Sondagens: andaram muito perto da realidade.
Abstenção: a adesão dos portugueses foi inequívoca e demonstrou uma clara vontade de mudança.
Bloco de Esquerda: cresceu nos círculos com maior densidade populacional e com maior nível educacional. Propostas disruptivas, aliadas à desilusão da não renovação do partido comunista, fizeram crescer a sua base de apoio. Dificilmente ultrapassará este patamar num país bipolarizado. Terão mais vozes no parlamento, mas este crescimento acentuará as diferenças internas.
Partido Popular: a falta de lealdade no sucesso e insucesso do último governo (o mesmo não se poderá dizer com Durão Barroso) foi penalizada por um povo atento. Nem a proficiência de Paulo Portas, nem o desmérito de Santana, permitiram ao PP alargar a sua votação. Um partido que agora perde o leme e a força estratégica que tinha. Não há líder que o segure.
Partido Comunista: o carisma sempre foi importante e Jerónimo de Sousa soube capitalizar essa virtude. O partido é o mesmo, nada mudou, e na assembleia vão ter mais 2 assentos do que o PP devido ao Método de Hont. Tem no essencial a mesma base de apoio de sempre. A CGTP continuará a pesar mais do que o partido.
Partido Social Democrata: derrotado em todas as frentes. Histórico! Nunca um líder foi tão assanhado pelos seus pares, nunca uma campanha eleitoral foi tão mal conduzida. Inépcia total. Com o barco a afundar não larga a roda do leme; se não fizer um congresso extraordinário rapidamente ficará para a história, se o fizer e tiver sucesso poderá suceder a Cavaco Silva na pretensão às presidenciais. Se aí chegar, também aí será derrotado. Nem Santana nem Marques Mendes serão alternativas sólidas para o partido de Sá Carneiro. Há homens de calibre, mas terão coragem de enfrentar o covil?
Partido Socialista: nem o Durão Barroso teve tanta sorte com o Guterres. Estes tinham bagagem, linguagem política e visão para o País. Faltou ao primeiro carisma e oportunidade, e ao segundo capacidade de decisão. Sócrates é um mistério. Temo pela sua arrogância, bem distinta da de Cavaco Silva, pois resulta de insegurança. É o nosso primeiro-ministro; espero que escolha bem os seus pares e que encontre uma estratégia para Portugal. Que os excepcionais não recusem os desafios será um factor decisivo para a qualidade da governação. Não o esperam tempos fáceis, e as promessas que fez, os objectivos a que se propôs, poderão vir a ser o seu calvário se a conjuntura internacional não o ajudar. A maioria é uma responsabilização, não uma desculpa!
Presidente: o resultado eleitoral deu-lhe razão. De prudente a indeciso, vai acabar o mandato como clarividente; daqui a 4 anos saberemos se o epíteto ainda resistirá à gestão de Sócrates.
Portugal: continuamos pequenos mas agora com ambição, diz-se! Por mim vou continuar a trabalhar ...
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