interruptor, como se na escuridão precisasse de uma segurança disponível que se mostrasse lesta aos meus medos.

O turbilhão aproximou-se do tecto, sim, recordo-me bem. Primeiro foi a cama e logo depois senti-me também eu a rodopiar. A força que me empurrava para baixo era tremenda, assustadoramente decidida, não a conseguia estancar e quando me preparava para iluminar o pesadelo senti o interruptor a saltar-me da mão. Todo eu rodava numa dança sem parceiro, e num movimento só projectei-me no centro da tempestade, a queda superou a vertigem, sempre, sempre em queda, sempre, a queda...

A pancada seca acordou-me, sentia-me dorido mas diferente, incrivelmente diferente. A dor não era desconfortável, parecia que era esperada e agora eu aceitava-a. Recordei a queda que dei em menino, no susto que os meus pais apanharam quando me viram todo arranhado. Um filho único tem atenções que nem mesmo ele percebe.

A dor corria agora do peito até às coxas, sim, seria o tronco o mais afectado. Procurei a dor com a mão tacteando primeiro o peito. Um arrepio percorreu-me a coluna, só poderia ser sonho, delirava. As mãos torneavam uns seios perfeitos, demasiado perfeitos para serem reais . Sonhava portanto e descansei com a evidência. Sorri, iria tirar partido da aberração, seria mulher por um sonho apenas, como seria fácil percebê-las, sentir onde elas sentem, pensar como elas pensam; fantástico, iria conhecer a outra margem sem medo, sem juízos ou acusações.

Continuei a percorrer o peito, primeiro à descoberta e depois com mais determinação. E se primeiro tacteava, usava agora as mãos para acariciar o que só antes imaginara. O ardor aumentava com movimentos mais ousados, sentia o corpo a pedir domínio; o peito, esse, latejava à medida que os dedos comprimiam os pequenos mamilos que em resposta imediata se erguiam determinados à procura de mais, no desejo de tudo. Deixei uma mão no peito e lancei a outra à descoberta do que me faltava, sentir-me completa, mulher.

O estômago era perfeito, os abdominais desenhavam aí diagonais salientes e simétricas . Os dedos mal tocavam a pele, só sobrava o arrepio. Parei, senti um tufo em que me emaranhava e que me pedia força e o contrário. Pressionei, apoiei a mão e deixei-a comprimir numa sequência ritmada pelo desejo. Qual cobra que muda de pele, um dos dedos libertou-se para descer mais ainda, a descoberta estava por consumar.
Arqueei o corpo, primeiro por estranhar o toque, depois pelo fogo que me percorreu de imediato como nunca tinha experimentado. Senti a boca ácida, a respiração mudara e o corpo estava agora mais quente. A vontade era muita, não queria parar e aquele dedo não iria falhar.

A vertigem voltava no meio do desejo e do prazer. O turbilhão era agora mais violento e empurrava-me para cima. Levitei como um pião que salta do chão para ganhar velocidade. "Consegue ouvir-me, Pedro?". As palavras soavam longe mas aproximavam-se vertiginosamente.

"Pedro, correu tudo bem!". Uma mão segurava a minha, sem dúvida uma mão amiga pelo cuidado com que me agarrava. Entreabri os olhos e antevi silhuetas conhecidas na luz que agora conquistava. Primeiro a mãe, depois o pai. Ambos sorriam, não muito é certo, um sorriso sofrido mas solidário. "O que correu bem?", perguntei. Um homem de bata branca aproximou-se e, colocando uma mão no meu ombro, tranquilizou-me, "Tudo, Pedro, tudo! Agora já lhe podem chamar Ana, parabéns!"



Estou como o bebé, pasmo!


Nota: Um post polémico obriga a comentários mordazes!

terça-feira, setembro 06, 2005

Inscrevo

Cada vez escrevo menos, cada vez me apetece escrever menos, não que a inspiração se tenha esvaído, falo só da vontade, do interesse em pensar devagar pautado pelas teclas que ouço dedilhadas, e depois para quê se em nada melhoro, e não falo só da escrita, pobre de mim, mas do debate que suscito, e se não procuro o comentário fácil também não o gosto presunçoso, pensando bem não me posso queixar, basta visitar outros para ver o mesmo quando não pior, “gostei muito”, “és corajoso”, “mexeste comigo”, só para falar nos mais banais, não, prefiro o silêncio, que fique a ideia que nada escrevi, e se calhar nem isso fiz, letras ao acaso numa miríade de palavras que lidas de trás para a frente podem ganhar mais alento, ou talvez não, nem assim, porra, não me apetece escrever mesmo nada, hoje ficava-me por um comentário, é isso, um post em branco e um comentário, “não sei se gostei, o branco é pouco honesto, investe-se de virtudes que não são as minhas, prefiro outras cores, mais quentes, mais profundas”, era isto, simples sem ser banal, complexo sem ser arrogante, gostava de saber escrever assim, como gostava de saber escrever mesmo sem me apetecer fazê-lo, nem uma letra apenas, guardar só para mim esse dom, senti-lo latejar e não o partilhar, ser egoísta do escasso, ter um segredo e matá-lo, negando-lhe ali mesmo o direito ao sucesso, raiva dirão, talvez, raiva de não querer escrever e de nem isso ser capaz de cumprir, como é que não se escreve sem dom, isso não sei, os meus silêncios não são brancos, mas o que faço, escrevinho, talvez assim não se escreva, escrevinhando.



Num caderno os comentários são a vermelho...


Acompanhar a foto com este pensamento: Como é excepcional ter amigos que resistem ao tempo, às mudanças, às deles e às nossas, saber que nem tudo se perde, ter a garantia de que uma amizade assim tem uma lógica, a de que nós apesar de tudo não somos piores do que já fomos.

quinta-feira, setembro 01, 2005

Pensamento vago

Pior do que a mentira é a infâmia, vem sempre de quem está próximo e isso garante-lhe o alcance do tempo. Esta vertigem só se esgota na razão dos outros, mas nem sempre os outros têm razão.



Com uma mão sujo a outra...


KARAOKE
Listen to your heart (remix), D.H.T

Frases inúteis de algibeira

Sempre que planeie algo:
Vou comprar uma lanterna antes que se faça tarde.

Quando ouvir um não:
Quem não tem cão, não tem letreiro.

Sempre que vos pedirem dinheiro:
Com o divórcio perdem-se os sogros mas ganham-se cobaias.

Quando o pressionarem:
Depois de morrer vou escrever a minha biografia.

Sempre que quiser ser evitado:
Se não fosse a sida a hepatite era mal vista.

Quando quiser insultar alguém:
Quem chegar atrasado tem dificuldade de concentração.

Sempre que acabar uma relação:
Não vale a pena molhar-te, com este calor seca tudo depressa demais.

Quando falar sozinho:
Antes só do que abandonado.


