Este blogue anda cada vez mais lido e comentado. Tanto que os meus comentários devem ser alter-egos meus. Acho que o vou deixar em banho-maria. Talvez um dia alguém o reescreva melhor do que eu, pois não é para mim que escrevo, e embora esteja quase no meio milhão de visitas, a maioria vem aqui pelas fotos... enfim, cansei-me dele; não sou exacto, as mãos de tesoura estão a ficar ferrugentas e a blogoesfera está a ficar tão rica que me apetece ler outros e parar por aqui.
A todos os que por aqui passaram, mesmo que nunca cheguem a ler este post ou que não leiam português, fica a intenção: obrigado, este espaço foi uma extensão de mim!
Até um dia ou, como diria um conhecido meu, até ao além!
Uma foto do mar morto que está muito mais vivo do que isto! lol
E em jeito de despedida deixo-vos uma música que sempre adorei. E quanto ao fim; ok, ok, never say never!
Exacto
Não são permitidos animais: chatos, pessimistas, arrogantes, acéfalos ou outro tipo de parasitas...
segunda-feira, dezembro 15, 2008
That's all folks!
Passado
Memórias, por vezes fugazes, outras vezes bem presentes. É das segundas que vou falar porque já não me lembro das primeiras...
Nas memórias são as pessoas o que mais interessa. Lugares, cheiros, sons, luz, etc. servem para dar cor.
E o que retemos das memórias? Essencialmente as últimas impressões! Recordamos os momentos passados com as caras actuais, com as últimas atitudes percebidas. É como ver um filme a preto e branco com óculos tridimensionais. A distorção cria virtudes ou defeitos que só fazem sentido no presente.
Não importa como se nasce, mas sim como se morre. E enterram-nos todos os dias. O que nos vale é a nossa ressurreição, e essa só depende de nós! Regressamos a um mundo diferente, as mesmas memórias mas com novas interpretações.
Sete vidas fazem muitas memórias! Cats, um tema eterno.
Lurba, em novo destino!
Nas memórias são as pessoas o que mais interessa. Lugares, cheiros, sons, luz, etc. servem para dar cor.
E o que retemos das memórias? Essencialmente as últimas impressões! Recordamos os momentos passados com as caras actuais, com as últimas atitudes percebidas. É como ver um filme a preto e branco com óculos tridimensionais. A distorção cria virtudes ou defeitos que só fazem sentido no presente.
Não importa como se nasce, mas sim como se morre. E enterram-nos todos os dias. O que nos vale é a nossa ressurreição, e essa só depende de nós! Regressamos a um mundo diferente, as mesmas memórias mas com novas interpretações.
Sete vidas fazem muitas memórias! Cats, um tema eterno.
Lurba, em novo destino!
sábado, dezembro 13, 2008
Diferenças culturais
Ele: déspota!
Ela: não me dispo porque está muito frio!
Sete minutos para quebrar o gelo!
Quando só um sabe jogar xadrez...
Ela: não me dispo porque está muito frio!
Sete minutos para quebrar o gelo!
Quando só um sabe jogar xadrez...
quarta-feira, dezembro 10, 2008
Desencontros
Ter muitos telemóveis pode ser um problema.
Ele: (a receceber uma chamada com o telemóvel a ficar sem bateria): liga para o outro!
Ela: ok!
Ele: (nunca mais ouviu falar dela...)
Chamando o outro...
Sabias que estava a pensar em ti?
Acompanhar a foto com esta entrevista! Imperdível! Definição de corno! Encornado qualquer um pode ser, cornudo (corno) só é quem quer; vai lá, vai!
Ele: (a receceber uma chamada com o telemóvel a ficar sem bateria): liga para o outro!
Ela: ok!
Ele: (nunca mais ouviu falar dela...)
Chamando o outro...
Sabias que estava a pensar em ti?
Acompanhar a foto com esta entrevista! Imperdível! Definição de corno! Encornado qualquer um pode ser, cornudo (corno) só é quem quer; vai lá, vai!
terça-feira, dezembro 09, 2008
Fé
Quando nada mais chega, por desespero ou por ignorância, agarramo-nos às explicações disponíveis. Falo da fé que, para mim, é a total ausência de razão. Um aborígene da Austrália não questionará se um avião é um pássaro ou não, nem um muçulmano o seu direito às virgens.
Mas as questões de fé afastam mais do que aproximam, pois não tiram dúvidas, amenizam-nas, e criam entre diferentes verdades inconciliáveis.
Na profissão, na amizade e no amor a fé pode ser uma fatalidade. Contudo, não há nada que não se resolva com informação fiável, num mundo onde se especula cada vez mais!
Nem com fé lá vais! Seria preciso um milagre...
Mas as questões de fé afastam mais do que aproximam, pois não tiram dúvidas, amenizam-nas, e criam entre diferentes verdades inconciliáveis.
Na profissão, na amizade e no amor a fé pode ser uma fatalidade. Contudo, não há nada que não se resolva com informação fiável, num mundo onde se especula cada vez mais!
Nem com fé lá vais! Seria preciso um milagre...
quinta-feira, dezembro 04, 2008
De coração
Mais vale uma amizade colorida do que um relacionamento decorado...
Falas muito mas não me enganas!
P.S. Comentem a expressão. Não me crucifiquem; não é autobiográfica, resulta só de observações.
Falas muito mas não me enganas!
P.S. Comentem a expressão. Não me crucifiquem; não é autobiográfica, resulta só de observações.
quarta-feira, dezembro 03, 2008
IGNORARE
Algo de belo, magnífico, só ao alcande dos maiores foi possível neste fim-de-semana. Terra e Lua estavam alinhados com Vénus e Marte. É bom saber que estamos todos no mesmo plano... explicações haverá muitas, o mundo gira e as interpretações também!
