sábado, fevereiro 05, 2005

Rich Girls

O négligé em seda cobria-lhe o corpo acentuando as formas. Anos de ginástica não se escondem, sobretudo a nu. Parecia sentada mas o corpo estava ligeiramente inclinado para a frente como se fosse cair a qualquer momento. O telemóvel escorregava-lhe agora lentamente da mão. Tentara falar com alguém mas não conseguira.

Uma vida de saltimbanca dera-lhe um invejável número de contactos. Era sempre assim; uma cidade e um ror de amigos pois nunca se rogara ao social. E se era divertida! Contassem sempre com ela e a sua alegria contagiaria o grupo. Contudo, nem sempre seria assim. O sucesso iria pregar-lhe uma partida no destino.

O telefone estaria sem tocar há mais de um dia, uma eternidade. A vida levou-a para longe de tudo e de todos, bastara-lhe a oportunidade e a ambição alimentada. Perdera o contacto com os afectos, hoje teria só encontros de ocasião, nada mais do que uma noite. Os amigos ficaram cada vez mais distantes na carteira e no social. Estaria a anos de distância da última tertúlia saudável, de um sorriso espontâneo só pela graça do momento ou calor do grupo.

Peguei-lhe no pulso. Pela temperatura estaria morta há duas horas. Olhei o telemóvel no chão. Peguei nele e verifiquei as últimas chamadas efectuadas. Todas com o mesmo nome, todas em vão. O Pai dela tinha morrido há 5 anos. Dele herdou a solidão ...


Diálogo: Só te consigo ver ... e eu também!

Com a emancipação das mulheres já era tempo de termos histórias de homens a darem o golpe do Baú ...


KARAOKE
(Rich Girls, Gwen Stefani)
A letra é fraquita mas a música e a dança ... forte, fortíssimo!

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