Era uma vez um Silva que comprou um Cadilhe para fazer uma viagem num país onde queria confirmar o ambiente Constâncio. Na viagem cruzou-se com Jardins, Gonçalves e Albertos, flores raras e de cheiro intenso. Impossível parar, portanto! Depressa percebeu que o carro consumia demais e ao meter gasolina disse-lhe o moço; ”bela máquina, aposto que tem o leasing e o seguro em dia! Se a vender vai ver que se reforma!”; o esforçado gasolineiro tinha traços que lembravam um antigo presidente da câmara, mas qual? Depósito cheio, fez-se o pagamento com um cartão da CGD que apresenta agora por baixo do dístico da Visa os seguintes logos: BPN, BPP e tantos outros só legíveis por olhos jovens e munidos de boa lupa. Arrancou devagar na poupança exigida e bastaram-lhe umas centenas de metros para ser obrigado a parar. Não cometera infracção alguma, mas a mulher pedira-lhe para ir a um atelier de um jovem artista. Teixeira Pinto nunca foi homem de muitas palavras, essas deixava-as sempre para a mulher. A vida de hospedeira permitia-lhe maior desenvoltura. Silva, depois de ver a obra chegou a pensar sugerir-lhe o regresso à banca, mas como o faria se os caixas têm de ter menos de 30 anos e o homem não tem habilitações para mais. O telefonema foi providencial. Beleza tinha acabado de dar mais um prémio. Agora é curadora de boa fortuna, embora ninguém saiba bem onde está a fundação, qual o saldo da conta e que estratégia tem para os desejos do Champalimaud. “Maria, temos de ir indo pois a Leonor está atrapalhada! Querem que ela promova a diálise, vá-se lá saber porquê?”. Agora o arranque foi mais decidido; teria ainda de parar para falar com a Manuela, mas ninguém sabia onde estava! Mais uns dias desaparecida e lanço o alerta à protecção civil, pensou. A Maria é que não se incomodava nada com a situação, estava entretida com o cubo de rubik criado pelo Teixeira Pinto: 4 peças, 2 cores e, segundo ela, aparentemente impossível de resolver. Nisto alguém se atira para a frente do carro! O embate foi inevitável, a travagem durou mais de 20 metros. Um louco, só pode ser um louco, pensou a Maria.
(to be continued)
4 comentários:
Onde é que eu já ouvi isto!
Olá, João!
Excelente texto, com alguns traços de alguma ironia.
Um grande abraço!
Uma boa semana para ti!
mfc: numa televisão perto de ti? :)
a.j.faria: não há maneira de eu mudar... falo da ironia, claro! :)
Abraço
andreia bem preciso! :)
Beijos
Enviar um comentário