Quando questionarem o blog:

Num bolso vazio não cabe mais nada...

sexta-feira, agosto 26, 2005

Lições e ilações

Primeiro foram dias, depois semanas, o tempo passava e falavam cada vez menos. Viviam em cidades distantes, não muito, nada que justificasse este abandono, este silêncio. Gostavam muito um do outro e tudo parecia perfeito até à ida de Luís para Paris onde iria frequentar o MBA no INSEAD. Seria impossível continuar, pensaram, e deixaram de se ver.
Num dia de mau humor ela conheceu um novo amigo, Pedro, pujante e divertido, capaz de encher uma sala com energia. Não lhe foi indiferente, sorriu-lhe. Daí até ao namoro não se passou um mês. A paixão foi crescendo e as juras de amor também. Tudo era encantamento, talvez demais. O tempo havia de resolver a novidade, por enquanto a chama ainda ardia.
O telefone tocou. Quem seria, o nome Luís assomou no visor. Falaram de novidades e de tempos passados, riram muito como antigamente, mas no final veio o silêncio. Ele prometeu escrever-lhe para não perderem o contacto. Seria fácil. “Os email nem precisam de selos”, disse em jeito de brincadeira. Escreviam-se agora regularmente e, como por magia, começaram a insinuar-se, a procurar um pelo outro. Ela desafiou-o a vir, que sentia a falta dele. Ele defendia-se no estudo, que seria ela a visitá-lo. Mediam forças, não cediam.
Nessa noite ela telefonou ao Pedro, a voz era diferente, estava alegre como no início e perante a insistência deste confessou-lhe, “estou feliz porque te amo!”. Pedro não conseguiu sorrir, ela não o veria, há vozes que não enganam.



Para quem se arranjará ela?

quinta-feira, agosto 25, 2005

Erro de paralaxe

Deitado perco as referências, o mundo passa para outra dimensão e tudo aumenta!



Roubei esta foto daqui depois de ter visto outra ali.

quarta-feira, agosto 24, 2005

Pequena definição para um grande problema (post polémico)

Português (def.): alguém que conhece o mundo pelos destinos exóticos (Cancun, Cabo-Verde, Tailândia, ...) e desconhece tudo o que fica a norte dos Pirinéus. Recorda a história até ao reinado dos Filipes e quando quer impressionar estrangeiros fala do Figo e do Mourinho. Conduz automóveis com pedais on-off e gosta de ver incêndios. Delicia-se com visitas ao shopping desde que o tempo não convide a passeio. Tem barriga porque a mulher também tem e desculpa aos filhos o insucesso escolar. Tem dificuldade de concentração pelo que prefere a publicidade à programação, embora delire com telenovelas e reality shows. Tem alguma propensão para stand-up comedy desde que seja revisteira. Embora não seja participativo, aprecia eleições e todo o tipo de greves. Não planeia nada e prefere irritar-se com as soluções de recurso. Tem pena de si próprio e adora tudo o que é feito pelos outros. Olha os vizinhos com inveja mas sempre que pode vende-lhe os anéis a preço de saldo. Declara sempre menos do que ganha, mas gosta de exteriorizar riqueza. Não precisa de automóvel mas tem um melhor do que o do colega. Considera-se honesto mas não diz o mesmo do vizinho. Janta sempre em casa e quando sai não deixa gorjeta. Tem uma conta superior no cartão de crédito do que na conta poupança. Ao choro chama fado e ao miserabilismo chama saudade.
Porra, estou a falar de mim?!

E para os brasileiros que aqui passam:

Brasileiro (def.): juntar à definição acima a palhaçada dos italianos e o torpor dos africanos. Afinal eles são uma mistura rica em inutilidade, e essa, meus amigos, é o segredo da felicidade.

(Adoro Portugal e o país irmão, mas devemos olhar para as nossas idiossincrasias de frente e, como diz a cerejinha, rirmo-nos delas!)



Nem tudo está perdido!


Como estamos em período de Verão, deixo aqui mais um remix. Lenny Kravitz, house e electronic!

Terrorismo incendiário

Já toda a gente falou disto, agora ou antes, infelizmente o tema parece ser recorrente e teima em fazer parte da nossas idiossincrasias. Incendiários somos todos, uns mais do que os outros, basta pensar no que fizemos para minorar este flagelo... eu falo por mim. Redimindo-me deste lapso, vou dar algumas “sugestões estúpidas para pessoas inteligentes”.

1. Incendiários: Segundo o director da PJ de Coimbra, dos cerca de 600 processos instaurados este ano no âmbito da suspeita de fogo posto, foram detidas preventivamente mais de 70 pessoas. Estas têm as seguintes motivações: vingança, vandalismo ou diversão. Ao contrário do que apregoam os media, audiência “oblige”, não se encontram interesses económicos no móbil do crime. Assim sendo, sendo a moldura penal de 10 anos como pena máxima para este tipo de crime, e sabendo-se da tendência para a repetição do acto, proponho:
a) Colocação de pulseiras electrónicas no Verão a todos os indivíduos condenados por fogo posto e monitorização apertada dos movimentos destes.
b) Para os casos mais extremos, prisão preventiva nos períodos que se prevejam de maior risco.
c) Pacto de regime, em tudo semelhante ao que se passa com o terrorismo, para evitar a “promoção” dos incêndios nos media. Estou convicto que o trabalho dos jornalistas, embora de valor informativo, tem incentivado o incendiário. A televisão tem tido aqui um papel decisivo já que o incendiário valoriza o espectáculo.

2. A floresta em Portugal tem ardido desde 2003 a uma média superior a 180 mil hectares por ano. Parte deste flagelo deve-se ao mau ordenamento florestal. Aqui ressaltam 2 dimensões; desbaste da mata, verdadeira acendalha natural, e a florestação com espécies de árvores não adequadas ao território.
a) Manutenção: a obrigação da limpeza dos terrenos deve ser imputada aos proprietários. Contudo, o custo da mão-de-obra torna proibitiva esta opção. Assim, proponho a criação de um serviço estatal com cobertura nacional para manutenção da floresta. Nas suas competências ficaria a inspecção dos terrenos, a determinação da necessidade de manutenção (tipo e profundidade) e a execução da mesma. O preço seria subsidiado socialmente em função dos rendimentos e seria pago pelo proprietário do terreno. Caso não tivesse rendimentos para o fazer, devia o estado expropriar o terreno e assumir essa responsabilidade.
b) Florestação: análise estratégica da floresta portuguesa. Nesta análise seria incluído o aporte em valor da floresta para a economia portuguesa e o custo, económico e social, que os incêndios representam no PIB português. Por fim, plano de acção para os próximos 5 anos, definindo prioridades nas áreas de maior risco.

3. Gestão: A protecção florestal tem sido o calcanhar de Aquiles da gestão florestal. Basta ouvir a maioria dos comandantes dos bombeiros para se perceber que são homens de boa-vontade, mas com pouca preparação técnica. Por outro lado, a coordenação central tem sido ridícula, espelhando o Ministério do Interior ao nível da gestão a incompetência que grassa no país. Em causa está o próprio estado que tem o dever de proteger os cidadãos e os seus bens. Os israelitas, exímios em coordenação, têm um centro que gere todos os serviços de saúde (civis e militares) para responder às vítimas dos ataques terroristas. Aqui, a solução seria similar:
a) Reorganização dos serviços, flexibilizando-a em meios e tempos de resposta, criando ainda uma gestão centralizada de todos os meios disponíveis (civis - bombeiros, autarquias, INEM, etc, militares; terrestres, aéreos; etc.). Esta reorganização deve ser feita na sequência da análise estratégica proposta em 2.b)
b) Investimento nos recursos humanos (profissionalizando-os) e em meios numa lógica de proporcionalidade ao risco.
c) Criação de um organismo autónomo para auditar o parque florestal, avaliar as consequências dos incêndios e responsabilizar os órgãos públicos e pessoas sempre que se verifique negligência (algo similar ao tribunal de contas, mas eficaz).