São estes momentos de contemplação que me fazem compreender que por mais explicações que inventem eu serei sempre ignorante e... feliz por isso mesmo!
Uma foto do outro lado do mundo... o mesmo!
P.S. Para acompanhar uma foto destas é necessário tempo, contemplação e procurar o simples... o óbvio! Só temos certezas do que nos está próximo, o resto é tão incerto como o velho Céu que temos para observar!
São estes momentos de contemplação que me fazem compreender que por mais explicações que inventem eu serei sempre ignorante e... feliz por isso mesmo!
Uma foto do outro lado do mundo... o mesmo!
P.S. Para acompanhar uma foto destas é necessário tempo, contemplação e procurar o simples... o óbvio! Só temos certezas do que nos está próximo, o resto é tão incerto como o velho Céu que temos para observar!
terça-feira, dezembro 02, 2008
Doces com virtuais
- De que tipo de mulher gostas?
- Bem; boa mãe de família, companheira, amiga, leal, ...
- És religioso?
- Porquê?
- Gostas de santas!
Doce conventual: juntar dois dedos de inteligência, três colheres de beleza, ...
Não sei se é santa, mas eu sou crente!
- Bem; boa mãe de família, companheira, amiga, leal, ...
- És religioso?
- Porquê?
- Gostas de santas!
Doce conventual: juntar dois dedos de inteligência, três colheres de beleza, ...
Não sei se é santa, mas eu sou crente!
quinta-feira, novembro 27, 2008
Bruxedo
Ele: tio,tá chateado?
Eu: é a crise!
Ele: a crise vem da Europa?
Eu: mais ou menos...
Ele: a capital da Europa é Bruxelas?
Eu: mais ou menos...
Ele: então Bruxelas é a cidade das bruxas?
Eu: (silêncio... o meu sobrinho é um génio)
Olhem as bruxinhas...
Eu: é a crise!
Ele: a crise vem da Europa?
Eu: mais ou menos...
Ele: a capital da Europa é Bruxelas?
Eu: mais ou menos...
Ele: então Bruxelas é a cidade das bruxas?
Eu: (silêncio... o meu sobrinho é um génio)
Olhem as bruxinhas...
Requiem
Trimmmmm.... o som estridente do novo telemóvel era insuportável. Porra, não basta dormir mal... “Sim, quem é que me acorda nesta manhã de merda?” - Bela noitada, sim senhor, e por sinal está sol! - “Porra, quem fala?” - Não reconheces o teu irmão? Temos de andar à porrada como antigamente, assim não te esqueces! - “Ó fedelho, respeitinho pela vantagem que a idade ainda me dá, porque com a merda que bebes deves estar uma carcaça por dentro. Mas porque telefonas?” - Para te avisar do teu funeral, está tudo à volta do caixão e só faltas tu! - “Bolas, tens razão, agora compreendo porque dormi vestido de preto e acordei sem o fato engelhado” - Vou mandar-te buscar! – “Com o meu peso que sejam 4 de porte, pois não quero andar aos safanões” – A Servilusa trabalha com seis, cobram-se mais! – “Promete-me uma coisa!” – Pede. – “Abre o caixão antes de me cremarem, guarda o relógio para ti mas deixa-me ir com os sapatos”- Cremado? – “Sim, com aquele creme desidratante que me vai deixar como novo” - E isso interessa? - “Claro, ainda tenho esperanças com a viúva!”- Ela virá? – “Certamente, ela adora enterros.” - E trará os filhos? - “Só se for por causa da carteira, esconde-ma no bolso de trás” - Eles vão sentir a tua falta... Trimmmmmm... “Quem é que me acorda a meio do meu funeral?” - Bela noitada, sim senhor, e por sinal está sol! Vamos à praia? – “Eu ía, mas juro-te que já ouvi essa frase e não acredito que um morto possa apanhar sol!”
A praia está cheia de zombies...
Para levar mais a sério este tema, acompanhe o canapé com este excelente champanhe crystal!
A praia está cheia de zombies...
Para levar mais a sério este tema, acompanhe o canapé com este excelente champanhe crystal!
terça-feira, novembro 25, 2008
Rendas sem fim
Um homem de nome providencial, Rendeiro, prometeu muitos rendimentos para algumas fortunas, como se estas precisassem. Dizia ele que o seu banco, o Banco Privado Português, era um pequeno banco sem retalho (sem balcões para movimentos de particulares indiferenciados - mass market - gajos sem cheta) e que oferecia aos seus clientes (gajos com fortunas recentes, herdadas, "roubadas", etc. - clientes private) aplicações financeiras com grande retorno. Gosto deste banco! Faz a gestão de fortunas prometendo, através da aplicação destes capitais, juros muito simpáticos quando comparados com a inflacção ou qualquer outro indicador.
Acontece que temos poucas fortunas, logo muitas delas devem estar neste banco. Acontece, ainda, que Rendeiro tem rendido pouco; i.e. apostou tão mal as economias dos seus clientes que tem agora um buraco de 750 milhões de euros. De forma cândida e desprendida, foi pedi-los ao Estado por saber que este vai disponibilizar 20 biliões de euros para problemas de crédito mal parado (leia-se, em movimento acelerado dos clientes tesos para os bancos em desespero). Não foi só, levou acólitos (leia-se clientes) que tinham interesses em jogo. Contudo, o buraco não se deve a mau crédito, mas a má gestão.
Pergunta: haverá banco mais democrático? Um banco onde se destroem fortunas? E ainda por cima privado? Com um banqueiro chamado Rendeiro? Ah! "Ganda" Rendeiro!
Hood, Robin Hood!
Não me confunda com o Sr. Oliveira e Costa, o meu buraco é maior!
Todos os funerais têm direito a um requiem, Another way to die!
