Projecto: esta é uma história a várias mãos. Eu dou o ritmo mas os acordes são vossos. Continuem a história na lógica traçada. Boa escrita.
Índice: 1, 2, 3, 4, 5
Conduzia sem ver o que tinha à frente. O pensamento estava perdido naquela voz cujo corpo ainda não tomara forma. Algo o fez acordar e voltar à estrada que tinha como único objectivo conhecer aquela mulher.
O local tinha sido marcado por ela. Ele, que sempre se considerara um sedutor nato, um manipulador do mais hábil que há, deixara-se levar. Não sabia como. A situação tinha extrapolado os limites aconselháveis. A voz do corpo falava mais alto e as emoções obedeciam-lhe. Que era feito da razão? Desaparecera por completo.
Seguiu as indicações dadas. Desviou-se da estrada principal e infiltrou-se por um caminho estreito, que quase conhecia de cor apenas pela descrição feita e revista vezes sem conta.
Chegou. Parou. Hesitou antes de desligar o motor. Apesar de tudo aparentava uma calma absoluta, salvo as mãos molhadas que o traíam.
(Cereja em fondue de chocolate)
No quarto, o ambiente era agora irrespirável. Por momentos viu o seu reflexo no monitor. Aquele não seria ele mas sim o outro, não queria continuar a viver assim, pensou.
(João Mãos de Tesoura)
Há sempre um dia em que alguém nos supera em matéria de manipulação. À primeira vista, ele era um homem brilhante, engraçado e sedutor, assim pensavam as pessoas que o conheciam superficialmente. Gostava de ser desejado e fazia-se sempre esperar. Falava com cada pessoa como se fosse realmente importante e única no mundo. Depois, usava-as para fomentar o seu sucesso e a sua brilhante carreira. Gostava de ser admirado, quase venerado. Ele conseguia criar uma relação de quase dependência com as pessoas que passavam pelas suas mãos, ficavam à espera duma palavra de aprovação e sentiam-se rejeitadas com uma crítica apenas. Era cioso da sua aparência e andava sempre impecável. Menos naquela noite mas o motivo era forte...
(Jacky)
Sem comentários:
Enviar um comentário