segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Valentim, Valentim aos molhos ...

Hoje, como num dia qualquer, li uma frase numa porta de casa de banho, local de profundos desabafos, lamúrias e insultos, com uma realidade bem actual: "Amo-te tanto, mas tanto, que me sinto mal quando estou com outra!" Não pude deixar de sorrir pela provocação, pelo espírito irreverente de uma verdade que ninguém se atreveria a confessar.
Vivemos tempos de partilha, de experimentação e fuga, sem compromissos, porque se Valentim era santo os seus seguidores são bem mais pagãos, não fosse assim e o ritual não se repetiria trocando os actores de papéis, haja conveniência, haja oportunidade.
E se há flor apropriada essa será a rosa comprada a meio da refeição entre o sorriso de um indiano e a hesitação de ambos, embrulhada em celofane para esconder o que a natureza já esbateu, e, como ela, também eles comemoram a beleza de um momento passado pois não há paixão que não esmoreça! E no agrado do momento ela dá-lhe a mão como se o toque das duas pudesse reavivar o calor de outros tempos; contudo, sorriem, olham-se olhos nos olhos; da mesa onde estou não vejo bem, será miragem ou inebriamento do vinho, não sei ... agora sim, sorriem e beijam-se! Reparam em mim, estou parado a mirá-los sem malícia e eles sorriem novamente a partilhar a alegria que lhes vai na alma! Olhei melhor; a manga da camisa dele estava ligeiramente salpicada com tinta da porta, mal se notava, nem ele dera por isso!


Faz um desejo ...

Este post foi feito de "rajada" em escrita ao desafio. O outro está bem melhor!

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