Acontece que temos poucas fortunas, logo muitas delas devem estar neste banco. Acontece, ainda, que Rendeiro tem rendido pouco; i.e. apostou tão mal as economias dos seus clientes que tem agora um buraco de 750 milhões de euros. De forma cândida e desprendida, foi pedi-los ao Estado por saber que este vai disponibilizar 20 biliões de euros para problemas de crédito mal parado (leia-se, em movimento acelerado dos clientes tesos para os bancos em desespero). Não foi só, levou acólitos (leia-se clientes) que tinham interesses em jogo. Contudo, o buraco não se deve a mau crédito, mas a má gestão.
Pergunta: haverá banco mais democrático? Um banco onde se destroem fortunas? E ainda por cima privado? Com um banqueiro chamado Rendeiro? Ah! "Ganda" Rendeiro!
Hood, Robin Hood!
Não me confunda com o Sr. Oliveira e Costa, o meu buraco é maior!
Todos os funerais têm direito a um requiem, Another way to die!
Funk the house
Um programa para usarem quando quiserem entreter os vossos pais!
Não se esqueçam da bola de espelhos e das luzes psicadélicas.
Depois, fujam! Podem contar com um dia de avanço! LOL
Sugarhill Gang- Rapper's Delight
Let's Groove - Earth wind and fire
Just an illusion - Imagination
We Are Family - Sister Sledge
Le Freak - Chic
Bad girls - Donna Summer
I will survive - Gloria Gaynor
YMCA
Anita Ward - Ring My Bell
Bee Gees , too much heaven
When You're In Love With A Beautiful Woman
Blondie - Heart of Glass
Nunca olhem para trás. Não iriam recuperar das figuras ridículas...
(pior, só os ranchos folclóricos...)
Não se esqueçam da bola de espelhos e das luzes psicadélicas.
Depois, fujam! Podem contar com um dia de avanço! LOL
Sugarhill Gang- Rapper's Delight
Let's Groove - Earth wind and fire
Just an illusion - Imagination
We Are Family - Sister Sledge
Le Freak - Chic
Bad girls - Donna Summer
I will survive - Gloria Gaynor
YMCA
Anita Ward - Ring My Bell
Bee Gees , too much heaven
When You're In Love With A Beautiful Woman
Blondie - Heart of Glass
Nunca olhem para trás. Não iriam recuperar das figuras ridículas...
(pior, só os ranchos folclóricos...)
quarta-feira, novembro 19, 2008
Diário de um louco (2)
Estou cansado de jogos, de bluffs ou de mãos fortes; do vamos viver o momento e logo se vê. As adversidades da vida melhoraram-me a inteligência emocional, não tanto no campo do sofrimento, mas no da decisão. Se sinto que me posso envolver emocionalmente e que a probabilidade de retorno é baixa... saio de mansinho. Esta não é uma vivência de sempre, é a aprendizagem que se faz com algumas cicatrizes desnecessárias. Ok, não sou um predador, mas sei que nem todas as mulheres dão para amigas, amantes ou companheiras. Há-as de todos os tipos, mais por força das circunstâncias do que por opções de vida, eu é que não posso ficar no meio do fogo cruzado. Nisto, sou objector de consciência...
Onde há escolha, há sofrimento...
Uma música para esquecer este post... lol!
Onde há escolha, há sofrimento...
Uma música para esquecer este post... lol!
segunda-feira, novembro 17, 2008
Trava línguas
Ele: querida, comigo vais ao Céu!
Ela: a mentira tem perna curta...
Por menos do que isto invadi o Iraque!
Ela: a mentira tem perna curta...
Por menos do que isto invadi o Iraque!
domingo, novembro 16, 2008
Diário de um louco (1)
Não me peçam para entender as mulheres, é esforço inglório! Tenho a virtude de as fazer aproximar e afastar, de me fazer aproximar e afastar. Como posso conhecê-las?
Gosto de conquistar e de ser conquistado. Serei exigente, serão elas?
Da curta análise, simples e fácil, concluo: frio, mau feitio, indisponibilidade constante, entre outras virtudes menores que fazem de mim um ser irresistível! Mas pior, muito pior, sou fiel. Devia ter nascido cão, mantinha as qualidade mas rangia os dentes!
Larga o saco!
Acompanhar a imagem com este espírito!
Gosto de conquistar e de ser conquistado. Serei exigente, serão elas?
Da curta análise, simples e fácil, concluo: frio, mau feitio, indisponibilidade constante, entre outras virtudes menores que fazem de mim um ser irresistível! Mas pior, muito pior, sou fiel. Devia ter nascido cão, mantinha as qualidade mas rangia os dentes!
Larga o saco!
Acompanhar a imagem com este espírito!
quarta-feira, novembro 12, 2008
Surdo-mudo
Explicar o inexplicável é uma arte milenar. Para tanto basta a fé. Mas se outros apóstolos, igualmente esclarecidos, confrontarem o acossado com a evidência dos factos, então estamos perante um linchamento público onde a vítima masoquista traz as pedras e razões para que as usem.
Victor Constâncio deu uma péssima ideia de si; bom homem, espírito de funcionário (leia-se obediente), com memória fraca e movimentos em slow-motion (desde o cerrar as sobrancelhas, bocejar ou bufar), respondeu sempre ao que não lhe foi perguntado, auto elogiou-se quando não estava a ser ouvido, enfim, o homem sofre de Alzheimer mas está a fazer tempo para a reforma... só ele acredita que o sol roda à volta da terra, nem a mulher o acompanha nesta tintura capilar, mas também ela está a fazer tempo para a reforma dele.
E assim roda o mundo, com espectadores expectantes, uns, e expectorantes todos os outros, pois não há gripe que não traga revolta!
Concluindo: Victor Constâncio é radioamador e confessou perante ilustres magistrados eleitos pelo povo que, por mais voltas que dê às frequências, só ouve estática!
Para a tosse do dia-a-dia...
