Diz o mfc que "quem cedo madruga passa o dia com sono"... eu acrescentava, "e sozinho!".
A Eva anda a acumular cargos públicos! Finalmente alguém coerente!
O Miguel esteve à escuta numa fila de uma repartição pública... e o que ele ouviu!
A Titas pôs-se a falar do ponto G que é muito mais difícil de encontrar do que o Ponto Cruz...
Se há homem com insónias, é este! Acorda sempre às 4 da manhã!
Regressam os festivais e os outdoors; ó Elsa, ó Elsa,...!
Há prisões de ventre terríveis... nada como um clister!
A Principessa está doente... o começo do Veraneio é sempre violento. As melhoras!
Nota: fiz um post em 5 minutos; não parem de escrever que assim vou poupando a cabeça!
Não são permitidos animais: chatos, pessimistas, arrogantes, acéfalos ou outro tipo de parasitas...
sexta-feira, julho 29, 2005
quinta-feira, julho 28, 2005
Frescas
No seguimento do aumento da idade da reforma, Scolari convoca a velha pantera; Eusébio ainda tem muito para dar à selecção! Figo recebeu a notícia com entusiasmo...
Com jeitinho ainda fazemos uma selecção sub-50...
Nota: por falar em reforma vejam este vídeo imperdível!
Com jeitinho ainda fazemos uma selecção sub-50...
Nota: por falar em reforma vejam este vídeo imperdível!
Fantástico
Depois do IRA renunciar à luta armada, espera-se que a ETA lhe siga as pisadas. A Europa precisa de paz!
Didáctico: já que se fala da humanidade, visitem o Google Maps. Cliquem em “Satelitte" e arrastem o mapa com o rato para o local que querem ver (a vossa casa por exemplo). Depois basta ampliar! Têm como alternativa o Google Earth que é uma aplicação com mais opções, mas que necessita de ser instalada.
Didáctico: já que se fala da humanidade, visitem o Google Maps. Cliquem em “Satelitte" e arrastem o mapa com o rato para o local que querem ver (a vossa casa por exemplo). Depois basta ampliar! Têm como alternativa o Google Earth que é uma aplicação com mais opções, mas que necessita de ser instalada.
Otário por opção
Ao nível dos gastos públicos há duas dimensões distintas, investimento público e despesas públicas.
A primeira, o investimento, insere-se na óptica económica, i.e. na perspectiva da criação de valor para todos os interessados (stakeholders), em particular o cidadão (sentido de missão pública). O aeroporto da Ota cai nesta categoria.
Sabemos, já o referi, da necessidade urgente em suprir a capacidade do aeroporto da Portela face a vários riscos; congestionamento de tráfego, acidentes, ruído, etc. Entenderam os técnicos que o aeroporto se situasse na Ota, razão que questiono face ao factor proximidade; de facto, Lisboa já é uma cidade periférica e afastar o aeroporto 40 Km é ampliar a sua periferia. Não concordo, assim, com a escolha estratégica da localização.
Será um bom investimento? Sabemos que há entidades privadas dispostas a financiar a 100% a construção do aeroporto tendo em vista a sua exploração. Conclui-se, assim, que o aeroporto é rentável; i.e. gera fluxos de caixa que anualizados ao momento presente dão um valor positivo, logo suprem o investimento e as despesas de funcionamento. O Estado, com aquele vício estatal socializante, decidiu investir 10% para ter uma golden share, algo que detém também na PT para não se excluir como decisor em sectores que considera estratégicos ou de valor social.
Por fim, o valor patrimonial do terreno da Portela paga “de per si” o investimento global do novo aeroporto, construído em terrenos rurais.
Acresce ainda que o investimento vai ser efectuado através de serviços e produtos de empresas que são na maioria de capital português, gerando assim uma saudável troca de bens e serviços que estimulará o funcionamento do mercado aumentando a riqueza do País.
Será então a decisão do aeroporto correcta do ponto de vista económico? Pelo que se leu, é!
A segunda, a despesa, diz respeito aos gastos que o Estado comporta com o funcionamento das entidades públicas.
O investimento público gera sempre despesas públicas. Com o aeroporto passar-se-à o mesmo. Contudo, o encerramento do aeroporto da Portela fará com que a maioria dos R.H. transitem para o novo aeroporto, razão essa suficiente para a centralização do tráfego num só local para evitar ineficiências de duplicação de funções. Assim, as despesas da Ota só serão maiores do que as da Portela no que respeita ao aumento do tráfego. No entanto, um aeroporto novo tem sempre vantagens ao nível funcional já que foi dimensionado segundo melhores práticas. Desta forma, haverá para além das eficiências de escala, eficiências de experiência.
Perguntar-se-à: o funcionamento do aeroporto aumentará anualmente o défice? A resposta é clara: Não! As receitas serão superiores às despesas! Os aeroportos dão lucro!
Sendo o projecto viável ao nível económico e financeiro, porque será que tantos o denigrem? Também aqui há duas razões:
A primeira é política; de facto, nunca houve solidariedade nas medidas estruturais; esta estratégia política tem funcionado num País que tem um povo iletrado ao nível económico e que não se deixa conduzir.
A segunda é técnica; os economistas têm muita dificuldade em simular cenários com várias variáveis dinâmicas; tendencialmente fixam “n-1” variáveis e estudam o comportamento da restante. O manifesto do grupo dos 13 economistas é respeitável só por serem pessoas de bem, mas de facto muitos deles têm responsabilidade no estado da nação, visão de mangas de alpaca universitária.
Tal como na barragem do Alqueva, investimento de inegável interesse ambientalista, agrícola e turístico, eu sugiro que também se escreva na Ota: “Construam-me, Porra!”.
Como entreter detractores: na caixa diz 9 anos... não estará pronto antes da Ota...
Nota: Seria interessante vermos a classe política e a económica a darem ideias para a valorização dos R.H. Precisamos de valorizar o nosso capital humano! O choque tecnológico não está na tecnologia disponível mas na capacidade de a utilizarmos!
A primeira, o investimento, insere-se na óptica económica, i.e. na perspectiva da criação de valor para todos os interessados (stakeholders), em particular o cidadão (sentido de missão pública). O aeroporto da Ota cai nesta categoria.
Sabemos, já o referi, da necessidade urgente em suprir a capacidade do aeroporto da Portela face a vários riscos; congestionamento de tráfego, acidentes, ruído, etc. Entenderam os técnicos que o aeroporto se situasse na Ota, razão que questiono face ao factor proximidade; de facto, Lisboa já é uma cidade periférica e afastar o aeroporto 40 Km é ampliar a sua periferia. Não concordo, assim, com a escolha estratégica da localização.
Será um bom investimento? Sabemos que há entidades privadas dispostas a financiar a 100% a construção do aeroporto tendo em vista a sua exploração. Conclui-se, assim, que o aeroporto é rentável; i.e. gera fluxos de caixa que anualizados ao momento presente dão um valor positivo, logo suprem o investimento e as despesas de funcionamento. O Estado, com aquele vício estatal socializante, decidiu investir 10% para ter uma golden share, algo que detém também na PT para não se excluir como decisor em sectores que considera estratégicos ou de valor social.
Por fim, o valor patrimonial do terreno da Portela paga “de per si” o investimento global do novo aeroporto, construído em terrenos rurais.
Acresce ainda que o investimento vai ser efectuado através de serviços e produtos de empresas que são na maioria de capital português, gerando assim uma saudável troca de bens e serviços que estimulará o funcionamento do mercado aumentando a riqueza do País.
Será então a decisão do aeroporto correcta do ponto de vista económico? Pelo que se leu, é!
A segunda, a despesa, diz respeito aos gastos que o Estado comporta com o funcionamento das entidades públicas.
O investimento público gera sempre despesas públicas. Com o aeroporto passar-se-à o mesmo. Contudo, o encerramento do aeroporto da Portela fará com que a maioria dos R.H. transitem para o novo aeroporto, razão essa suficiente para a centralização do tráfego num só local para evitar ineficiências de duplicação de funções. Assim, as despesas da Ota só serão maiores do que as da Portela no que respeita ao aumento do tráfego. No entanto, um aeroporto novo tem sempre vantagens ao nível funcional já que foi dimensionado segundo melhores práticas. Desta forma, haverá para além das eficiências de escala, eficiências de experiência.
Perguntar-se-à: o funcionamento do aeroporto aumentará anualmente o défice? A resposta é clara: Não! As receitas serão superiores às despesas! Os aeroportos dão lucro!
Sendo o projecto viável ao nível económico e financeiro, porque será que tantos o denigrem? Também aqui há duas razões:
A primeira é política; de facto, nunca houve solidariedade nas medidas estruturais; esta estratégia política tem funcionado num País que tem um povo iletrado ao nível económico e que não se deixa conduzir.