A floresta é um sector estratégico, o estado deve dar-lhe a atenção que ela merece!


Em Setembro de 2003 publiquei esta estória, permanece actual!

sábado, agosto 20, 2005

Cruzes canhoto

Fui dar a minha volta pelos blogues de que gosto e destes para outros tantos que não conhecia. Foi uma caminhada didáctica, apercebi-me do vazio que vai na vida de muita gente. Isso sim, foi o que retive desta viagem. Os amigos que me perdoem, mas agora vou falar de outros.
Encontrei muitos diários pessoais, muita preocupação em justificar o que na vida saiu em sorte ou em desgraça. Algumas explicações são dignas de figurar no wall of fame de qualquer consultório psiquiátrico.
Mas há-os piores, falo dos que têm de si a percepção que estão acima do entendimento do comum dos mortais, daqueles que sobrevoam a blogoesfera com um espreguiçar sobranceiro. Explicam-nos detalhadamente as decisões acertadas da véspera, quando não do dia, as chatices que resultaram da incompetência ou limitação de colegas, amigos e familiares. Opinam sobre terceiros com o escárnio próprio de quem se irrita por os ter como vizinhos. Deslumbram-se com as suas próprias conclusões e são lestos em comunicar as descobertas, seguros que estão a fazer o mundo avançar. Enfim, encontraram neste espaço o que nunca encontrariam na vida física, paciência! Agora perdoem-me o desabafo, aturem-nos vocês que eu já fiz a tropa...


sexta-feira, agosto 19, 2005

Natureza

As mulheres ficam maduras de cabeça entre os 25-30 anos, contudo envelhecem fisicamente entre os 35-40 de forma drástica. Muitas conseguem lidar com isso, os homens é que têm mais dificuldade...


A esperança de vida aumentou, mas só no fim...

Um amigo meu costuma dizer meio a brincar: “sou muito conservador com as mulheres, têm de ter entre 20 e 30 anos”.

Produtividade

Encontrei um caracol na passadeira,
por uma questão de cortesia dei-lhe a prioridade!


Abram alas!

Time for snails remix! Feel the rhythm! Clap your hands...

Narcose

Sentes a minha voz,
esta pele que te abraça?
Sente que já não sou eu,
este é momento de sentir
em tempo de gente
que sofre sem saber,
que grita sem pudor
porque não sabe, nem sente!

Ah! Quem me dera
que fosses tu poeta
e sentisses o que não escrevo
porque não posso ou não sei;
será que queres, será que sabes
que só sinto, só!


Diminui o psicotrópico...

E agora, já sentes?


Nota da direcção deste Pasquim: o post foi escrito antes da medicação...

quinta-feira, agosto 18, 2005

Fresco

Para quem esteve de férias, receber à chegada um email com esta imagem é demasiado violento. Recordei as embalagens a vácuo, vá-se lá saber porquê!


"Olh'à sardinha!"

Sardinhas, de que falas tu?

quarta-feira, agosto 03, 2005

Agora mandas tu

Está na moda o marketing relacional. Dito isto, peço-vos que me dêem sugestões para este post, sugiram o tema, provoquem! Prometo que faço um cocktail com todas as ideias... será o silly post from the silly season!



A assinatura é vossa!

Provérbios meus

Depois da tempestade vêm os destroços...


terça-feira, agosto 02, 2005

O rei vai nu

Podemos ter tido mais primeiros-ministros do que os espanhóis, mas temos tido menos reis...

sexta-feira, julho 29, 2005

O que eles dizem

Diz o mfc que "quem cedo madruga passa o dia com sono"... eu acrescentava, "e sozinho!".

A Eva anda a acumular cargos públicos! Finalmente alguém coerente!

O Miguel esteve à escuta numa fila de uma repartição pública... e o que ele ouviu!

A Titas pôs-se a falar do ponto G que é muito mais difícil de encontrar do que o Ponto Cruz...

Se há homem com insónias, é este! Acorda sempre às 4 da manhã!

Regressam os festivais e os outdoors; ó Elsa, ó Elsa,...!

Há prisões de ventre terríveis... nada como um clister!

A Principessa está doente... o começo do Veraneio é sempre violento. As melhoras!





Nota: fiz um post em 5 minutos; não parem de escrever que assim vou poupando a cabeça!

quinta-feira, julho 28, 2005

Frescas

No seguimento do aumento da idade da reforma, Scolari convoca a velha pantera; Eusébio ainda tem muito para dar à selecção! Figo recebeu a notícia com entusiasmo...



Com jeitinho ainda fazemos uma selecção sub-50...


Nota: por falar em reforma vejam este vídeo imperdível!

Fantástico

Depois do IRA renunciar à luta armada, espera-se que a ETA lhe siga as pisadas. A Europa precisa de paz!





Didáctico: já que se fala da humanidade, visitem o Google Maps. Cliquem em “Satelitte" e arrastem o mapa com o rato para o local que querem ver (a vossa casa por exemplo). Depois basta ampliar! Têm como alternativa o Google Earth que é uma aplicação com mais opções, mas que necessita de ser instalada.

Otário por opção

Ao nível dos gastos públicos há duas dimensões distintas, investimento público e despesas públicas.

A primeira, o investimento, insere-se na óptica económica, i.e. na perspectiva da criação de valor para todos os interessados (stakeholders), em particular o cidadão (sentido de missão pública). O aeroporto da Ota cai nesta categoria.
Sabemos, já o referi, da necessidade urgente em suprir a capacidade do aeroporto da Portela face a vários riscos; congestionamento de tráfego, acidentes, ruído, etc. Entenderam os técnicos que o aeroporto se situasse na Ota, razão que questiono face ao factor proximidade; de facto, Lisboa já é uma cidade periférica e afastar o aeroporto 40 Km é ampliar a sua periferia. Não concordo, assim, com a escolha estratégica da localização.
Será um bom investimento? Sabemos que há entidades privadas dispostas a financiar a 100% a construção do aeroporto tendo em vista a sua exploração. Conclui-se, assim, que o aeroporto é rentável; i.e. gera fluxos de caixa que anualizados ao momento presente dão um valor positivo, logo suprem o investimento e as despesas de funcionamento. O Estado, com aquele vício estatal socializante, decidiu investir 10% para ter uma golden share, algo que detém também na PT para não se excluir como decisor em sectores que considera estratégicos ou de valor social.
Por fim, o valor patrimonial do terreno da Portela paga “de per si” o investimento global do novo aeroporto, construído em terrenos rurais.
Acresce ainda que o investimento vai ser efectuado através de serviços e produtos de empresas que são na maioria de capital português, gerando assim uma saudável troca de bens e serviços que estimulará o funcionamento do mercado aumentando a riqueza do País.
Será então a decisão do aeroporto correcta do ponto de vista económico? Pelo que se leu, é!