Acompanhar este post com esta música.
Victor Constâncio deu uma péssima ideia de si; bom homem, espírito de funcionário (leia-se obediente), com memória fraca e movimentos em slow-motion (desde o cerrar as sobrancelhas, bocejar ou bufar), respondeu sempre ao que não lhe foi perguntado, auto elogiou-se quando não estava a ser ouvido, enfim, o homem sofre de Alzheimer mas está a fazer tempo para a reforma... só ele acredita que o sol roda à volta da terra, nem a mulher o acompanha nesta tintura capilar, mas também ela está a fazer tempo para a reforma dele.
E assim roda o mundo, com espectadores expectantes, uns, e expectorantes todos os outros, pois não há gripe que não traga revolta!
Concluindo: Victor Constâncio é radioamador e confessou perante ilustres magistrados eleitos pelo povo que, por mais voltas que dê às frequências, só ouve estática!
Para a tosse do dia-a-dia...
Acompanhar este post com esta música.
sexta-feira, novembro 07, 2008
Luxos, uma novela asiática
Era uma vez um Silva que comprou um Cadilhe para fazer uma viagem num país onde queria confirmar o ambiente Constâncio. Na viagem cruzou-se com Jardins, Gonçalves e Albertos, flores raras e de cheiro intenso. Impossível parar, portanto! Depressa percebeu que o carro consumia demais e ao meter gasolina disse-lhe o moço; ”bela máquina, aposto que tem o leasing e o seguro em dia! Se a vender vai ver que se reforma!”; o esforçado gasolineiro tinha traços que lembravam um antigo presidente da câmara, mas qual? Depósito cheio, fez-se o pagamento com um cartão da CGD que apresenta agora por baixo do dístico da Visa os seguintes logos: BPN, BPP e tantos outros só legíveis por olhos jovens e munidos de boa lupa. Arrancou devagar na poupança exigida e bastaram-lhe umas centenas de metros para ser obrigado a parar. Não cometera infracção alguma, mas a mulher pedira-lhe para ir a um atelier de um jovem artista. Teixeira Pinto nunca foi homem de muitas palavras, essas deixava-as sempre para a mulher. A vida de hospedeira permitia-lhe maior desenvoltura. Silva, depois de ver a obra chegou a pensar sugerir-lhe o regresso à banca, mas como o faria se os caixas têm de ter menos de 30 anos e o homem não tem habilitações para mais. O telefonema foi providencial. Beleza tinha acabado de dar mais um prémio. Agora é curadora de boa fortuna, embora ninguém saiba bem onde está a fundação, qual o saldo da conta e que estratégia tem para os desejos do Champalimaud. “Maria, temos de ir indo pois a Leonor está atrapalhada! Querem que ela promova a diálise, vá-se lá saber porquê?”. Agora o arranque foi mais decidido; teria ainda de parar para falar com a Manuela, mas ninguém sabia onde estava! Mais uns dias desaparecida e lanço o alerta à protecção civil, pensou. A Maria é que não se incomodava nada com a situação, estava entretida com o cubo de rubik criado pelo Teixeira Pinto: 4 peças, 2 cores e, segundo ela, aparentemente impossível de resolver. Nisto alguém se atira para a frente do carro! O embate foi inevitável, a travagem durou mais de 20 metros. Um louco, só pode ser um louco, pensou a Maria.
(to be continued)
(to be continued)
Geração rasca
Cada vez me convenço mais que a geração que fez a revolução é a verdadeira geração rasca. Não se confunda o leitor que aqui não mora nenhum saudosismo pelo Estado Novo, bem pelo contrário! Estado de favores e monopólios num império decrépito onde os continentais eram os piores; os que menos faziam, os que menos sabiam, os que para escapar à fome se sujeitavam ao que hoje criticamos nos brasileiros, ucranianos, romenos e outros sacrificados pela fantástica globalização.
Voltemos à geração rasca. Fizeram uma revolução à pressa num país em que bastava um sopro para se desmoronarem as frágeis realidades, como aliás se viu. Não estruturaram nada, nem pensaram no futuro. E assim vivemos durante 30 anos com novos favores que depressa se apressaram, por incompetência própria, a recuperar os velhos senhores. E neste bailado, onde os chamados retornados nos vieram ensinar a necessidade do pequeno empreendedorismo, envelheceu toda a geração da revolução. Não nos bastou o PREC; é hoje que o imposto revolucionário é devido e ele aí está, declarado, com juros, nos ordenados extraordinários de gente tão vulgar, nas indemnizações compensatórias de outros que de tão fantásticos deram às empresas muito sucesso... pessoal. Vivemos num país sem vergonha, onde uma geração rasca ensina às outras que nem tudo tem um preço, que os ideais eram devaneios próprios de uma juventude sonhadora e que agora é tempo de colheita. E que ninguém vá preso, pois se de cadeia se falar será só da união que alguns fizeram à volta do capital de outros.
Geração rasca, esta que nos deixa um mundo mais doente, mais dividido, mais extremado, mais inseguro! O que eles se esquecem é que a natureza reage sempre, sempre, essa é a única certeza que podemos ter. Como reagirá, fica a dúvida...
Yes I can!
Isto não é prosa, é um estado de... sítio!
Voltemos à geração rasca. Fizeram uma revolução à pressa num país em que bastava um sopro para se desmoronarem as frágeis realidades, como aliás se viu. Não estruturaram nada, nem pensaram no futuro. E assim vivemos durante 30 anos com novos favores que depressa se apressaram, por incompetência própria, a recuperar os velhos senhores. E neste bailado, onde os chamados retornados nos vieram ensinar a necessidade do pequeno empreendedorismo, envelheceu toda a geração da revolução. Não nos bastou o PREC; é hoje que o imposto revolucionário é devido e ele aí está, declarado, com juros, nos ordenados extraordinários de gente tão vulgar, nas indemnizações compensatórias de outros que de tão fantásticos deram às empresas muito sucesso... pessoal. Vivemos num país sem vergonha, onde uma geração rasca ensina às outras que nem tudo tem um preço, que os ideais eram devaneios próprios de uma juventude sonhadora e que agora é tempo de colheita. E que ninguém vá preso, pois se de cadeia se falar será só da união que alguns fizeram à volta do capital de outros.