A segunda é técnica; os economistas têm muita dificuldade em simular cenários com várias variáveis dinâmicas; tendencialmente fixam “n-1” variáveis e estudam o comportamento da restante. O manifesto do grupo dos 13 economistas é respeitável só por serem pessoas de bem, mas de facto muitos deles têm responsabilidade no estado da nação, visão de mangas de alpaca universitária.
Tal como na barragem do Alqueva, investimento de inegável interesse ambientalista, agrícola e turístico, eu sugiro que também se escreva na Ota: “Construam-me, Porra!”.
Como entreter detractores: na caixa diz 9 anos... não estará pronto antes da Ota...
Nota: Seria interessante vermos a classe política e a económica a darem ideias para a valorização dos R.H. Precisamos de valorizar o nosso capital humano! O choque tecnológico não está na tecnologia disponível mas na capacidade de a utilizarmos!
quarta-feira, julho 27, 2005
Brandos costumes
O terrorismo obriga a uma reacção proporcional em meios e ideais. Olho por olho, dente por dente! Portugal deve contribuir abnegadamente para este propósito...
Um egípcio concebeu o ataque às torres gémeas? Enviamos o Manuel Maria Carrilho carregado de explosivos para rebentar com uma pirâmide! Isso sim, é cultura!
Um marroquino fez explodir um comboio em Madrid? Encartamos o Santana Lopes num camião cisterna contra uma colónia de férias em Agadir. Isso sim, é recreação!
Um saudita fez voar um autocarro em Londres? Damos um cajado de sobreiro cheio de TNT ao Nobre Guedes para fazer a peregrinação a Meca. Isso sim, é fé!
Um paquistanês cedeu a casa para fabricarem bombas? Promove-se uma lição de economia numa Madrasta de Islamabade e enviamos o Louçã com “O capital” de Marx carregado de notas falsas embebidas em cianeto. Isso sim, é erudição!
Um kuwaitiano desviou um avião e conduziu os passageiros para a morte? Dá-se um brevet rápido a Pina Moura, Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix e enviamo-los contra a refinaria de Shuaiba. Isso sim, é inflação!
Portugal tem muitos mártires para dar ao Mundo; haja oportunidade...
Bárbara, vou rebentar mais uma pirâmide e já venho!
Nota: Encontra também tu um mártir e encena uma acção de retaliação. Afinal, tu és o cérebro da tua célula terrorista!
Um egípcio concebeu o ataque às torres gémeas? Enviamos o Manuel Maria Carrilho carregado de explosivos para rebentar com uma pirâmide! Isso sim, é cultura!
Um marroquino fez explodir um comboio em Madrid? Encartamos o Santana Lopes num camião cisterna contra uma colónia de férias em Agadir. Isso sim, é recreação!
Um saudita fez voar um autocarro em Londres? Damos um cajado de sobreiro cheio de TNT ao Nobre Guedes para fazer a peregrinação a Meca. Isso sim, é fé!
Um paquistanês cedeu a casa para fabricarem bombas? Promove-se uma lição de economia numa Madrasta de Islamabade e enviamos o Louçã com “O capital” de Marx carregado de notas falsas embebidas em cianeto. Isso sim, é erudição!
Um kuwaitiano desviou um avião e conduziu os passageiros para a morte? Dá-se um brevet rápido a Pina Moura, Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix e enviamo-los contra a refinaria de Shuaiba. Isso sim, é inflação!
Portugal tem muitos mártires para dar ao Mundo; haja oportunidade...
Bárbara, vou rebentar mais uma pirâmide e já venho!
Nota: Encontra também tu um mártir e encena uma acção de retaliação. Afinal, tu és o cérebro da tua célula terrorista!
segunda-feira, julho 25, 2005
Espelho
Teixeira estava perdido em pensamentos distantes, numa conversa consigo próprio, daquelas em que ninguém entra mesmo se convidado, numa sequência cuja lógica só ele podia descortinar. O comboio tinha partido de Cascais rumo a Lisboa numa viagem curta, não mais de dez paragens. Seria um dia como outro qualquer; acordou estremunhado, tomou banho automaticamente e depois, sem pressas, engoliu um croissant que sobrara da véspera. O autocarro deixou-o à porta da estação que àquela hora parecia abandonada.
O mar acompanhava-o com reflexos de um sol ensonado na preguiça de quem sabe ter ainda toda a manhã para se erguer. Nunca se cansava deste mar, um trajecto para eleitos, sentia-se feliz por poder presenciar um amanhecer assim. As gaivotas, essas, começavam agora a partir na rota das traineiras que andavam há horas na faina.
A travagem foi mais brusca do que o habitual, sentiu-se impulsionado para a frente num movimento que as pernas contrariaram de pronto. Olhou para fora e viu as caras do costume, sem expressão, com marcas de uma noite interrompida na pressa de horários que se devem cumprir. As portas abriram-se ao tsunami que de imediato galgou cadeiras, coxias e todo o espaço que sobrava.
De início não o reconheceu, mas quando ele o olhou de frente ficou com aquela estranha sensação de um “déjà vu”. O estranho fixou nele o olhar e sem hesitação disparou:
Estranho: conhecemo-nos?
Teixeira: bem... a sua cara não me é estranha.
Estranho: nem a sua, nem a sua! Confesso que não sei bem de onde.
Teixeira: será de Cascais? Eu vivo lá há mais de vinte anos.
Estranho: eu também, mesmo em frente ao Farol da Guia...
Teixeira: não pode ser, vejo o Farol da sala de jantar, mas continuo com uma branca...
Estranho: espere, não costuma correr na ciclo-via que vai até ao Guincho?
Teixeira: todos os sábados de manhã!
Estranho: está explicado, eu também! Já nos devemos ter cruzado dezenas de vezes.
Teixeira: (sorri) certamente! Já agora apresento-me, Luís (e estende-lhe a mão).
Estranho: hoje estamos no dia das coincidências. Eu também me chamo Luís!
Teixeira: só faltava dizer que a sua mulher se chamava Teresa (e ri-se).
Estranho: (muda o semblante)... brinca, a sua mulher chama-se Teresa?
Teixeira: desde que nasceu.
Estranho: meu amigo, a minha também!
Teixeira: só faltava serem irmãs gémeas!
(riem-se)
Estranho: mais um dia de trabalho...
Teixeira: mas o fim-de-semana está próximo... hoje tenho de validar umas facturas...
Estranho: curioso, eu também. Não me diga que trabalha na área financeira?
Teixeira: trabalho num banco, no BPI, o banco do Mourinho... mas no meu o treinador é bem lixado!
Estranho: caramba! Eu também trabalho no BPI! Aposto que é daí que nos conhecemos! Hoje tenho de jogar no Euro Milhões!
Teixeira: se você não ganhar, ganho eu. Qual é a sua área, Luís?
Estranho: estou no crédito... sou analista.
Teixeira: ...no crédito? Eu... mas afinal há quanto tempo está no BPI?
Estranho: há 12 anos, mas só estou no crédito há 3 meses!
Teixeira: .... ok! ok! Já percebi, está a gozar comigo... eu mudei para o crédito há 3 meses, são coincidências a mais...
Estranho: pois são, mas eu tenho dado as respostas, por isso se está aqui alguém a gozar com o outro será você! (levantando o tom de voz)
Teixeira:. ... pois, e a minha avó ainda está viva...
Estranho: desculpe, acho que não faz sentido continuarmos a falar, aliás, não faz sentido eu estar aqui sentado ao pé de si; tenha um bom-dia de trabalho...
Teixeira: para você também, Luís... será esse o seu nome?
O estranho levantou-se lançando para trás um olhar de desprezo. Teixeira acompanhou-o com o olhar até o ver mudar de carruagem. Seria essa a memória com que ficaria; alguém que por ali passou para o gozar, mas a mando de quem? Olhou à volta e viu, por entre as cabeças junto à porta da carruagem, a cabeleira inconfundível de Manuela. Não era bela, mas o cabelo loiro bem esticado fazia dela uma mulher que não passava despercebida. Ali não seria diferente; os homens que a rodeavam miravam-na de quando em quando, disfarçando o olhar quando cruzado com o de outro. Teixeira ficou-se, não disse nada.
O vexame persegui-o até à secretária. “Mas por que raio me fez ela aquilo?”, este pensamento não lhe saía da cabeça. Preparava-se para tirar o casaco quando alguém lhe disse:
Ela: Bom-dia! Hoje viemos muito pensativos!
Ele: Olá! Também te vi no comboio mas como ias junto à porta nem te disse nada.
Ela: pois é, tu tens a vantagem de quem entra primeiro e tem sempre lugar sentado.
