Desligou-lhe o telefone na cara. Seria a sexta vez no espaço de dez minutos. A incompreensão era total. Ele passara o fim-de-semana longe e o telefone ficara sem bateria. Agora, ela castigava-o. Nem lhe dera tempo para uma explicação; nada, estaria tudo dito. Não lhe interessava se ele a amava, se era dedicado, se lhe era fiel; a raiva era maior, sem nexo, impulsiva, irreverente, mas maior.
Pasmou e sorriu; afinal ela tinha ciúmes e não conseguia viver na incerteza; afinal ela amava-o e temia que tudo fosse uma aventura. Amanhã tudo se resolverá, pensou. Depois da tempestade virá a bonança e com ela as recordações do que os une. Depois disto tudo será mais forte; prevalece o essencial. Tudo dependeria dela; a felicidade é feminina ...
Uma mulher exasperada é duas vezes mais bela ...
Um equívoco à distância é duas vezes pior ...
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