A segunda, a despesa, diz respeito aos gastos que o Estado comporta com o funcionamento das entidades públicas.
O investimento público gera sempre despesas públicas. Com o aeroporto passar-se-à o mesmo. Contudo, o encerramento do aeroporto da Portela fará com que a maioria dos R.H. transitem para o novo aeroporto, razão essa suficiente para a centralização do tráfego num só local para evitar ineficiências de duplicação de funções. Assim, as despesas da Ota só serão maiores do que as da Portela no que respeita ao aumento do tráfego. No entanto, um aeroporto novo tem sempre vantagens ao nível funcional já que foi dimensionado segundo melhores práticas. Desta forma, haverá para além das eficiências de escala, eficiências de experiência.
Perguntar-se-à: o funcionamento do aeroporto aumentará anualmente o défice? A resposta é clara: Não! As receitas serão superiores às despesas! Os aeroportos dão lucro!


Sendo o projecto viável ao nível económico e financeiro, porque será que tantos o denigrem? Também aqui há duas razões:
A primeira é política; de facto, nunca houve solidariedade nas medidas estruturais; esta estratégia política tem funcionado num País que tem um povo iletrado ao nível económico e que não se deixa conduzir.
A segunda é técnica; os economistas têm muita dificuldade em simular cenários com várias variáveis dinâmicas; tendencialmente fixam “n-1” variáveis e estudam o comportamento da restante. O manifesto do grupo dos 13 economistas é respeitável só por serem pessoas de bem, mas de facto muitos deles têm responsabilidade no estado da nação, visão de mangas de alpaca universitária.
Tal como na barragem do Alqueva, investimento de inegável interesse ambientalista, agrícola e turístico, eu sugiro que também se escreva na Ota: “Construam-me, Porra!”.



Como entreter detractores: na caixa diz 9 anos... não estará pronto antes da Ota...


Nota: Seria interessante vermos a classe política e a económica a darem ideias para a valorização dos R.H. Precisamos de valorizar o nosso capital humano! O choque tecnológico não está na tecnologia disponível mas na capacidade de a utilizarmos!

quarta-feira, julho 27, 2005

Brandos costumes

O terrorismo obriga a uma reacção proporcional em meios e ideais. Olho por olho, dente por dente! Portugal deve contribuir abnegadamente para este propósito...

Um egípcio concebeu o ataque às torres gémeas? Enviamos o Manuel Maria Carrilho carregado de explosivos para rebentar com uma pirâmide! Isso sim, é cultura!

Um marroquino fez explodir um comboio em Madrid? Encartamos o Santana Lopes num camião cisterna contra uma colónia de férias em Agadir. Isso sim, é recreação!

Um saudita fez voar um autocarro em Londres? Damos um cajado de sobreiro cheio de TNT ao Nobre Guedes para fazer a peregrinação a Meca. Isso sim, é fé!

Um paquistanês cedeu a casa para fabricarem bombas? Promove-se uma lição de economia numa Madrasta de Islamabade e enviamos o Louçã com “O capital” de Marx carregado de notas falsas embebidas em cianeto. Isso sim, é erudição!

Um kuwaitiano desviou um avião e conduziu os passageiros para a morte? Dá-se um brevet rápido a Pina Moura, Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix e enviamo-los contra a refinaria de Shuaiba. Isso sim, é inflação!

Portugal tem muitos mártires para dar ao Mundo; haja oportunidade...



Bárbara, vou rebentar mais uma pirâmide e já venho!


Nota: Encontra também tu um mártir e encena uma acção de retaliação. Afinal, tu és o cérebro da tua célula terrorista!

segunda-feira, julho 25, 2005

Espelho

Teixeira estava perdido em pensamentos distantes, numa conversa consigo próprio, daquelas em que ninguém entra mesmo se convidado, numa sequência cuja lógica só ele podia descortinar. O comboio tinha partido de Cascais rumo a Lisboa numa viagem curta, não mais de dez paragens. Seria um dia como outro qualquer; acordou estremunhado, tomou banho automaticamente e depois, sem pressas, engoliu um croissant que sobrara da véspera. O autocarro deixou-o à porta da estação que àquela hora parecia abandonada.
O mar acompanhava-o com reflexos de um sol ensonado na preguiça de quem sabe ter ainda toda a manhã para se erguer. Nunca se cansava deste mar, um trajecto para eleitos, sentia-se feliz por poder presenciar um amanhecer assim. As gaivotas, essas, começavam agora a partir na rota das traineiras que andavam há horas na faina.
A travagem foi mais brusca do que o habitual, sentiu-se impulsionado para a frente num movimento que as pernas contrariaram de pronto. Olhou para fora e viu as caras do costume, sem expressão, com marcas de uma noite interrompida na pressa de horários que se devem cumprir. As portas abriram-se ao tsunami que de imediato galgou cadeiras, coxias e todo o espaço que sobrava.
De início não o reconheceu, mas quando ele o olhou de frente ficou com aquela estranha sensação de um “déjà vu”. O estranho fixou nele o olhar e sem hesitação disparou:
Estranho: conhecemo-nos?
Teixeira: bem... a sua cara não me é estranha.
Estranho: nem a sua, nem a sua! Confesso que não sei bem de onde.
Teixeira: será de Cascais? Eu vivo lá há mais de vinte anos.
Estranho: eu também, mesmo em frente ao Farol da Guia...
Teixeira: não pode ser, vejo o Farol da sala de jantar, mas continuo com uma branca...
Estranho: espere, não costuma correr na ciclo-via que vai até ao Guincho?
Teixeira: todos os sábados de manhã!
Estranho: está explicado, eu também! Já nos devemos ter cruzado dezenas de vezes.
Teixeira: (sorri) certamente! Já agora apresento-me, Luís (e estende-lhe a mão).
Estranho: hoje estamos no dia das coincidências. Eu também me chamo Luís!
Teixeira: só faltava dizer que a sua mulher se chamava Teresa (e ri-se).
Estranho: (muda o semblante)... brinca, a sua mulher chama-se Teresa?
Teixeira: desde que nasceu.
Estranho: meu amigo, a minha também!
Teixeira: só faltava serem irmãs gémeas!
(riem-se)
Estranho: mais um dia de trabalho...
Teixeira: mas o fim-de-semana está próximo... hoje tenho de validar umas facturas...
Estranho: curioso, eu também. Não me diga que trabalha na área financeira?
Teixeira: trabalho num banco, no BPI, o banco do Mourinho... mas no meu o treinador é bem lixado!
Estranho: caramba! Eu também trabalho no BPI! Aposto que é daí que nos conhecemos! Hoje tenho de jogar no Euro Milhões!
Teixeira: se você não ganhar, ganho eu. Qual é a sua área, Luís?
Estranho: estou no crédito... sou analista.
Teixeira: ...no crédito? Eu... mas afinal há quanto tempo está no BPI?
Estranho: há 12 anos, mas só estou no crédito há 3 meses!
Teixeira: .... ok! ok! Já percebi, está a gozar comigo... eu mudei para o crédito há 3 meses, são coincidências a mais...
Estranho: pois são, mas eu tenho dado as respostas, por isso se está aqui alguém a gozar com o outro será você! (levantando o tom de voz)
Teixeira:. ... pois, e a minha avó ainda está viva...
Estranho: desculpe, acho que não faz sentido continuarmos a falar, aliás, não faz sentido eu estar aqui sentado ao pé de si; tenha um bom-dia de trabalho...
Teixeira: para você também, Luís... será esse o seu nome?
O estranho levantou-se lançando para trás um olhar de desprezo. Teixeira acompanhou-o com o olhar até o ver mudar de carruagem. Seria essa a memória com que ficaria; alguém que por ali passou para o gozar, mas a mando de quem? Olhou à volta e viu, por entre as cabeças junto à porta da carruagem, a cabeleira inconfundível de Manuela. Não era bela, mas o cabelo loiro bem esticado fazia dela uma mulher que não passava despercebida. Ali não seria diferente; os homens que a rodeavam miravam-na de quando em quando, disfarçando o olhar quando cruzado com o de outro. Teixeira ficou-se, não disse nada.
O vexame persegui-o até à secretária. “Mas por que raio me fez ela aquilo?”, este pensamento não lhe saía da cabeça. Preparava-se para tirar o casaco quando alguém lhe disse:
Ela: Bom-dia! Hoje viemos muito pensativos!
Ele: Olá! Também te vi no comboio mas como ias junto à porta nem te disse nada.
Ela: pois é, tu tens a vantagem de quem entra primeiro e tem sempre lugar sentado.
Ele: é verdade! Mas tem os seus inconvenientes também, tive de aturar um parvo que me quis gozar.
Ela: a sério?
Ele: é verdade... sabes quem era o homem que vinha a falar comigo?
Ela: homem? Mas tu vinhas rodeado de mulheres, reparei nisso porque estavam todas a sorrir...
Ele: a sorrir? A propósito de quê?
Ela: de ti! E tu não és um homem propriamente belo... (e deixou escapar um sorriso)
Ele: de mim?!
Ela: sim... vinhas a falar sozinho!