Ele: é verdade! Mas tem os seus inconvenientes também, tive de aturar um parvo que me quis gozar.
Ela: a sério?
Ele: é verdade... sabes quem era o homem que vinha a falar comigo?
Ela: homem? Mas tu vinhas rodeado de mulheres, reparei nisso porque estavam todas a sorrir...
Ele: a sorrir? A propósito de quê?
Ela: de ti! E tu não és um homem propriamente belo... (e deixou escapar um sorriso)
Ele: de mim?!
Ela: sim... vinhas a falar sozinho!
Espelho meu, haverá mais alguém para além do... eu?
O mar acompanhava-o com reflexos de um sol ensonado na preguiça de quem sabe ter ainda toda a manhã para se erguer. Nunca se cansava deste mar, um trajecto para eleitos, sentia-se feliz por poder presenciar um amanhecer assim. As gaivotas, essas, começavam agora a partir na rota das traineiras que andavam há horas na faina.
A travagem foi mais brusca do que o habitual, sentiu-se impulsionado para a frente num movimento que as pernas contrariaram de pronto. Olhou para fora e viu as caras do costume, sem expressão, com marcas de uma noite interrompida na pressa de horários que se devem cumprir. As portas abriram-se ao tsunami que de imediato galgou cadeiras, coxias e todo o espaço que sobrava.
De início não o reconheceu, mas quando ele o olhou de frente ficou com aquela estranha sensação de um “déjà vu”. O estranho fixou nele o olhar e sem hesitação disparou:
Estranho: conhecemo-nos?
Teixeira: bem... a sua cara não me é estranha.
Estranho: nem a sua, nem a sua! Confesso que não sei bem de onde.
Teixeira: será de Cascais? Eu vivo lá há mais de vinte anos.
Estranho: eu também, mesmo em frente ao Farol da Guia...
Teixeira: não pode ser, vejo o Farol da sala de jantar, mas continuo com uma branca...
Estranho: espere, não costuma correr na ciclo-via que vai até ao Guincho?
Teixeira: todos os sábados de manhã!
Estranho: está explicado, eu também! Já nos devemos ter cruzado dezenas de vezes.
Teixeira: (sorri) certamente! Já agora apresento-me, Luís (e estende-lhe a mão).
Estranho: hoje estamos no dia das coincidências. Eu também me chamo Luís!
Teixeira: só faltava dizer que a sua mulher se chamava Teresa (e ri-se).
Estranho: (muda o semblante)... brinca, a sua mulher chama-se Teresa?
Teixeira: desde que nasceu.
Estranho: meu amigo, a minha também!
Teixeira: só faltava serem irmãs gémeas!
(riem-se)
Estranho: mais um dia de trabalho...
Teixeira: mas o fim-de-semana está próximo... hoje tenho de validar umas facturas...
Estranho: curioso, eu também. Não me diga que trabalha na área financeira?
Teixeira: trabalho num banco, no BPI, o banco do Mourinho... mas no meu o treinador é bem lixado!
Estranho: caramba! Eu também trabalho no BPI! Aposto que é daí que nos conhecemos! Hoje tenho de jogar no Euro Milhões!
Teixeira: se você não ganhar, ganho eu. Qual é a sua área, Luís?
Estranho: estou no crédito... sou analista.
Teixeira: ...no crédito? Eu... mas afinal há quanto tempo está no BPI?
Estranho: há 12 anos, mas só estou no crédito há 3 meses!
Teixeira: .... ok! ok! Já percebi, está a gozar comigo... eu mudei para o crédito há 3 meses, são coincidências a mais...
Estranho: pois são, mas eu tenho dado as respostas, por isso se está aqui alguém a gozar com o outro será você! (levantando o tom de voz)
Teixeira:. ... pois, e a minha avó ainda está viva...
Estranho: desculpe, acho que não faz sentido continuarmos a falar, aliás, não faz sentido eu estar aqui sentado ao pé de si; tenha um bom-dia de trabalho...
Teixeira: para você também, Luís... será esse o seu nome?
O estranho levantou-se lançando para trás um olhar de desprezo. Teixeira acompanhou-o com o olhar até o ver mudar de carruagem. Seria essa a memória com que ficaria; alguém que por ali passou para o gozar, mas a mando de quem? Olhou à volta e viu, por entre as cabeças junto à porta da carruagem, a cabeleira inconfundível de Manuela. Não era bela, mas o cabelo loiro bem esticado fazia dela uma mulher que não passava despercebida. Ali não seria diferente; os homens que a rodeavam miravam-na de quando em quando, disfarçando o olhar quando cruzado com o de outro. Teixeira ficou-se, não disse nada.
O vexame persegui-o até à secretária. “Mas por que raio me fez ela aquilo?”, este pensamento não lhe saía da cabeça. Preparava-se para tirar o casaco quando alguém lhe disse:
Ela: Bom-dia! Hoje viemos muito pensativos!
Ele: Olá! Também te vi no comboio mas como ias junto à porta nem te disse nada.
Ela: pois é, tu tens a vantagem de quem entra primeiro e tem sempre lugar sentado.
Ele: é verdade! Mas tem os seus inconvenientes também, tive de aturar um parvo que me quis gozar.
Ela: a sério?
Ele: é verdade... sabes quem era o homem que vinha a falar comigo?
Ela: homem? Mas tu vinhas rodeado de mulheres, reparei nisso porque estavam todas a sorrir...
Ele: a sorrir? A propósito de quê?
Ela: de ti! E tu não és um homem propriamente belo... (e deixou escapar um sorriso)
Ele: de mim?!
Ela: sim... vinhas a falar sozinho!
Espelho meu, haverá mais alguém para além do... eu?
Chapelada
Lance Armstrong ganhou a sua sétima volta à França em bicicleta. Chirac deve estar feliz, nunca um americano teve tantas vitórias em solo francês...
sexta-feira, julho 22, 2005
Post minimaLista
Lista!
Let's Dance
Num speed dating, diz a rapariga (aluna universitária) ao rapaz (trolha) a meio de uma conversa interrompida por um silêncio insuportável:
Ela: Desenvolve!
Ele: (enche o peito de ar)
Ela: ainda bem que te inspiro...
E porque estamos no Verão... para desenvolver! Quem preferir sem álcool pode ouvir aqui!
(Ouvir bem alto!)
Ela: Desenvolve!
Ele: (enche o peito de ar)
Ela: ainda bem que te inspiro...
E porque estamos no Verão... para desenvolver! Quem preferir sem álcool pode ouvir aqui!
(Ouvir bem alto!)
quinta-feira, julho 21, 2005
Carlinhos, Machista Gay
"Eu sou machista... eu para mim a mulher é inferior ao homem, por isso é que eu só como homens, só homens...", é assim que começa um vídeo irreal passado na baixa lisboeta. Não sei qual foi o autor, não sei quem é o actor, não sei mesmo se este último sobreviveu... preferia ser terrorista em Londres, pelo menos morria depressa!
Vai assim para a Nazaré, vai...
Vai assim para a Nazaré, vai...
terça-feira, julho 19, 2005
InterPreta (vulgo Mulata)
Porque as minhas leitoras também têm de se distrair!
O que pensará David Beckhman?
Segundo elas: anda cá que eu depilo-te toda!
Segundo eles: na cabeça só sobreviveram as sobrancelhas! Sem elas fico igual ao Joaquim de Almeida...
P.S. Interpreta tu também!
Novidades minhas - alguns blogues que descobri recentemente: João Nascimento (descomprometido e com a rádio Mega FM a acompanhar), Delírios da Eva (uma açoriana simpática com receitas várias), O meu blog é maior que o teu (cáustico, irreverente e divertido), O frio que faz na cama (escrita que promete), Uma americana que aqui encalhou (jovem e irreverente), Trapalhadas para a colecção (Nana e Zé Maria partilham um espaço divertido).
O que pensará David Beckhman?
Segundo elas: anda cá que eu depilo-te toda!
Segundo eles: na cabeça só sobreviveram as sobrancelhas! Sem elas fico igual ao Joaquim de Almeida...
P.S. Interpreta tu também!
Novidades minhas - alguns blogues que descobri recentemente: João Nascimento (descomprometido e com a rádio Mega FM a acompanhar), Delírios da Eva (uma açoriana simpática com receitas várias), O meu blog é maior que o teu (cáustico, irreverente e divertido), O frio que faz na cama (escrita que promete), Uma americana que aqui encalhou (jovem e irreverente), Trapalhadas para a colecção (Nana e Zé Maria partilham um espaço divertido).