Geração rasca, esta que nos deixa um mundo mais doente, mais dividido, mais extremado, mais inseguro! O que eles se esquecem é que a natureza reage sempre, sempre, essa é a única certeza que podemos ter. Como reagirá, fica a dúvida...
Yes I can!
Isto não é prosa, é um estado de... sítio!
terça-feira, novembro 04, 2008
Piadinha
As listas de espera nos hospitais do Reino Unido são bem piores do que as portuguesas. Sugiro como campanha:
"No more waiting lists, be patient!" (1)
"Be patient! ... ok, ok, you already are!"
PATIENT
noun
1. a person who is under medical care or treatment.
2. a person or thing that undergoes some action.
3. Archaic. a sufferer or victim.
adjective
4. bearing provocation, annoyance, misfortune, delay, hardship, pain, etc., with fortitude and calm and without complaint, anger, or the like.
5. characterized by or expressing such a quality: a patient smile.
6. quietly and steadily persevering or diligent, esp. in detail or exactness: a patient worker.
7. undergoing the action of another (opposed to agent).
(1) Porque não sei se todos apanharam o trocadilho entre "paciência" e "doente", deixo uma leitura possível: "Fim às listas de espera, continue doente!"
"No more waiting lists, be patient!" (1)
"Be patient! ... ok, ok, you already are!"
PATIENT
noun
1. a person who is under medical care or treatment.
2. a person or thing that undergoes some action.
3. Archaic. a sufferer or victim.
adjective
4. bearing provocation, annoyance, misfortune, delay, hardship, pain, etc., with fortitude and calm and without complaint, anger, or the like.
5. characterized by or expressing such a quality: a patient smile.
6. quietly and steadily persevering or diligent, esp. in detail or exactness: a patient worker.
7. undergoing the action of another (opposed to agent).
(1) Porque não sei se todos apanharam o trocadilho entre "paciência" e "doente", deixo uma leitura possível: "Fim às listas de espera, continue doente!"
domingo, novembro 02, 2008
Estória de embalar...
Imagina que tens 100 euros e que não precisas deles. Uma ficção, portanto. Vais ao banco depositá-los pois acreditas que é a melhor forma de os remunerar, podendo dispor deles de forma imediata sempre que o desejares. Isto é, emprestas esse dinheiro ao banco e este paga-te um juro ridículo... não vás tu levantar o teu dinheiro amanhã.
Depois, o mesmo banco vai emprestar o teu dinheiro a outro gajo a um juro muito mais alto pois precisa de “ganhar o dele”. Contudo, não pode pedir ao gajo o dinheiro todo a meio do processo, estando obrigado a cumprir o contrato. Mas, como não é parvo, vai fazer-se pagar primeiro dos juros e só no final recupera o capital; isto é, o gajo vai pagar no início mais juros do que capital amortizado. Assim, se o gajo quiser transferir o crédito para outra instituição de crédito o banco já “ganhou o dele”. E tudo deve correr bem, pois o departamento de crédito analisou o risco do cliente. Ele só precisa dos 100 euros para comprar um coelho especial; é suposto que este se reproduza e que da prole faça negócio.
O banco, para parecer seguro, pede a uma empresa que o avalie. A empresa de ratting vai ao banco, faz as suas análises, publica os resultados e é paga... pelo banco. Nem mais, na banca trabalha-se por objectivos, nas empresas de ratting também e ninguém gosta de perder clientes, “you know what I mean...”
Mas o grande problema é que os teus 100 euros não chegam para os empréstimos que o banco concede. Há mais um cliente a precisar de 50 euros. Assim, o teu banco vai pedir a um banco estrangeiro este dinheiro; sim, porque os bancos portugueses para cada euro depositado emprestam um euro e meio. Claro que o banco estrangeiro vai querer ser remunerado pelos 50 euros e, assim, cobra juros ao banco português.
O banco estrangeiro também empresta mais do que tem o que o obriga a pedir um empréstimo a um banco maior para cobrir os seus créditos. E assim sucessivamente até chegarmos a Deus, isto é, ao concílio dos Deuses, ao final da cadeia, aos bancos para os quais já não há outros que lhes emprestem dinheiro. Sim, entre eles estava o Lehman Brothers. Pois bem, o Olimpo empresta dinheiro a outros bancos, a grandes empresas e, imagine-se, até a países.
Os Estados, pessoas de bem, aplicam impostos menores à banca pois é um negócio de risco, percebe-se porquê.
Alerta! O coelho morreu!
O gajo deixou de pagar juros ao banco pois não consegue vender coelhos. O teu banco não vai deixar de pagar os teus juros ridículos, não vás tu levantar os teus preciosos 100 euros que ele entretanto já emprestou ao criador de coelhos. Mas como não recebe os juros do gajo, opta por não pagar ao banco que lhe emprestou 50 euros.
Alerta! É uma epidemia. Os coelhos estão a morrer em todo o lado.
O banco estrangeiro “está agarrado”. O teu banco não lhe pagou nem os gajos que lhe pediram dinheiro para a criação de coelhos. Também ele não vai pagar aos bancos que lhe emprestaram dinheiro. E assim sucessivamente até chegarmos ao Olimpo. Um dos deuses em agonia pediu ajuda, mas um dos seus clientes negou-lha e ele faliu. E assim ficaram os irmãos Lehman, falidos, o que não é saudável para os judeus. O cliente americano acreditava que o problema era pontual; afinal o mercado livre tinha de funcionar, as empresas de ratting asseguravam que o mercado estava bem; isto é, que a qualidade do crédito era boa...