Espelho meu, haverá mais alguém para além do... eu?

Chapelada

Lance Armstrong ganhou a sua sétima volta à França em bicicleta. Chirac deve estar feliz, nunca um americano teve tantas vitórias em solo francês...


sexta-feira, julho 22, 2005

Euro Ilusão

Se me saírem os 96 milhões de euros vou ter uma vida cheia de dificuldades... em continuar anónimo!


Post minimaLista

Lista!

Let's Dance

Num speed dating, diz a rapariga (aluna universitária) ao rapaz (trolha) a meio de uma conversa interrompida por um silêncio insuportável:
Ela: Desenvolve!
Ele: (enche o peito de ar)
Ela: ainda bem que te inspiro...





E porque estamos no Verão... para desenvolver! Quem preferir sem álcool pode ouvir aqui!
(Ouvir bem alto!)

quinta-feira, julho 21, 2005

Carlinhos, Machista Gay

"Eu sou machista... eu para mim a mulher é inferior ao homem, por isso é que eu só como homens, só homens...", é assim que começa um vídeo irreal passado na baixa lisboeta. Não sei qual foi o autor, não sei quem é o actor, não sei mesmo se este último sobreviveu... preferia ser terrorista em Londres, pelo menos morria depressa!



Vai assim para a Nazaré, vai...

terça-feira, julho 19, 2005

InterPreta (vulgo Mulata)

Porque as minhas leitoras também têm de se distrair!
O que pensará David Beckhman?


Segundo elas: anda cá que eu depilo-te toda!

Segundo eles: na cabeça só sobreviveram as sobrancelhas! Sem elas fico igual ao Joaquim de Almeida...


P.S. Interpreta tu também!


Novidades minhas - alguns blogues que descobri recentemente: João Nascimento (descomprometido e com a rádio Mega FM a acompanhar), Delírios da Eva (uma açoriana simpática com receitas várias), O meu blog é maior que o teu (cáustico, irreverente e divertido), O frio que faz na cama (escrita que promete), Uma americana que aqui encalhou (jovem e irreverente), Trapalhadas para a colecção (Nana e Zé Maria partilham um espaço divertido).

Back to the basics

Faltava cá o ar puro...



Quando a idade é apenas um detalhe!

segunda-feira, julho 18, 2005

Enumerar factos

O Vizinho, após acalorada troca de "mimos" na Blogotinha, sugeriu-me que apontasse algumas iniciativas positivas de Sócrates embora o homem só lá esteja há 5 meses (mais ou menos o mesmo período que o Santana levou a cair). O desafio resultou de eu ter defendido a coragem do homem, ainda que eu esteja longe do seu ideal. Então vamos por partes:


Finanças: falou-se verdade e mostraram-se os números. Percebeu-se pela primeira vez qual era o valor do défice e a impossibilidade de o debelar numa só legislatura. O aumento do IVA para 21% pode ser discutível, mas é uma tentativa de se recuperarem receitas, travar-se o consumo e não me parece que vá abrandar a economia.

Assembleia da República: cortou nas regalias dos deputados. Esta pode custar-lhe caro!

Inovação: 1,5 mil milhões de euros de incentivos para a inovação e internacionalização das empresas disponibilizados no programa Prime e que podem gerar 4,5 mil milhões de euros em investimento. O ministro da economia, ex-administrador do BES, é um super-ministro!

Administração Pública: foi corajoso na reforma da administração pública, onde os argumentos dos instalados deviam ser confrontados com os que não têm emprego nem oportunidades. Segundo Artur Santos Silva, presidente do BPI, os funcionários públicos têm reformas que em média são três vezes superiores aos dos funcinários da "privada".

Energia: apostou claramente nas energias renováveis anunciando um investimento de 3 mil milhões de euros entre privados e estado até 2010. Aposta-se no ambiente, em equipamento fabricado em Portugal e na redução da dependência do Petróleo.

Obras Públicas: decisão da construção do aeroporto da Ota (discutível a localização mas inquestionável a necessidade) e do TGV (comboio de alta-velocidade). Não coloca portagens nas SCUT o que poderá ser discutível do ponto de vista económico, é certamente justificável na perspectiva social. De facto, num País com uma Lisboa macrocéfala é bom ver este tipo de iniciativas. Vão ser feitos ainda mais IPs e uma auto-estrada que ligará Bragança a Amarante (custos da interioridade).

Justiça: as férias judiciais passaram de 2 meses para um, deixam de ser cobradas as dívidas de seguros em tribunal (25 mil processos ano a menos), etc.

Saúde: Restringiu as regalias dos farmacêuticos, representados pela ANF; o maior lobby português! Limitou a 5 os 10 novos hospitais que estavam anunciados. Basta pensar no que se passa no triângulo Tomar, Torres Novas e Abrantes. Três hospitais para uma população que podia ser servida por um só.

Trabalho: Caminha-se a bom ritmo para a flexibilização laboral.

Educação: os professores fazem greve em dia de exames, não percebendo que acima de tudo são educadores e que deles também depende o sucesso dos seus alunos. Horários alargados, obrigatoriedade do Inglês, aulas de substituição para evitar tempos mortos, etc.

Segurança: Fusão de alguns subsistemas das Forças Armadas para diminuir custos e aumentar a qualidade de serviço.

Turismo: Relançamento do projecto de Tróia, a nossa estrela no turismo antes do 25 de Abril.