Back to the basics
segunda-feira, julho 18, 2005
Enumerar factos
O Vizinho, após acalorada troca de "mimos" na Blogotinha, sugeriu-me que apontasse algumas iniciativas positivas de Sócrates embora o homem só lá esteja há 5 meses (mais ou menos o mesmo período que o Santana levou a cair). O desafio resultou de eu ter defendido a coragem do homem, ainda que eu esteja longe do seu ideal. Então vamos por partes:
Finanças: falou-se verdade e mostraram-se os números. Percebeu-se pela primeira vez qual era o valor do défice e a impossibilidade de o debelar numa só legislatura. O aumento do IVA para 21% pode ser discutível, mas é uma tentativa de se recuperarem receitas, travar-se o consumo e não me parece que vá abrandar a economia.
Assembleia da República: cortou nas regalias dos deputados. Esta pode custar-lhe caro!
Inovação: 1,5 mil milhões de euros de incentivos para a inovação e internacionalização das empresas disponibilizados no programa Prime e que podem gerar 4,5 mil milhões de euros em investimento. O ministro da economia, ex-administrador do BES, é um super-ministro!
Administração Pública: foi corajoso na reforma da administração pública, onde os argumentos dos instalados deviam ser confrontados com os que não têm emprego nem oportunidades. Segundo Artur Santos Silva, presidente do BPI, os funcionários públicos têm reformas que em média são três vezes superiores aos dos funcinários da "privada".
Energia: apostou claramente nas energias renováveis anunciando um investimento de 3 mil milhões de euros entre privados e estado até 2010. Aposta-se no ambiente, em equipamento fabricado em Portugal e na redução da dependência do Petróleo.
Obras Públicas: decisão da construção do aeroporto da Ota (discutível a localização mas inquestionável a necessidade) e do TGV (comboio de alta-velocidade). Não coloca portagens nas SCUT o que poderá ser discutível do ponto de vista económico, é certamente justificável na perspectiva social. De facto, num País com uma Lisboa macrocéfala é bom ver este tipo de iniciativas. Vão ser feitos ainda mais IPs e uma auto-estrada que ligará Bragança a Amarante (custos da interioridade).
Justiça: as férias judiciais passaram de 2 meses para um, deixam de ser cobradas as dívidas de seguros em tribunal (25 mil processos ano a menos), etc.
Saúde: Restringiu as regalias dos farmacêuticos, representados pela ANF; o maior lobby português! Limitou a 5 os 10 novos hospitais que estavam anunciados. Basta pensar no que se passa no triângulo Tomar, Torres Novas e Abrantes. Três hospitais para uma população que podia ser servida por um só.
Trabalho: Caminha-se a bom ritmo para a flexibilização laboral.
Educação: os professores fazem greve em dia de exames, não percebendo que acima de tudo são educadores e que deles também depende o sucesso dos seus alunos. Horários alargados, obrigatoriedade do Inglês, aulas de substituição para evitar tempos mortos, etc.
Segurança: Fusão de alguns subsistemas das Forças Armadas para diminuir custos e aumentar a qualidade de serviço.
Turismo: Relançamento do projecto de Tróia, a nossa estrela no turismo antes do 25 de Abril.
Tecnologia: O choque tecnológico é transversal a todos os ministérios. Algumas iniciativas estão nos temas já aqui enunciados, outros penso que devem ficar congelados porque a surpresa do défice deixou muitas ideias na gaveta.
Não fui exaustivo, podia ter continuado; apanhei coisas daqui e dali. Também não sou socialista nem cerro o punho, mas não me digam que o que enunciei é demagogia. O homem até pode cair antes de acabar o mandato, o homem até pode estar mal rodeado, mas porque não lhe damos uma oportunidade em vez de falarmos mal dele... está-nos no sangue, não é? O Presidente da República é de todos os portugueses, porque raio o Primeiro-Ministro haveria ser só de alguns (é nisto que os anglo-saxónicos nos batem, nisto e noutras coisas...)?
Finanças: falou-se verdade e mostraram-se os números. Percebeu-se pela primeira vez qual era o valor do défice e a impossibilidade de o debelar numa só legislatura. O aumento do IVA para 21% pode ser discutível, mas é uma tentativa de se recuperarem receitas, travar-se o consumo e não me parece que vá abrandar a economia.
Assembleia da República: cortou nas regalias dos deputados. Esta pode custar-lhe caro!
Inovação: 1,5 mil milhões de euros de incentivos para a inovação e internacionalização das empresas disponibilizados no programa Prime e que podem gerar 4,5 mil milhões de euros em investimento. O ministro da economia, ex-administrador do BES, é um super-ministro!
Administração Pública: foi corajoso na reforma da administração pública, onde os argumentos dos instalados deviam ser confrontados com os que não têm emprego nem oportunidades. Segundo Artur Santos Silva, presidente do BPI, os funcionários públicos têm reformas que em média são três vezes superiores aos dos funcinários da "privada".
Energia: apostou claramente nas energias renováveis anunciando um investimento de 3 mil milhões de euros entre privados e estado até 2010. Aposta-se no ambiente, em equipamento fabricado em Portugal e na redução da dependência do Petróleo.
Obras Públicas: decisão da construção do aeroporto da Ota (discutível a localização mas inquestionável a necessidade) e do TGV (comboio de alta-velocidade). Não coloca portagens nas SCUT o que poderá ser discutível do ponto de vista económico, é certamente justificável na perspectiva social. De facto, num País com uma Lisboa macrocéfala é bom ver este tipo de iniciativas. Vão ser feitos ainda mais IPs e uma auto-estrada que ligará Bragança a Amarante (custos da interioridade).
Justiça: as férias judiciais passaram de 2 meses para um, deixam de ser cobradas as dívidas de seguros em tribunal (25 mil processos ano a menos), etc.
Saúde: Restringiu as regalias dos farmacêuticos, representados pela ANF; o maior lobby português! Limitou a 5 os 10 novos hospitais que estavam anunciados. Basta pensar no que se passa no triângulo Tomar, Torres Novas e Abrantes. Três hospitais para uma população que podia ser servida por um só.
Trabalho: Caminha-se a bom ritmo para a flexibilização laboral.
Educação: os professores fazem greve em dia de exames, não percebendo que acima de tudo são educadores e que deles também depende o sucesso dos seus alunos. Horários alargados, obrigatoriedade do Inglês, aulas de substituição para evitar tempos mortos, etc.
Segurança: Fusão de alguns subsistemas das Forças Armadas para diminuir custos e aumentar a qualidade de serviço.
Turismo: Relançamento do projecto de Tróia, a nossa estrela no turismo antes do 25 de Abril.
Tecnologia: O choque tecnológico é transversal a todos os ministérios. Algumas iniciativas estão nos temas já aqui enunciados, outros penso que devem ficar congelados porque a surpresa do défice deixou muitas ideias na gaveta.
Não fui exaustivo, podia ter continuado; apanhei coisas daqui e dali. Também não sou socialista nem cerro o punho, mas não me digam que o que enunciei é demagogia. O homem até pode cair antes de acabar o mandato, o homem até pode estar mal rodeado, mas porque não lhe damos uma oportunidade em vez de falarmos mal dele... está-nos no sangue, não é? O Presidente da República é de todos os portugueses, porque raio o Primeiro-Ministro haveria ser só de alguns (é nisto que os anglo-saxónicos nos batem, nisto e noutras coisas...)?
Idiota por opção
É por todos sabido da necessidade de um novo aeroporto para Lisboa. De facto, falta a Portugal um aeroporto que nos projecte em termos de tráfego, não só de passageiros como de mercadorias. Muitos eventos haverá que necessitarão deste “hub” para escoar os passageiros. O aeroporto da Portela está perto da sua capacidade máxima, 16 milhões de passageiros de movimento anual.
Há quem defenda o actual aeroporto com o argumento da proximidade esquecendo-se, contudo, que o terreno em questão tem um valor imobiliário inestimável, que a capacidade de crescimento é diminuta, que afecta a qualidade de algumas zonas de Lisboa e que o risco para a cidade não é menosprezável. Já foi tentada uma melhoria à gare do aeroporto e é o que se vê, instalações que ficam muito aquém do que se encontra nas segundas cidades da Europa evoluída. O fluxo de passageiros dentro do aeroporto é um desafio labiríntico, com soluções de contingência nada funcionais. A oferta do comércio é pindérica com preços gritantes face à política de free-shop. O modelo está moribundo e o tráfego continua a aumentar.
Há quem prefira o aeroporto fora da cidade, na Ota, em Alverca ou no Montijo, onde há condições para se fazerem infra-estruturas com qualidade internacional. A Ota, mais distante de Lisboa, está na rota do comboio de alta-velocidade e tem a preferência dos políticos. Será uma construção de raiz, ao contrário das outras hipóteses, e obrigará a um investimento de 3 mil milhões de euros (cerca de 600 milhões de contos). Os técnicos, esses, alertam para os ventos instáveis e para os custos de construção, uma vez que são necessários grandes trabalhos de deslocação de terras. Alverca e Montijo, ao invés, só levantam problemas na gestão do tráfego aéreo quando conjugados com a do aeroporto da Portela que não se prevê desactivar.