Contudo a confusão foi geral. Grande parte dos criadores de coelhos estavam falidos e os seus bancos iam pelo mesmo caminho.
Em desespero de causa o teu banco precisava de uma solução. Mas qual? Precisava de comprar algo que se valorizasse rapidamente, em que a procura fosse maior do que a oferta, um bem escasso. Perfeito, começaram a comprar produtos derivados indexados ao petróleo. Mas o que é um derivado? Como o próprio nome diz ele deriva de outros produtos financeiros. É um produto para especuladores; de facto, e de forma simples, duas pessoas apostam em sentido oposto relatiavamente ao valor futuro de um bem. É, assim, um jogo de soma nula; um perde e o outro ganha. (ainda bem que escrevo anónimo, pois o tema é complexo e não se reduz ao que escrevi... os puristas devem estar a ferver!)
Os produtores de petróleo viram repentinamente a procura a subir de forma assustadora o que levou o preço do petróleo a valores nunca vistos. O teu banco acreditava que podia comprar parte da produção de hoje (que é vendida a 6 meses de distância) e vendê-la daqui a uns tempos com ganhos que cobrissem o prejuízo provocado pelo criador de coelhos. Desespero, a quanto obrigas...
Entretanto, os Estados, num acto altruísta, emprestaram dinheiro dos teus impostos para que os bancos não se afundassem com os criadores de coelhos.
Por agora tudo bem. Estamos numa crise controlada. Em 2009 o teu banco vai ter de exercer os futuros (um tipo de produtos derivados) que tem indexadas ao petróleo que, ao que tudo indica, valerá muito menos do que eles esperavam que valesse nessa data. Assim, os bancos não só perderam dinheiro com os criadores de coelhos como vão perder dinheiro com o petróleo.
Quem lhes emprestará dinheiro nessa altura? Os produtores de petróleo? Pois é, vamos assistir em 2008 e 2009 à transferência da propriedade dos bancos para outros bancos e, essencialmente, para fundos soberanos de países produtores de petróleo – Noruega, Emiratos Árabes Unidos – ou com excesso de liquidez – China. Ainda vamos acabar a pagar os nossos juros... nas lojas dos 300!
O que é certo é ninguém sabe qual vai ser a dimensão da crise em 2009, mas adivinho que seja muito pior do que a de 2008. Recessão dixit!
Conclusão: inventámos países para nos darem o que não tínhamos ou para fazerem o que não queríamos fazer, e eles vão emprestar-nos dinheiro para que continuemos a fazê-lo. Não vivemos na sociedade da informação mas sim na da especulação, o modelo não é o do capital mas sim o do vício. “Estamos todos agarrados”!
Qual é a tua broca?
Dólares meu, dão cá uma moca!
Nota: comentários a este post devem ser acompanhados de receita médica...
Depois, o mesmo banco vai emprestar o teu dinheiro a outro gajo a um juro muito mais alto pois precisa de “ganhar o dele”. Contudo, não pode pedir ao gajo o dinheiro todo a meio do processo, estando obrigado a cumprir o contrato. Mas, como não é parvo, vai fazer-se pagar primeiro dos juros e só no final recupera o capital; isto é, o gajo vai pagar no início mais juros do que capital amortizado. Assim, se o gajo quiser transferir o crédito para outra instituição de crédito o banco já “ganhou o dele”. E tudo deve correr bem, pois o departamento de crédito analisou o risco do cliente. Ele só precisa dos 100 euros para comprar um coelho especial; é suposto que este se reproduza e que da prole faça negócio.
O banco, para parecer seguro, pede a uma empresa que o avalie. A empresa de ratting vai ao banco, faz as suas análises, publica os resultados e é paga... pelo banco. Nem mais, na banca trabalha-se por objectivos, nas empresas de ratting também e ninguém gosta de perder clientes, “you know what I mean...”
Mas o grande problema é que os teus 100 euros não chegam para os empréstimos que o banco concede. Há mais um cliente a precisar de 50 euros. Assim, o teu banco vai pedir a um banco estrangeiro este dinheiro; sim, porque os bancos portugueses para cada euro depositado emprestam um euro e meio. Claro que o banco estrangeiro vai querer ser remunerado pelos 50 euros e, assim, cobra juros ao banco português.
O banco estrangeiro também empresta mais do que tem o que o obriga a pedir um empréstimo a um banco maior para cobrir os seus créditos. E assim sucessivamente até chegarmos a Deus, isto é, ao concílio dos Deuses, ao final da cadeia, aos bancos para os quais já não há outros que lhes emprestem dinheiro. Sim, entre eles estava o Lehman Brothers. Pois bem, o Olimpo empresta dinheiro a outros bancos, a grandes empresas e, imagine-se, até a países.
Os Estados, pessoas de bem, aplicam impostos menores à banca pois é um negócio de risco, percebe-se porquê.
Alerta! O coelho morreu!
O gajo deixou de pagar juros ao banco pois não consegue vender coelhos. O teu banco não vai deixar de pagar os teus juros ridículos, não vás tu levantar os teus preciosos 100 euros que ele entretanto já emprestou ao criador de coelhos. Mas como não recebe os juros do gajo, opta por não pagar ao banco que lhe emprestou 50 euros.
Alerta! É uma epidemia. Os coelhos estão a morrer em todo o lado.
