A revolta foi muita; não se concebe a razão da violência, da indiferença, da dimensão apocalíptica da Natureza. Infelizmente, a reacção à tragédia foi também ela uma derrota.
Quando nos comparamos a outros fazemos de nós o padrão. Basta movermo-nos para levarmos connosco o centro do mundo. Este erro de referencial faz-nos acreditar que somos a razão de tudo e quebrar esta regra é admitir que não temos desígnio, que a Fé é inútil.
Acredito que não há verdades maiores do que outras, que a minha Fé é igual à dos Judeus, Muçulmanos e outras doutrinas, que todos fazemos parte de uma energia que não nunca saberemos explicar. Acredito ainda que essa energia se ajusta, que melhora quando nós nos transcendemos e que esse é o nosso propósito. O bem e o mal surgem assim como balizas da conduta, como opções do livre arbítrio.
Ter o destino predefinido seria um logro ao desígnio, seria admitir que o que fazemos é irrelevante. É esta incerteza que nos garante o desafio. O homem pode escolher e isso impede-o de desistir, e sempre que cai tem de se levantar mesmo que nada mais pareça fazer sentido. A natureza, essa, vai continuar a surpreender-nos para que não nos esqueçamos que somos parte dela e que na sua reorganização também nos temos de adaptar.
A Fé serve de roteiro, garante-nos que haverá sempre uma razão que ultrapassa a nossa dúvida. E de todos os credos anunciados não haverá um que dê a resposta pois a verdade ainda está para ser escrita ... é preciso ter Fé!
Não vivemos no Paraíso mas andamos lá perto ...
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