Eu preferia uma solução completamente radical. Primeiro desactivaria o aeroporto da Portela. É impensável mantê-lo face aos constrangimentos que apresenta, e o seu valor imobiliário pode financiar em grande parte a construção do novo aeroporto.
Nunca apostaria num aeroporto a 40 Km de Lisboa como será o da Ota. Concordo com o factor proximidade que pode ser obtido tanto em Alverca como no Montijo.
Contudo, e para falar em algo radical, penso no que foi feito em várias cidades, em que o rio ou o mar serviram para suportar as infra-estruturas do aeroporto. Fazer o aeroporto no rio seria caro? A ideia parece à primeira vista disparatada, mas seria mais caro do que as soluções encontradas? A montante da ponte Vasco da Gama não há rio assoreado e gratuito numa extensão que se resolveu chamar Mar da Palha? Não estará mais próximo de Lisboa do que outras soluções? Não terá mais hipóteses de crescimento do que se fosse construído em terra, sabendo-se que grande parte das infra-estruturas seriam pequenas extensões das que já se encontram em Lisboa (metro, autocarros, etc.). Não será mais seguro em caso de acidente? Não será mais emblemático num País que quer mostrar inovação e modernidade? A imagem de Lisboa do ar é um bom cartão-de-visita a quem chega! A ideia pode parecer louca, mas Nova Iorque e outras cidades não pensaram assim!
Ok, ok! De vez em quando é bom divagar... não faço puto ideia se isto é válido, mas uma vez pensado resolvi partilhá-lo!
E, já que estamos numa de idiotices, deixo-vos o Avia Cão! Escolham a velocidade e recostem-se...
Há quem defenda o actual aeroporto com o argumento da proximidade esquecendo-se, contudo, que o terreno em questão tem um valor imobiliário inestimável, que a capacidade de crescimento é diminuta, que afecta a qualidade de algumas zonas de Lisboa e que o risco para a cidade não é menosprezável. Já foi tentada uma melhoria à gare do aeroporto e é o que se vê, instalações que ficam muito aquém do que se encontra nas segundas cidades da Europa evoluída. O fluxo de passageiros dentro do aeroporto é um desafio labiríntico, com soluções de contingência nada funcionais. A oferta do comércio é pindérica com preços gritantes face à política de free-shop. O modelo está moribundo e o tráfego continua a aumentar.
Há quem prefira o aeroporto fora da cidade, na Ota, em Alverca ou no Montijo, onde há condições para se fazerem infra-estruturas com qualidade internacional. A Ota, mais distante de Lisboa, está na rota do comboio de alta-velocidade e tem a preferência dos políticos. Será uma construção de raiz, ao contrário das outras hipóteses, e obrigará a um investimento de 3 mil milhões de euros (cerca de 600 milhões de contos). Os técnicos, esses, alertam para os ventos instáveis e para os custos de construção, uma vez que são necessários grandes trabalhos de deslocação de terras. Alverca e Montijo, ao invés, só levantam problemas na gestão do tráfego aéreo quando conjugados com a do aeroporto da Portela que não se prevê desactivar.
Eu preferia uma solução completamente radical. Primeiro desactivaria o aeroporto da Portela. É impensável mantê-lo face aos constrangimentos que apresenta, e o seu valor imobiliário pode financiar em grande parte a construção do novo aeroporto.
Nunca apostaria num aeroporto a 40 Km de Lisboa como será o da Ota. Concordo com o factor proximidade que pode ser obtido tanto em Alverca como no Montijo.
Contudo, e para falar em algo radical, penso no que foi feito em várias cidades, em que o rio ou o mar serviram para suportar as infra-estruturas do aeroporto. Fazer o aeroporto no rio seria caro? A ideia parece à primeira vista disparatada, mas seria mais caro do que as soluções encontradas? A montante da ponte Vasco da Gama não há rio assoreado e gratuito numa extensão que se resolveu chamar Mar da Palha? Não estará mais próximo de Lisboa do que outras soluções? Não terá mais hipóteses de crescimento do que se fosse construído em terra, sabendo-se que grande parte das infra-estruturas seriam pequenas extensões das que já se encontram em Lisboa (metro, autocarros, etc.). Não será mais seguro em caso de acidente? Não será mais emblemático num País que quer mostrar inovação e modernidade? A imagem de Lisboa do ar é um bom cartão-de-visita a quem chega! A ideia pode parecer louca, mas Nova Iorque e outras cidades não pensaram assim!
Ok, ok! De vez em quando é bom divagar... não faço puto ideia se isto é válido, mas uma vez pensado resolvi partilhá-lo!
E, já que estamos numa de idiotices, deixo-vos o Avia Cão! Escolham a velocidade e recostem-se...
sábado, julho 16, 2005
Flashback
Talvez por estar mais num dia de leitura do que de escrita, apeteceu-me recuperar o meu antigo sistema de comentários para poder reler algumas pérolas.
Primeiro quis recordar palavras que me tocaram, depois quis perceber o que significavam 100.000 visitas. As palavras foram sentidas, as visitas não; de facto, não significam rigorosamente nada de nada. Passam por aqui mais anónimos do que interessados, como na maioria dos blogues aliás! Limitamo-nos a ceder passagem à miríade de curiosos que se só se detêm em pastagens de iguais. De quando em vez cabe-nos o privilégio. E assim se vão criando comunidades, cimentando conhecimentos e, não raras vezes, criando amizades.
Curioso, escrevo aqui há 16 meses (tive um interregno de cerca de meio ano) e ainda não me arrependi nem envergonhei; como diria a minha mãe, “simples mas tocante!”. Só por isso me atrevo a recordar alguns momentos; valem o que valem, mas são honestos.
Dei comigo a esculpir palavras, a escrever poemas num coração sem ritmo, a transcrever a raiva ou a alegria de momentos vividos, a preguiçar convosco, a efabular conversas da treta, a narrar contos para crianças; enfim, deixei aqui um pedacinho de mim, espero que tenham gostado.
Por mim concluí que ainda não sei escrever, mas que me esforcei, esforcei!
Primeiro quis recordar palavras que me tocaram, depois quis perceber o que significavam 100.000 visitas. As palavras foram sentidas, as visitas não; de facto, não significam rigorosamente nada de nada. Passam por aqui mais anónimos do que interessados, como na maioria dos blogues aliás! Limitamo-nos a ceder passagem à miríade de curiosos que se só se detêm em pastagens de iguais. De quando em vez cabe-nos o privilégio. E assim se vão criando comunidades, cimentando conhecimentos e, não raras vezes, criando amizades.
Curioso, escrevo aqui há 16 meses (tive um interregno de cerca de meio ano) e ainda não me arrependi nem envergonhei; como diria a minha mãe, “simples mas tocante!”. Só por isso me atrevo a recordar alguns momentos; valem o que valem, mas são honestos.
Dei comigo a esculpir palavras, a escrever poemas num coração sem ritmo, a transcrever a raiva ou a alegria de momentos vividos, a preguiçar convosco, a efabular conversas da treta, a narrar contos para crianças; enfim, deixei aqui um pedacinho de mim, espero que tenham gostado.
Por mim concluí que ainda não sei escrever, mas que me esforcei, esforcei!
sexta-feira, julho 15, 2005
Carta aberta
Um comentário meu no blogue da minha amiga Gotinha originou uma sequência de posts e comentários que me obrigaram a resposta. Deixo-vos esta, a última, por resumir o que penso da nação. Vale o que vale, mas é o que sinto. E como refere a dedicatória que o Vizinho dedica à Gotinha, We'll rock you!
Caro Vizinho
Antes de mais, relaxa, pois a minha reposta é, e será sempre, assertiva.
Compreendo a tua raiva, fácil de explicar aliás. Fazes-me recordar todos aqueles que são contra a pena de morte, mas quando confrontados com violência num familiar seriam capazes de estrangular o facínora com as próprias mãos. É humano, caro Vizinho, mas não é racional.
Não me viste escrever que gostava do Sócrates, aliás, disse que nunca votei nele nem no partido dele e que entendia que ele estava mal rodeado, basta ver a quantidade de políticos encartados do governo Guterres que o acompanham, e os outros que ocupam a bancada socialista no parlamento. Não, eu não estou equivocado, caro Vizinho, o que é necessário, contudo, é alguma lucidez.