O banco estrangeiro “está agarrado”. O teu banco não lhe pagou nem os gajos que lhe pediram dinheiro para a criação de coelhos. Também ele não vai pagar aos bancos que lhe emprestaram dinheiro. E assim sucessivamente até chegarmos ao Olimpo. Um dos deuses em agonia pediu ajuda, mas um dos seus clientes negou-lha e ele faliu. E assim ficaram os irmãos Lehman, falidos, o que não é saudável para os judeus. O cliente americano acreditava que o problema era pontual; afinal o mercado livre tinha de funcionar, as empresas de ratting asseguravam que o mercado estava bem; isto é, que a qualidade do crédito era boa...
Contudo a confusão foi geral. Grande parte dos criadores de coelhos estavam falidos e os seus bancos iam pelo mesmo caminho.
Em desespero de causa o teu banco precisava de uma solução. Mas qual? Precisava de comprar algo que se valorizasse rapidamente, em que a procura fosse maior do que a oferta, um bem escasso. Perfeito, começaram a comprar produtos derivados indexados ao petróleo. Mas o que é um derivado? Como o próprio nome diz ele deriva de outros produtos financeiros. É um produto para especuladores; de facto, e de forma simples, duas pessoas apostam em sentido oposto relatiavamente ao valor futuro de um bem. É, assim, um jogo de soma nula; um perde e o outro ganha. (ainda bem que escrevo anónimo, pois o tema é complexo e não se reduz ao que escrevi... os puristas devem estar a ferver!)
Os produtores de petróleo viram repentinamente a procura a subir de forma assustadora o que levou o preço do petróleo a valores nunca vistos. O teu banco acreditava que podia comprar parte da produção de hoje (que é vendida a 6 meses de distância) e vendê-la daqui a uns tempos com ganhos que cobrissem o prejuízo provocado pelo criador de coelhos. Desespero, a quanto obrigas...
Entretanto, os Estados, num acto altruísta, emprestaram dinheiro dos teus impostos para que os bancos não se afundassem com os criadores de coelhos.
Por agora tudo bem. Estamos numa crise controlada. Em 2009 o teu banco vai ter de exercer os futuros (um tipo de produtos derivados) que tem indexadas ao petróleo que, ao que tudo indica, valerá muito menos do que eles esperavam que valesse nessa data. Assim, os bancos não só perderam dinheiro com os criadores de coelhos como vão perder dinheiro com o petróleo.
Quem lhes emprestará dinheiro nessa altura? Os produtores de petróleo? Pois é, vamos assistir em 2008 e 2009 à transferência da propriedade dos bancos para outros bancos e, essencialmente, para fundos soberanos de países produtores de petróleo – Noruega, Emiratos Árabes Unidos – ou com excesso de liquidez – China. Ainda vamos acabar a pagar os nossos juros... nas lojas dos 300!
O que é certo é ninguém sabe qual vai ser a dimensão da crise em 2009, mas adivinho que seja muito pior do que a de 2008. Recessão dixit!
Conclusão: inventámos países para nos darem o que não tínhamos ou para fazerem o que não queríamos fazer, e eles vão emprestar-nos dinheiro para que continuemos a fazê-lo. Não vivemos na sociedade da informação mas sim na da especulação, o modelo não é o do capital mas sim o do vício. “Estamos todos agarrados”!
Qual é a tua broca?
Dólares meu, dão cá uma moca!
Nota: comentários a este post devem ser acompanhados de receita médica...
quinta-feira, outubro 30, 2008
Allo, allo?
Era uma vez um estúpido que conduzia estupidamente depressa. Numa das estúpidas curvas sem protecção para motociclistas, furou estupidamente o pneu da frente e, na sua estupidez, nada o preocupou para além do estúpido momento, “seria o fim?", como era estúpido...
Recuperado do acidente, onde estupidamente não se aleijou em proporção ao feito, telefona à estúpida namorada num engano próprio de um estúpido embezerrado; ela estupidamente não atendeu, pensava ser mais um dos telefonemas estúpidos com que ambos se brindavam. A estupidez é cega e ele insistiu. O SMS não podia ser mais estúpido, “acidente grave, telefona!”; se tivesse sido grave teria sido outro a escrever a mensagem por compaixão pela estupidez alheia... e assim ficou, sem resposta, estúpido com a realidade! Depois veio a infinita estupidez; ela deixou-o a apodrecer nos dias estúpidos que teve de passar no hospital. Estupidamente nunca mais a viu; afinal há histórias estúpidas com um final feliz!
you stupid woman!
Acompanhar esta estória com esta personagem! Reparem no final onde aparece um guardanapo com o galo de Barcelos... é caso para dizer, que grande galo! Se quiserem ver a cadeia deste emigrante de sucesso, venham aqui! E que não vos dê fome...
Recuperado do acidente, onde estupidamente não se aleijou em proporção ao feito, telefona à estúpida namorada num engano próprio de um estúpido embezerrado; ela estupidamente não atendeu, pensava ser mais um dos telefonemas estúpidos com que ambos se brindavam. A estupidez é cega e ele insistiu. O SMS não podia ser mais estúpido, “acidente grave, telefona!”; se tivesse sido grave teria sido outro a escrever a mensagem por compaixão pela estupidez alheia... e assim ficou, sem resposta, estúpido com a realidade! Depois veio a infinita estupidez; ela deixou-o a apodrecer nos dias estúpidos que teve de passar no hospital. Estupidamente nunca mais a viu; afinal há histórias estúpidas com um final feliz!
you stupid woman!