Tecnologia: O choque tecnológico é transversal a todos os ministérios. Algumas iniciativas estão nos temas já aqui enunciados, outros penso que devem ficar congelados porque a surpresa do défice deixou muitas ideias na gaveta.


Não fui exaustivo, podia ter continuado; apanhei coisas daqui e dali. Também não sou socialista nem cerro o punho, mas não me digam que o que enunciei é demagogia. O homem até pode cair antes de acabar o mandato, o homem até pode estar mal rodeado, mas porque não lhe damos uma oportunidade em vez de falarmos mal dele... está-nos no sangue, não é? O Presidente da República é de todos os portugueses, porque raio o Primeiro-Ministro haveria ser só de alguns (é nisto que os anglo-saxónicos nos batem, nisto e noutras coisas...)?

Idiota por opção

É por todos sabido da necessidade de um novo aeroporto para Lisboa. De facto, falta a Portugal um aeroporto que nos projecte em termos de tráfego, não só de passageiros como de mercadorias. Muitos eventos haverá que necessitarão deste “hub” para escoar os passageiros. O aeroporto da Portela está perto da sua capacidade máxima, 16 milhões de passageiros de movimento anual.

Há quem defenda o actual aeroporto com o argumento da proximidade esquecendo-se, contudo, que o terreno em questão tem um valor imobiliário inestimável, que a capacidade de crescimento é diminuta, que afecta a qualidade de algumas zonas de Lisboa e que o risco para a cidade não é menosprezável. Já foi tentada uma melhoria à gare do aeroporto e é o que se vê, instalações que ficam muito aquém do que se encontra nas segundas cidades da Europa evoluída. O fluxo de passageiros dentro do aeroporto é um desafio labiríntico, com soluções de contingência nada funcionais. A oferta do comércio é pindérica com preços gritantes face à política de free-shop. O modelo está moribundo e o tráfego continua a aumentar.

Há quem prefira o aeroporto fora da cidade, na Ota, em Alverca ou no Montijo, onde há condições para se fazerem infra-estruturas com qualidade internacional. A Ota, mais distante de Lisboa, está na rota do comboio de alta-velocidade e tem a preferência dos políticos. Será uma construção de raiz, ao contrário das outras hipóteses, e obrigará a um investimento de 3 mil milhões de euros (cerca de 600 milhões de contos). Os técnicos, esses, alertam para os ventos instáveis e para os custos de construção, uma vez que são necessários grandes trabalhos de deslocação de terras. Alverca e Montijo, ao invés, só levantam problemas na gestão do tráfego aéreo quando conjugados com a do aeroporto da Portela que não se prevê desactivar.

Eu preferia uma solução completamente radical. Primeiro desactivaria o aeroporto da Portela. É impensável mantê-lo face aos constrangimentos que apresenta, e o seu valor imobiliário pode financiar em grande parte a construção do novo aeroporto.
Nunca apostaria num aeroporto a 40 Km de Lisboa como será o da Ota. Concordo com o factor proximidade que pode ser obtido tanto em Alverca como no Montijo.

Contudo, e para falar em algo radical, penso no que foi feito em várias cidades, em que o rio ou o mar serviram para suportar as infra-estruturas do aeroporto. Fazer o aeroporto no rio seria caro? A ideia parece à primeira vista disparatada, mas seria mais caro do que as soluções encontradas? A montante da ponte Vasco da Gama não há rio assoreado e gratuito numa extensão que se resolveu chamar Mar da Palha? Não estará mais próximo de Lisboa do que outras soluções? Não terá mais hipóteses de crescimento do que se fosse construído em terra, sabendo-se que grande parte das infra-estruturas seriam pequenas extensões das que já se encontram em Lisboa (metro, autocarros, etc.). Não será mais seguro em caso de acidente? Não será mais emblemático num País que quer mostrar inovação e modernidade? A imagem de Lisboa do ar é um bom cartão-de-visita a quem chega! A ideia pode parecer louca, mas Nova Iorque e outras cidades não pensaram assim!



Ok, ok! De vez em quando é bom divagar... não faço puto ideia se isto é válido, mas uma vez pensado resolvi partilhá-lo!
E, já que estamos numa de idiotices, deixo-vos o Avia Cão! Escolham a velocidade e recostem-se...

Provérbios meus

Quem não sabe é como quem não lê! Ler é o melhor remédio!



Mark Lague

sábado, julho 16, 2005

Flashback

Talvez por estar mais num dia de leitura do que de escrita, apeteceu-me recuperar o meu antigo sistema de comentários para poder reler algumas pérolas.

Primeiro quis recordar palavras que me tocaram, depois quis perceber o que significavam 100.000 visitas. As palavras foram sentidas, as visitas não; de facto, não significam rigorosamente nada de nada. Passam por aqui mais anónimos do que interessados, como na maioria dos blogues aliás! Limitamo-nos a ceder passagem à miríade de curiosos que se só se detêm em pastagens de iguais. De quando em vez cabe-nos o privilégio. E assim se vão criando comunidades, cimentando conhecimentos e, não raras vezes, criando amizades.

Curioso, escrevo aqui há 16 meses (tive um interregno de cerca de meio ano) e ainda não me arrependi nem envergonhei; como diria a minha mãe, “simples mas tocante!”. Só por isso me atrevo a recordar alguns momentos; valem o que valem, mas são honestos.

Dei comigo a esculpir palavras, a escrever poemas num coração sem ritmo, a transcrever a raiva ou a alegria de momentos vividos, a preguiçar convosco, a efabular conversas da treta, a narrar contos para crianças; enfim, deixei aqui um pedacinho de mim, espero que tenham gostado.
Por mim concluí que ainda não sei escrever, mas que me esforcei, esforcei!

sexta-feira, julho 15, 2005

Carta aberta

Um comentário meu no blogue da minha amiga Gotinha originou uma sequência de posts e comentários que me obrigaram a resposta. Deixo-vos esta, a última, por resumir o que penso da nação. Vale o que vale, mas é o que sinto. E como refere a dedicatória que o Vizinho dedica à Gotinha, We'll rock you!



Caro Vizinho

Antes de mais, relaxa, pois a minha reposta é, e será sempre, assertiva.
Compreendo a tua raiva, fácil de explicar aliás. Fazes-me recordar todos aqueles que são contra a pena de morte, mas quando confrontados com violência num familiar seriam capazes de estrangular o facínora com as próprias mãos. É humano, caro Vizinho, mas não é racional.
Não me viste escrever que gostava do Sócrates, aliás, disse que nunca votei nele nem no partido dele e que entendia que ele estava mal rodeado, basta ver a quantidade de políticos encartados do governo Guterres que o acompanham, e os outros que ocupam a bancada socialista no parlamento. Não, eu não estou equivocado, caro Vizinho, o que é necessário, contudo, é alguma lucidez.
Assim, vamos por partes. Para aferirmos o dia de hoje é necessário olharmos para pelo menos 50 anos de história, isto é, 5 gerações que determinaram o passado recente de um País. Olharmos mais para trás seria tentarmos cobrar uma herança de um parente que nunca conhecemos.