Assim, vamos por partes. Para aferirmos o dia de hoje é necessário olharmos para pelo menos 50 anos de história, isto é, 5 gerações que determinaram o passado recente de um País. Olharmos mais para trás seria tentarmos cobrar uma herança de um parente que nunca conhecemos.
Começo pelo Salazar. Se Portugal lhe deve 5 anos de crescimento económico e a cobardia de evitarmos a segunda guerra mundial à custa do sangue de outros, ficou-lhe a nação credora de um povo iletrado e pobre, de um império longe da Pátria e dos autóctones, de uma ditadura silenciada pela Igreja e monopólios. Atraso imenso este que herdámos, e não vale a pena encontrarmos razões ideológicas ou conjunturais para justificarmos o impensável. Houve inocentes mortos, pobres esquecidos e regalias injustificáveis!
Depois disso veio a revolução, tão branda como o sangue que nos corre nas veias, mas sentida no desejo de mudança de um povo que via os seus morrerem por causas que não entendia. E as mudanças, mesmo as brandas, fazem-se sempre com sofrimento, pois se uns perdem regalias, outros ganham-nas sem mérito. E se um Portugal, grande, imenso, se perdera por todos os mares na diáspora corajosa, ficara agora reduzido a um quintal no fundo de uma Europa que não o conhecia e que não lhe dava grande crédito.
O sabor da liberdade era imenso, mas o que outrora fora um duplex era agora um mísero T1 numa Europa que ocupava grande parte do prédio. Nas colónias foi o que se viu por nossa herança; os herdeiros, esses, foram piores do que os ocupantes pois a emoção foi sempre cega.
Seguiram-se déspotas (Otelo Saraiiva de Carvalho, Vasco Gonçalves, Vasco Cunhal, e tantos outros) a tentar a oportunidade e homens lúcidos (Sá Carneiro, Mário Soares, Nobre da Costa, etc.), mas nenhum, nenhum, com sentido de Estado a longo prazo. Deixaram-nos os cofres desbaratados, a economia nacionalizada, um ensino fácil e sem qualidade. Não os podemos culpabilizar, depois de uma ditadura seria normal uma década desregrada. Ninguém estava preparado, nem os políticos, nem a economia, nem o povo. Sobrou-nos o empreendorismo dos que das colónias regressaram para nos ensinarem o que era a aversão ao risco, a criação de valor e a esperança.
A segunda metade da democracia já teve consciência. A entrada na então CEE iria mudar o paradigma; passávamos de magrebinos esquecidos a europeus de segunda. Contudo, foi bom, os fundos estruturais iriam comprová-lo.
Depois do rigor do Hernâni Lopes e do sacrifício dos portugueses que abdicaram do 13 mês, veio a dinastia do Cavaco Silva. Promissora no primeiro mandato, fez o óbvio. Apostou nas infra-estruturas e na utilização dos fundos que nos disponibilizaram. E o discurso era de esperança, positivo, sem tempo para querelas pois tardava fazer-se Portugal. Contudo, os vícios falaram mais alto.
Primeiro fizeram-se as privatizações, e bem! Infelizmente não foram empreendedores que recuperaram a economia; a maior das vezes devolveu-se o capital a quem não estava preparado para o mercado livre, para a sã concorrência nas regras ditadas pelo mercado; as famílias que detinham os monopólios recuperaram os seus impérios e não lhes acrescentaram valor; de facto, e por via disso, não há em Portugal um verdadeiro self-made-man desde Alfredo da Silva. Nem mesmo o Belmiro, pois um empreendedor legítimo parte do zero.
Depois veio a vontade do fácil e do expediente. Numa sociedade sem cultura democrática nem ética, confundiu-se o Estado com direitos adquiridos, promoveu-se a criação de um aparelho indolente e de comportamentos que, embora socialmente aceites, a globalização veio mostrar serem eticamente reprováveis ou ilícitos.
Nem Cavaco na segunda metade do seu mandato, Guterres, Durão ou Santana nos convenceram que tinham um projecto para Portugal, que haveria entendimentos para reformas estruturantes na sociedade portuguesa. Caiu-se no laxismo potenciado por um povo mais solidário no insucesso do que no êxito (a tal inveja de que falavas). No entanto os números não mentem, e de falsidades e enganos percebeu-se que se devia fazer algo. Sócrates aparece num momento decisivo. Se for capaz de aproveitar a oportunidade ficará para a história, caso contrário será só mais um.
É-me indiferente a cor política do governo; são os homens que fazem a história e não os partidos. Se este homem tentar mudar Portugal então ele pode contar comigo. Mexeu em muitos interesses instalados, feriu muitos sectores, mas porra, teve tomates! E demagogia, como já escrevi, são os defeitos que encontramos nos outros para justificar os nossos. E essa técnica brilhantemente aplicada por todos os quadrantes políticos tem de ser esquecida; precisamos de arregaçar as mangas, valorizar o capital humano, sacrifício e muita, mas mesmo muita vontade de deixar um futuro melhor aos nossos filhos pois, como diz o adágio, que fale bem de mim quem depois de mim vier!
Abraço,
João
Caro Vizinho
Antes de mais, relaxa, pois a minha reposta é, e será sempre, assertiva.
Compreendo a tua raiva, fácil de explicar aliás. Fazes-me recordar todos aqueles que são contra a pena de morte, mas quando confrontados com violência num familiar seriam capazes de estrangular o facínora com as próprias mãos. É humano, caro Vizinho, mas não é racional.
Não me viste escrever que gostava do Sócrates, aliás, disse que nunca votei nele nem no partido dele e que entendia que ele estava mal rodeado, basta ver a quantidade de políticos encartados do governo Guterres que o acompanham, e os outros que ocupam a bancada socialista no parlamento. Não, eu não estou equivocado, caro Vizinho, o que é necessário, contudo, é alguma lucidez.
Assim, vamos por partes. Para aferirmos o dia de hoje é necessário olharmos para pelo menos 50 anos de história, isto é, 5 gerações que determinaram o passado recente de um País. Olharmos mais para trás seria tentarmos cobrar uma herança de um parente que nunca conhecemos.
Começo pelo Salazar. Se Portugal lhe deve 5 anos de crescimento económico e a cobardia de evitarmos a segunda guerra mundial à custa do sangue de outros, ficou-lhe a nação credora de um povo iletrado e pobre, de um império longe da Pátria e dos autóctones, de uma ditadura silenciada pela Igreja e monopólios. Atraso imenso este que herdámos, e não vale a pena encontrarmos razões ideológicas ou conjunturais para justificarmos o impensável. Houve inocentes mortos, pobres esquecidos e regalias injustificáveis!
Depois disso veio a revolução, tão branda como o sangue que nos corre nas veias, mas sentida no desejo de mudança de um povo que via os seus morrerem por causas que não entendia. E as mudanças, mesmo as brandas, fazem-se sempre com sofrimento, pois se uns perdem regalias, outros ganham-nas sem mérito. E se um Portugal, grande, imenso, se perdera por todos os mares na diáspora corajosa, ficara agora reduzido a um quintal no fundo de uma Europa que não o conhecia e que não lhe dava grande crédito.
O sabor da liberdade era imenso, mas o que outrora fora um duplex era agora um mísero T1 numa Europa que ocupava grande parte do prédio. Nas colónias foi o que se viu por nossa herança; os herdeiros, esses, foram piores do que os ocupantes pois a emoção foi sempre cega.
Seguiram-se déspotas (Otelo Saraiiva de Carvalho, Vasco Gonçalves, Vasco Cunhal, e tantos outros) a tentar a oportunidade e homens lúcidos (Sá Carneiro, Mário Soares, Nobre da Costa, etc.), mas nenhum, nenhum, com sentido de Estado a longo prazo. Deixaram-nos os cofres desbaratados, a economia nacionalizada, um ensino fácil e sem qualidade. Não os podemos culpabilizar, depois de uma ditadura seria normal uma década desregrada. Ninguém estava preparado, nem os políticos, nem a economia, nem o povo. Sobrou-nos o empreendorismo dos que das colónias regressaram para nos ensinarem o que era a aversão ao risco, a criação de valor e a esperança.
A segunda metade da democracia já teve consciência. A entrada na então CEE iria mudar o paradigma; passávamos de magrebinos esquecidos a europeus de segunda. Contudo, foi bom, os fundos estruturais iriam comprová-lo.
Depois do rigor do Hernâni Lopes e do sacrifício dos portugueses que abdicaram do 13 mês, veio a dinastia do Cavaco Silva. Promissora no primeiro mandato, fez o óbvio. Apostou nas infra-estruturas e na utilização dos fundos que nos disponibilizaram. E o discurso era de esperança, positivo, sem tempo para querelas pois tardava fazer-se Portugal. Contudo, os vícios falaram mais alto.
