sábado, dezembro 13, 2003

Reflexões sobre um espelho

Num dia como o de hoje, olhar o mar faz-nos narcisos. Não pela história, não, mas pelo reflexo que ele nos dá, pela pouca nitidez que a ilusão do mar chão projecta de nós. Não nos conhecemos!
Poucos devem ser os povos com uma diáspora impulsiva, sem as batalhas que a simbolizem em sangue e em famílias. Vamos onde podemos ir, sem pensar, pelo desafio que esse sonho esconde. Foi assim e assim será , este é o nosso fado. E onde melhor nos acolhem ficamos em comunidade, sem pressas nem atropelos, a vingar um futuro melhor. Como pobres que somos sobra-nos a honra, e esta, nos dias que correm, é o tesouro perdido.
É um mar imenso o que nos separa, que o tempo saberá fazer esquecer, e que deixa aos que ficam a quimera de serem grandes. E neste sentir lamentamo-nos da sorte, pois se os filhos renegámos idolatramos os aliados com um servil pacóvio e tosco de quem pede desculpa por quem é. E da aurora ao entardecer, de janela em janela, de confissão em confissão, lá vamos cantando que tudo é mau, que nada presta, que não há solução.
Falta a Portugal um sorriso!

It's an injustice, oh yes, it is!

Somos um País de Calimeros...
Quem não se lembra dele?

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