Começo pelo Salazar. Se Portugal lhe deve 5 anos de crescimento económico e a cobardia de evitarmos a segunda guerra mundial à custa do sangue de outros, ficou-lhe a nação credora de um povo iletrado e pobre, de um império longe da Pátria e dos autóctones, de uma ditadura silenciada pela Igreja e monopólios. Atraso imenso este que herdámos, e não vale a pena encontrarmos razões ideológicas ou conjunturais para justificarmos o impensável. Houve inocentes mortos, pobres esquecidos e regalias injustificáveis!

Depois disso veio a revolução, tão branda como o sangue que nos corre nas veias, mas sentida no desejo de mudança de um povo que via os seus morrerem por causas que não entendia. E as mudanças, mesmo as brandas, fazem-se sempre com sofrimento, pois se uns perdem regalias, outros ganham-nas sem mérito. E se um Portugal, grande, imenso, se perdera por todos os mares na diáspora corajosa, ficara agora reduzido a um quintal no fundo de uma Europa que não o conhecia e que não lhe dava grande crédito.
O sabor da liberdade era imenso, mas o que outrora fora um duplex era agora um mísero T1 numa Europa que ocupava grande parte do prédio. Nas colónias foi o que se viu por nossa herança; os herdeiros, esses, foram piores do que os ocupantes pois a emoção foi sempre cega.
Seguiram-se déspotas (Otelo Saraiiva de Carvalho, Vasco Gonçalves, Vasco Cunhal, e tantos outros) a tentar a oportunidade e homens lúcidos (Sá Carneiro, Mário Soares, Nobre da Costa, etc.), mas nenhum, nenhum, com sentido de Estado a longo prazo. Deixaram-nos os cofres desbaratados, a economia nacionalizada, um ensino fácil e sem qualidade. Não os podemos culpabilizar, depois de uma ditadura seria normal uma década desregrada. Ninguém estava preparado, nem os políticos, nem a economia, nem o povo. Sobrou-nos o empreendorismo dos que das colónias regressaram para nos ensinarem o que era a aversão ao risco, a criação de valor e a esperança.

A segunda metade da democracia já teve consciência. A entrada na então CEE iria mudar o paradigma; passávamos de magrebinos esquecidos a europeus de segunda. Contudo, foi bom, os fundos estruturais iriam comprová-lo.

Depois do rigor do Hernâni Lopes e do sacrifício dos portugueses que abdicaram do 13 mês, veio a dinastia do Cavaco Silva. Promissora no primeiro mandato, fez o óbvio. Apostou nas infra-estruturas e na utilização dos fundos que nos disponibilizaram. E o discurso era de esperança, positivo, sem tempo para querelas pois tardava fazer-se Portugal. Contudo, os vícios falaram mais alto.
Primeiro fizeram-se as privatizações, e bem! Infelizmente não foram empreendedores que recuperaram a economia; a maior das vezes devolveu-se o capital a quem não estava preparado para o mercado livre, para a sã concorrência nas regras ditadas pelo mercado; as famílias que detinham os monopólios recuperaram os seus impérios e não lhes acrescentaram valor; de facto, e por via disso, não há em Portugal um verdadeiro self-made-man desde Alfredo da Silva. Nem mesmo o Belmiro, pois um empreendedor legítimo parte do zero.
Depois veio a vontade do fácil e do expediente. Numa sociedade sem cultura democrática nem ética, confundiu-se o Estado com direitos adquiridos, promoveu-se a criação de um aparelho indolente e de comportamentos que, embora socialmente aceites, a globalização veio mostrar serem eticamente reprováveis ou ilícitos.

Nem Cavaco na segunda metade do seu mandato, Guterres, Durão ou Santana nos convenceram que tinham um projecto para Portugal, que haveria entendimentos para reformas estruturantes na sociedade portuguesa. Caiu-se no laxismo potenciado por um povo mais solidário no insucesso do que no êxito (a tal inveja de que falavas). No entanto os números não mentem, e de falsidades e enganos percebeu-se que se devia fazer algo. Sócrates aparece num momento decisivo. Se for capaz de aproveitar a oportunidade ficará para a história, caso contrário será só mais um.

É-me indiferente a cor política do governo; são os homens que fazem a história e não os partidos. Se este homem tentar mudar Portugal então ele pode contar comigo. Mexeu em muitos interesses instalados, feriu muitos sectores, mas porra, teve tomates! E demagogia, como já escrevi, são os defeitos que encontramos nos outros para justificar os nossos. E essa técnica brilhantemente aplicada por todos os quadrantes políticos tem de ser esquecida; precisamos de arregaçar as mangas, valorizar o capital humano, sacrifício e muita, mas mesmo muita vontade de deixar um futuro melhor aos nossos filhos pois, como diz o adágio, que fale bem de mim quem depois de mim vier!

Abraço,

João

quarta-feira, julho 13, 2005

100.000

If you see the hot number in the sword at the bottom of this page I congratulate you.
You win the right to comment whatever you want! I’ll post it!


Se vires o “número quente” na espada que está no final desta página, dou-te os parabéns.
Ganhaste o direito de comentar o que quiseres! Eu farei dele um post!


A minha pena

É para ti que escrevo, para quem não sei nem vejo, que me mira à porta em jeito de sombra, e se num ápice me resgatas o texto eu ofereço-te, é teu, sempre foi, que dele nada quero a não ser que o toques, e quanto mais sentido for mais eu escreverei, como se de uma luta se tratasse, com a urgência de to oferecer, sem razão para além do prazer e um pouco de vaidade também, quem não a tem, e se puderes diz o que sentes, comenta, esse é alimento que não se descuida, pois texto com texto enfrentam-se nas razões de cada um, e não as há maiores mas sim diferentes, e a ti vou ler também sem azedo ou submisso, se começo tu acabas, se tu lês eu aprendo.



A pena está velha, bem tentei o ponto final mas saía-me sempre a vírgula...

Ballet Gulbenkian

Depois da extinção deste grupo fica-nos o "ballet rose"! Não se pode ter tudo...



Por isto vale a pena votar!


Nota: um blogue novo, com piada. Espero que mantenha o ritmo, é sempre bom ler humor inteligente.

terça-feira, julho 12, 2005

Blog slave

Isto anda tão parado, mas tão parado... que um dia destes quem o pára sou eu!


Tu


Querias tu que fosse teu,
só assim,
tão fácil como um desejo;
querias tu que te adorasse,
tão só,
fosses tu deusa e eu criatura;
querias tudo
na vida que olhaste
que era de outro que não eu;
quisesses tu
ser somente tu,
saberes olhar-te para dentro
onde escondes o que és,
sendo tu
e não outra qualquer.






Nota: poema ficcionado na vida dela. Quem? Não faço a mínima ideia, nunca a conheci!