Primeiro fizeram-se as privatizações, e bem! Infelizmente não foram empreendedores que recuperaram a economia; a maior das vezes devolveu-se o capital a quem não estava preparado para o mercado livre, para a sã concorrência nas regras ditadas pelo mercado; as famílias que detinham os monopólios recuperaram os seus impérios e não lhes acrescentaram valor; de facto, e por via disso, não há em Portugal um verdadeiro self-made-man desde Alfredo da Silva. Nem mesmo o Belmiro, pois um empreendedor legítimo parte do zero.
Depois veio a vontade do fácil e do expediente. Numa sociedade sem cultura democrática nem ética, confundiu-se o Estado com direitos adquiridos, promoveu-se a criação de um aparelho indolente e de comportamentos que, embora socialmente aceites, a globalização veio mostrar serem eticamente reprováveis ou ilícitos.
Nem Cavaco na segunda metade do seu mandato, Guterres, Durão ou Santana nos convenceram que tinham um projecto para Portugal, que haveria entendimentos para reformas estruturantes na sociedade portuguesa. Caiu-se no laxismo potenciado por um povo mais solidário no insucesso do que no êxito (a tal inveja de que falavas). No entanto os números não mentem, e de falsidades e enganos percebeu-se que se devia fazer algo. Sócrates aparece num momento decisivo. Se for capaz de aproveitar a oportunidade ficará para a história, caso contrário será só mais um.
É-me indiferente a cor política do governo; são os homens que fazem a história e não os partidos. Se este homem tentar mudar Portugal então ele pode contar comigo. Mexeu em muitos interesses instalados, feriu muitos sectores, mas porra, teve tomates! E demagogia, como já escrevi, são os defeitos que encontramos nos outros para justificar os nossos. E essa técnica brilhantemente aplicada por todos os quadrantes políticos tem de ser esquecida; precisamos de arregaçar as mangas, valorizar o capital humano, sacrifício e muita, mas mesmo muita vontade de deixar um futuro melhor aos nossos filhos pois, como diz o adágio, que fale bem de mim quem depois de mim vier!
Abraço,
João
quarta-feira, julho 13, 2005
100.000
If you see the hot number in the sword at the bottom of this page I congratulate you.
You win the right to comment whatever you want! I’ll post it!
Se vires o “número quente” na espada que está no final desta página, dou-te os parabéns.
Ganhaste o direito de comentar o que quiseres! Eu farei dele um post!
You win the right to comment whatever you want! I’ll post it!
Se vires o “número quente” na espada que está no final desta página, dou-te os parabéns.
Ganhaste o direito de comentar o que quiseres! Eu farei dele um post!
A minha pena
É para ti que escrevo, para quem não sei nem vejo, que me mira à porta em jeito de sombra, e se num ápice me resgatas o texto eu ofereço-te, é teu, sempre foi, que dele nada quero a não ser que o toques, e quanto mais sentido for mais eu escreverei, como se de uma luta se tratasse, com a urgência de to oferecer, sem razão para além do prazer e um pouco de vaidade também, quem não a tem, e se puderes diz o que sentes, comenta, esse é alimento que não se descuida, pois texto com texto enfrentam-se nas razões de cada um, e não as há maiores mas sim diferentes, e a ti vou ler também sem azedo ou submisso, se começo tu acabas, se tu lês eu aprendo.
A pena está velha, bem tentei o ponto final mas saía-me sempre a vírgula...
A pena está velha, bem tentei o ponto final mas saía-me sempre a vírgula...
Ballet Gulbenkian
Depois da extinção deste grupo fica-nos o "ballet rose"! Não se pode ter tudo...
Por isto vale a pena votar!
Nota: um blogue novo, com piada. Espero que mantenha o ritmo, é sempre bom ler humor inteligente.
Por isto vale a pena votar!
Nota: um blogue novo, com piada. Espero que mantenha o ritmo, é sempre bom ler humor inteligente.
terça-feira, julho 12, 2005
Tu
Querias tu que fosse teu,
só assim,
tão fácil como um desejo;
querias tu que te adorasse,
tão só,
fosses tu deusa e eu criatura;
querias tudo
na vida que olhaste
que era de outro que não eu;
quisesses tu
ser somente tu,
saberes olhar-te para dentro
onde escondes o que és,
sendo tu
e não outra qualquer.
Nota: poema ficcionado na vida dela. Quem? Não faço a mínima ideia, nunca a conheci!
Acorrentados
Zé: Então, como vai o trabalho?
Tó: Lá vai, lá vai...
Zé: Jogamos na sexta?
Tó: Não, faço greve! Aproveito e vou à terra! Com as festas e tudo... e tu? Como vai o emprego?
Zé: Trabalho!... o que já não é mau. O meu filho é que não...
Tó: Ainda não? Porque não recorres ao partido, com os teus contactos...
Zé: Partido? Partido ando eu para manter a família unida! Tenho pena do miúdo, esfalfou-se a estudar e agora anda um farrapo, já nem ri, uma lástima.
Tó: A minha miúda lá está a trabalhar na repartição... uma merda, mas foi o que arranjei!
Zé: Sempre acabou o curso?
Tó: Tinha lá ela tempo para isso! Só quer é namorar... e de manhã para a tirar da cama... vai lá, vai!
Zé: Bem, vou pegar o segundo turno...
Tó: Porra, isso é que é ganância!
Zé: Ganância? Pensas que a vida é fácil, mas a vida não é fácil nem as férias caem do Céu!
Tó: Olha-me este, eu só gozo as férias que me dão!
Zé: A mim não mas dão, tenho de ganhá-las...
Tó: Queres ver que eu não trabalho, que ando à mama?!
Zé: Avaliam-te? Os meus avaliam, porra, e este ano voltei a não ser aumentado!
Tó: Vai lá pegar no segundo turno, já são 5 horas e eu tenho de ir com a mulher às compras, derrete-me o dinheirinho todo que me custa a ganhar!
Zé: Se o dizes...
Todos se lamentam, todos exigem, mas se estão todos mal porque não mudam de emprego...
Não quero ser panfletário, mas resolver os problemas não produzindo é como estar doente e recusar a medicação!
Nota: A Função Pública não é um cancro, é uma pessoa de bem que está enferma; i.e. tem um cancro. Não será com mezinhas ou com carícias que se encontrará a cura, é preciso reagir antes que a doença tome a parte pelo todo!
Tó: Lá vai, lá vai...
Zé: Jogamos na sexta?
Tó: Não, faço greve! Aproveito e vou à terra! Com as festas e tudo... e tu? Como vai o emprego?
Zé: Trabalho!... o que já não é mau. O meu filho é que não...
Tó: Ainda não? Porque não recorres ao partido, com os teus contactos...
Zé: Partido? Partido ando eu para manter a família unida! Tenho pena do miúdo, esfalfou-se a estudar e agora anda um farrapo, já nem ri, uma lástima.
Tó: A minha miúda lá está a trabalhar na repartição... uma merda, mas foi o que arranjei!
Zé: Sempre acabou o curso?
Tó: Tinha lá ela tempo para isso! Só quer é namorar... e de manhã para a tirar da cama... vai lá, vai!
Zé: Bem, vou pegar o segundo turno...
Tó: Porra, isso é que é ganância!
Zé: Ganância? Pensas que a vida é fácil, mas a vida não é fácil nem as férias caem do Céu!
Tó: Olha-me este, eu só gozo as férias que me dão!
Zé: A mim não mas dão, tenho de ganhá-las...
Tó: Queres ver que eu não trabalho, que ando à mama?!
Zé: Avaliam-te? Os meus avaliam, porra, e este ano voltei a não ser aumentado!
Tó: Vai lá pegar no segundo turno, já são 5 horas e eu tenho de ir com a mulher às compras, derrete-me o dinheirinho todo que me custa a ganhar!
Zé: Se o dizes...
Todos se lamentam, todos exigem, mas se estão todos mal porque não mudam de emprego...
Não quero ser panfletário, mas resolver os problemas não produzindo é como estar doente e recusar a medicação!
Nota: A Função Pública não é um cancro, é uma pessoa de bem que está enferma; i.e. tem um cancro. Não será com mezinhas ou com carícias que se encontrará a cura, é preciso reagir antes que a doença tome a parte pelo todo!
Pensamento Pro Fundo
Demagogia são os defeitos que encontramos nos outros para justificar os nossos.
Olhar para o umbigo...
Olhar para o umbigo...
segunda-feira, julho 11, 2005
quinta-feira, julho 07, 2005
Manipulação
Nova Iorque, Madrid e Londres. Não é a promoção de um pefume, mas a campanha foi igualmente bem montada. Um fio condutor: raiva, fanatismo, vertigem. Um ponto em comum: Islamismo.
Hoje não é dia de grandes reflexões mas de profunda tristeza, é momento para confirmar que, quando a humanidade se esgota na fé, tudo é permeável à vontade dos homens que conduzem as diferentes confissões. Não haverá poder maior, nem o económico, pois o alimento do espírito cega todas as outras necessidades.
Nada é possível sem financiamento, nem a guerra nem o terrorismo. O Ocidente compra petróleo aos árabes e, assim, oferece-lhes a capacidade de financiarem os guerrilheiros da fé, os que anseiam pelas virgens. Optemos pelas energias limpas e renováveis. Não basta acreditar nas democracias, é preciso lutar por elas.
Hoje não é dia de grandes reflexões mas de profunda tristeza, é momento para confirmar que, quando a humanidade se esgota na fé, tudo é permeável à vontade dos homens que conduzem as diferentes confissões. Não haverá poder maior, nem o económico, pois o alimento do espírito cega todas as outras necessidades.
Nada é possível sem financiamento, nem a guerra nem o terrorismo. O Ocidente compra petróleo aos árabes e, assim, oferece-lhes a capacidade de financiarem os guerrilheiros da fé, os que anseiam pelas virgens. Optemos pelas energias limpas e renováveis. Não basta acreditar nas democracias, é preciso lutar por elas.
Pobre Tugal
Girona, com os seus casarios que pendem sobre o rio muito à semelhança de Florença, acolhe-me para jantar. A praça, enorme, oferece esplanadas onde os comensais, oriundos dos mais variados cantos do mundo, se deleitam com as iguarias e a vista. Ao meu lado senta-se um casal holandês, ambos na casa dos sessenta. Ela olha o meu prato e pergunta-me o que é, a conversa irá prolongar-se por três horas. O interesse aumenta quando percebo que conhecem bem Portugal, pois tinham estado em Lisboa no dia seguinte à revolução e as visitas repetiram-se espaçadas até ao ano passado. O marido, entusiasmado com o tema e esquecendo-se que eu era português, comenta: "continuam pobres...". Peço a sobremesa, felizmente não têm bananas!
GPS à beira de um ataque de nervos
Navego em Barcelona relativamente bem, o que me permite ignorar alguns trajectos que me são sugeridos pelo GPS. Assim, sempre que opto seguir o meu sentido de orientação tenho constantemente o GPS a recalcular o trajecto. A voz da menina é invariavelmente "after 100 meters turn ...".
Hoje fui almoçar à marina olímpica e foram tantas as alterações sugeridas que após 20 minutos de condução a "menina perdeu o pio"... penso que ficou histérica, eu ficava!
Hoje fui almoçar à marina olímpica e foram tantas as alterações sugeridas que após 20 minutos de condução a "menina perdeu o pio"... penso que ficou histérica, eu ficava!
quarta-feira, julho 06, 2005
Ma cabro!
Alan e Louise estão casados há 30 anos. Agora que o Alan deixou de fumar, após 40 anos de vício, ambos usam pensos de nicotina...
Um cigarro para dois?
Um cigarro para dois?
Monty Phyton - 1st take
Caracassone; um músico toca uma Dilruba (guitarra indiana que se toca com arco) sentado no chão com as pernas dobradas a fazer colo ao instrumento. O cabelo entrelaçado cobre-lhe parte das costas na tradição jamaicana, embora ele seja europeu e caucasiano. As barbas massivas têm cuidados que há muito o cabelo dispensou. A música mantem-se monótona, como se lhe falhasse a recordação da próxima nota. É um momento Zen. Um traseunte, num acto de caridade, pega numa pedra da calçada e lança-a bem no meio da testa do músico. Este revira os olhos, solta um breve zunido, e mirando de frente o traseunte comenta: "Thanks for the pain, I see Good in all is splendor... in the stars!"
Que pedra... meu!
Que pedra... meu!
domingo, julho 03, 2005
Conversas improváveis
- Se fosses para uma ilha sózinho, o que levavas?
- Analgésicos, suporto tudo menos a dor. E tu, o que levavas?
- A felicidade, suporto tudo menos a angústia!
- ... e isso onde se vende?
- Analgésicos, suporto tudo menos a dor. E tu, o que levavas?
- A felicidade, suporto tudo menos a angústia!
- ... e isso onde se vende?
Conduzir conduzido
Há mais de dez anos uma amiga, engenheira geofísica, falou-me das maravilhas dos sistemas de informação geográfica. O corolário prendia-se, claro está, com a utilização do GPS (sistema de posicionamento global) para o controlo do tráfego. Outros tempos, as mesmas necessidades.
Faço o check-out e dirijo-me para o balcão da Europcar. A vantagem de chegar depois das 24h garante-me que as reservas de balcão esgotaram a classe de viaturas que eu alugara. Perfeito, agora iria viajar num Toyota diesel de 2 litros pelo preço de um Seat Ibiza. Bastava-me que o isqueiro funcionasse para carregar o GPS bluetooth e o Qtek S100, a surpresa viria com o facto do telemóvel encaixar na perfeição por cima do conta-rotações. De facto, num carro alugado este manómetro é dispensável...
Emparelhei ambos os equipamentos (é assim que se diz em bluetoothenês), GPS e telemóvel, e "abri"o software de navegação TomTom. Escolhi o destino, já que o ponto onde me encontrava foi escolhido automaticamente como origem. O cálculo do percurso ideal foi calculado em parcos segundos. Saí do mapa onde o trajecto ficara destacado e escolhi a navegação através do "navigator", um verdadeiro simulador a 3 dimensões. Para ser um jogo de computador só lhe falta o realismo do cenário, mas tudo o resto está lá. Fiz-me à estrada e na primeira rotunda do aeroporto ouço nitidamente a vir do telemóvel num inglês perfeito e feminino, "in two hundred meters roundabout second exit". Afinal não iria viajar só. A meio da viagem, e por mera distracção, saí no local errado. De imediato, nem 5 segundos, o trajecto foi recalculado e eu fui conduzido de novo à autoestrada. Se o Vasco da Gama sonhasse...
Ai do taxista que me enganar...
Faço o check-out e dirijo-me para o balcão da Europcar. A vantagem de chegar depois das 24h garante-me que as reservas de balcão esgotaram a classe de viaturas que eu alugara. Perfeito, agora iria viajar num Toyota diesel de 2 litros pelo preço de um Seat Ibiza. Bastava-me que o isqueiro funcionasse para carregar o GPS bluetooth e o Qtek S100, a surpresa viria com o facto do telemóvel encaixar na perfeição por cima do conta-rotações. De facto, num carro alugado este manómetro é dispensável...
Emparelhei ambos os equipamentos (é assim que se diz em bluetoothenês), GPS e telemóvel, e "abri"o software de navegação TomTom. Escolhi o destino, já que o ponto onde me encontrava foi escolhido automaticamente como origem. O cálculo do percurso ideal foi calculado em parcos segundos. Saí do mapa onde o trajecto ficara destacado e escolhi a navegação através do "navigator", um verdadeiro simulador a 3 dimensões. Para ser um jogo de computador só lhe falta o realismo do cenário, mas tudo o resto está lá. Fiz-me à estrada e na primeira rotunda do aeroporto ouço nitidamente a vir do telemóvel num inglês perfeito e feminino, "in two hundred meters roundabout second exit". Afinal não iria viajar só. A meio da viagem, e por mera distracção, saí no local errado. De imediato, nem 5 segundos, o trajecto foi recalculado e eu fui conduzido de novo à autoestrada. Se o Vasco da Gama sonhasse...
Ai do taxista que me enganar...
sábado, julho 02, 2005
Estrelato
Qual blogoesfera, blogómetro ou blogstar; só agora atingi o estrelato. Quem se pode gabar de ter um blog dedicado a si?
O FCP tem o emplastro e eu tenho um palhaço!
O FCP tem o emplastro e eu tenho um palhaço!
Conversas improváveis
sexta-feira, julho 01, 2005
Concurso, pós-graduação, mestrado, ...
Entrei por brincadeira no blogstars e parece que sou finalista. Aos que votaram em mim o meu obrigado, mas enganaram-se... está a concurso a Gotinha que merece muito mais votos do que eu, e digo-o na maior convicção! Tenho imensa pena que a São tenha sido preterida ("penso eu de que...") por ser demasiado arrojada para o perfil dos blogues a concurso, erro deles!
Tudo a votar na Gotinha; seria fantástico ver uma portuguesa ganhar um concurso brasileiro! Eu já votei, e tu?
Tudo a votar na Gotinha; seria fantástico ver uma portuguesa ganhar um concurso brasileiro! Eu já votei, e tu?
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