Acorrentados

Zé: Então, como vai o trabalho?
Tó: Lá vai, lá vai...
Zé: Jogamos na sexta?
Tó: Não, faço greve! Aproveito e vou à terra! Com as festas e tudo... e tu? Como vai o emprego?
Zé: Trabalho!... o que já não é mau. O meu filho é que não...
Tó: Ainda não? Porque não recorres ao partido, com os teus contactos...
Zé: Partido? Partido ando eu para manter a família unida! Tenho pena do miúdo, esfalfou-se a estudar e agora anda um farrapo, já nem ri, uma lástima.
Tó: A minha miúda lá está a trabalhar na repartição... uma merda, mas foi o que arranjei!
Zé: Sempre acabou o curso?
Tó: Tinha lá ela tempo para isso! Só quer é namorar... e de manhã para a tirar da cama... vai lá, vai!
Zé: Bem, vou pegar o segundo turno...
Tó: Porra, isso é que é ganância!
Zé: Ganância? Pensas que a vida é fácil, mas a vida não é fácil nem as férias caem do Céu!
Tó: Olha-me este, eu só gozo as férias que me dão!
Zé: A mim não mas dão, tenho de ganhá-las...
Tó: Queres ver que eu não trabalho, que ando à mama?!
Zé: Avaliam-te? Os meus avaliam, porra, e este ano voltei a não ser aumentado!
Tó: Vai lá pegar no segundo turno, já são 5 horas e eu tenho de ir com a mulher às compras, derrete-me o dinheirinho todo que me custa a ganhar!
Zé: Se o dizes...


Todos se lamentam, todos exigem, mas se estão todos mal porque não mudam de emprego...

Não quero ser panfletário, mas resolver os problemas não produzindo é como estar doente e recusar a medicação!


Nota: A Função Pública não é um cancro, é uma pessoa de bem que está enferma; i.e. tem um cancro. Não será com mezinhas ou com carícias que se encontrará a cura, é preciso reagir antes que a doença tome a parte pelo todo!

Pensamento Pro Fundo

Demagogia são os defeitos que encontramos nos outros para justificar os nossos.


Olhar para o umbigo...

segunda-feira, julho 11, 2005

quinta-feira, julho 07, 2005

Manipulação

Nova Iorque, Madrid e Londres. Não é a promoção de um pefume, mas a campanha foi igualmente bem montada. Um fio condutor: raiva, fanatismo, vertigem. Um ponto em comum: Islamismo.

Hoje não é dia de grandes reflexões mas de profunda tristeza, é momento para confirmar que, quando a humanidade se esgota na fé, tudo é permeável à vontade dos homens que conduzem as diferentes confissões. Não haverá poder maior, nem o económico, pois o alimento do espírito cega todas as outras necessidades.

Nada é possível sem financiamento, nem a guerra nem o terrorismo. O Ocidente compra petróleo aos árabes e, assim, oferece-lhes a capacidade de financiarem os guerrilheiros da fé, os que anseiam pelas virgens. Optemos pelas energias limpas e renováveis. Não basta acreditar nas democracias, é preciso lutar por elas.

Pobre Tugal

Girona, com os seus casarios que pendem sobre o rio muito à semelhança de Florença, acolhe-me para jantar. A praça, enorme, oferece esplanadas onde os comensais, oriundos dos mais variados cantos do mundo, se deleitam com as iguarias e a vista. Ao meu lado senta-se um casal holandês, ambos na casa dos sessenta. Ela olha o meu prato e pergunta-me o que é, a conversa irá prolongar-se por três horas. O interesse aumenta quando percebo que conhecem bem Portugal, pois tinham estado em Lisboa no dia seguinte à revolução e as visitas repetiram-se espaçadas até ao ano passado. O marido, entusiasmado com o tema e esquecendo-se que eu era português, comenta: "continuam pobres...". Peço a sobremesa, felizmente não têm bananas!


GPS à beira de um ataque de nervos

Navego em Barcelona relativamente bem, o que me permite ignorar alguns trajectos que me são sugeridos pelo GPS. Assim, sempre que opto seguir o meu sentido de orientação tenho constantemente o GPS a recalcular o trajecto. A voz da menina é invariavelmente "after 100 meters turn ...".
Hoje fui almoçar à marina olímpica e foram tantas as alterações sugeridas que após 20 minutos de condução a "menina perdeu o pio"... penso que ficou histérica, eu ficava!


quarta-feira, julho 06, 2005

Ma cabro!

Alan e Louise estão casados há 30 anos. Agora que o Alan deixou de fumar, após 40 anos de vício, ambos usam pensos de nicotina...


Um cigarro para dois?

Monty Phyton - 1st take

Caracassone; um músico toca uma Dilruba (guitarra indiana que se toca com arco) sentado no chão com as pernas dobradas a fazer colo ao instrumento. O cabelo entrelaçado cobre-lhe parte das costas na tradição jamaicana, embora ele seja europeu e caucasiano. As barbas massivas têm cuidados que há muito o cabelo dispensou. A música mantem-se monótona, como se lhe falhasse a recordação da próxima nota. É um momento Zen. Um traseunte, num acto de caridade, pega numa pedra da calçada e lança-a bem no meio da testa do músico. Este revira os olhos, solta um breve zunido, e mirando de frente o traseunte comenta: "Thanks for the pain, I see Good in all is splendor... in the stars!"


Que pedra... meu!

domingo, julho 03, 2005

Conversas improváveis

- Se fosses para uma ilha sózinho, o que levavas?
- Analgésicos, suporto tudo menos a dor. E tu, o que levavas?
- A felicidade, suporto tudo menos a angústia!
- ... e isso onde se vende?


Provérbios meus

Dá Deus nozes a quem as tem.


Conduzir conduzido

Há mais de dez anos uma amiga, engenheira geofísica, falou-me das maravilhas dos sistemas de informação geográfica. O corolário prendia-se, claro está, com a utilização do GPS (sistema de posicionamento global) para o controlo do tráfego. Outros tempos, as mesmas necessidades.

Faço o check-out e dirijo-me para o balcão da Europcar. A vantagem de chegar depois das 24h garante-me que as reservas de balcão esgotaram a classe de viaturas que eu alugara. Perfeito, agora iria viajar num Toyota diesel de 2 litros pelo preço de um Seat Ibiza. Bastava-me que o isqueiro funcionasse para carregar o GPS bluetooth e o Qtek S100, a surpresa viria com o facto do telemóvel encaixar na perfeição por cima do conta-rotações. De facto, num carro alugado este manómetro é dispensável...
Emparelhei ambos os equipamentos (é assim que se diz em bluetoothenês), GPS e telemóvel, e "abri"o software de navegação TomTom. Escolhi o destino, já que o ponto onde me encontrava foi escolhido automaticamente como origem. O cálculo do percurso ideal foi calculado em parcos segundos. Saí do mapa onde o trajecto ficara destacado e escolhi a navegação através do "navigator", um verdadeiro simulador a 3 dimensões. Para ser um jogo de computador só lhe falta o realismo do cenário, mas tudo o resto está lá. Fiz-me à estrada e na primeira rotunda do aeroporto ouço nitidamente a vir do telemóvel num inglês perfeito e feminino, "in two hundred meters roundabout second exit". Afinal não iria viajar só. A meio da viagem, e por mera distracção, saí no local errado. De imediato, nem 5 segundos, o trajecto foi recalculado e eu fui conduzido de novo à autoestrada. Se o Vasco da Gama sonhasse...



Ai do taxista que me enganar...

sábado, julho 02, 2005

Estrelato

Qual blogoesfera, blogómetro ou blogstar; só agora atingi o estrelato. Quem se pode gabar de ter um blog dedicado a si?



O FCP tem o emplastro e eu tenho um palhaço!