Acompanhar esta estória com esta personagem! Reparem no final onde aparece um guardanapo com o galo de Barcelos... é caso para dizer, que grande galo! Se quiserem ver a cadeia deste emigrante de sucesso, venham aqui! E que não vos dê fome...
quarta-feira, outubro 15, 2008
Crise imobiliária
Cedo esquina no Instituto Superior Técnico. Parqueamento gratuito a partir das 20h; carro inspeccionado há 3 anos com 5 assoalhas, duas à frente e 3 atrás, e possibilidade de rebater bancos para criar novos espaços; os vidros embaciam com alguma facilidade garantindo a maior privacidade... só faltam pagar 15 meses de leasing; zona calma e segura onde os carros circulam mais devagar do que as transeuntes; vizinhança amigável pois insistem em pagar para nos conhecer; contabilista, advogado, médico, farmacêutico e bancário entre os vizinhos. Ambiente multicultural onde poderá confraternizar com portuguesas, romenas, brasileiras e outras nacionalidades. Esquina muito procurada, com página na web em portal gratuito e com telemóvel próprio... não necessita de plafond, só recebe chamadas! Trespasso espaço por preço a negociar; não aceito trocas por esquinas em S. Bento porque tenho asma...
Em tudo, até nisto, só a classe alta não se ressente...
Em tudo, até nisto, só a classe alta não se ressente...
domingo, outubro 12, 2008
Flash
Deito-me, deitas-te, deitam-se,
sim, conheço-te há muito, muito pouco,
a ti, às outras, aos outros em ti, de ti;
viro-me, esqueço-te, esquecem-me,
na brevidade de palavras por dizer,
em conquistas sem sangue nem dor,
em verdades simples, tão simples
que tememos complicá-las; deito-me
e no alcance das mãos tenho-me a mim,
no silêncio do eu, daquilo que não dou
nem quero, naquilo que não sou nem posso;
olho as mãos por outras mãos tocadas
em viagens cúmplices e comprometidas,
algumas, outras de enganos pensados ou
inconscientes; deitas-te, procuras-me
e nas minhas mãos não sentes, não,
o sol e o vento que as moldaram,
o verde e o azul que por elas correram,
por elas, as mãos, as outras, tão breves
como as tuas de outros em ti...
Imagem, estava à mão na net, mas não é a minha!
sim, conheço-te há muito, muito pouco,
a ti, às outras, aos outros em ti, de ti;
viro-me, esqueço-te, esquecem-me,
na brevidade de palavras por dizer,
em conquistas sem sangue nem dor,
em verdades simples, tão simples
que tememos complicá-las; deito-me
e no alcance das mãos tenho-me a mim,
no silêncio do eu, daquilo que não dou
nem quero, naquilo que não sou nem posso;
olho as mãos por outras mãos tocadas
em viagens cúmplices e comprometidas,
algumas, outras de enganos pensados ou
inconscientes; deitas-te, procuras-me
e nas minhas mãos não sentes, não,
o sol e o vento que as moldaram,
o verde e o azul que por elas correram,
por elas, as mãos, as outras, tão breves
como as tuas de outros em ti...
Imagem, estava à mão na net, mas não é a minha!
quarta-feira, setembro 24, 2008
Embacio
"Eu escravo do trabalho liberto-me com o Amor!" Nada mais, nada menos, uma folha branca amarrotada em cima da minha secretária, num canto o batom ainda quente de alguém que não se fez esperar. Sento-me e sorrio, no recorte do candeeiro pequeno que me alumia o escritório pude reler mais uma vez a provocação. Verdade, pensei, trabalho demais... mas, quem será? Levanto-me e vou ao corredor que se perdia na luz que logo ali terminava. Não resisti, o perfume fez-me avançar para o desconhecido.
Um jogo, um desafio, um logro, uma piada, estaria disposto ao preço anunciado.
Avancei sem receio com um sorriso meio parvo numa cara marcada pela rotina e algumas provações. Um gesto, sim, sem dúvida, seria um gesto, fugidio, mas um gesto que se perdera no virar do corredor. Acelerei na esperança de não perder o encontro. Agora o peso das minhas passadas faziam-se notar naquele soalho gasto por tantos trabalhos, tempos e contratempos. Contornei o corredor. Um lenço... hahahahaha! Não resisti, soltei uma gargalhada farta, cheia, como um miúdo surpreso com o novo brinquedo. Num movimento lento, numa rotação perfeita, dobro-me para o agarrar. Encosto-o à minha face e retorno à vertical sem o tirar da cara. Inebriado, completamente, com todos os sentidos a despertarem. O que era curiosidade agora era desejo, sim, aventura. Abri a porta que assoma à rua e avistei um carro que acendia os faróis. Arrancou de mansinho e, sem pressas, deu a volta para passar perto de mim. Os vidros embaciados por alguém que fizera espera não denunciavam o condutor. Cabelos longos, sim, soltos na aragem que o ar-condicionado proporciona. Acompanhei-a em passos largos à medida que o carro se afastava. Distinguia agora distintamente um desenho numa das janelas, algo onde um dedo atrevido resolveu provocar. Ao meio um oito deitado, sinal de infinito, rodeado das impressões das suas mãos, como se o quisesse segurar... parei, olhei para a chave do escritório e lancei-a o mais longe que consegui! Haveria de conhecê-la, o infinito é uma eternidade.
Acompanhar o texto com esta música!
Um jogo, um desafio, um logro, uma piada, estaria disposto ao preço anunciado.
Avancei sem receio com um sorriso meio parvo numa cara marcada pela rotina e algumas provações. Um gesto, sim, sem dúvida, seria um gesto, fugidio, mas um gesto que se perdera no virar do corredor. Acelerei na esperança de não perder o encontro. Agora o peso das minhas passadas faziam-se notar naquele soalho gasto por tantos trabalhos, tempos e contratempos. Contornei o corredor. Um lenço... hahahahaha! Não resisti, soltei uma gargalhada farta, cheia, como um miúdo surpreso com o novo brinquedo. Num movimento lento, numa rotação perfeita, dobro-me para o agarrar. Encosto-o à minha face e retorno à vertical sem o tirar da cara. Inebriado, completamente, com todos os sentidos a despertarem. O que era curiosidade agora era desejo, sim, aventura. Abri a porta que assoma à rua e avistei um carro que acendia os faróis. Arrancou de mansinho e, sem pressas, deu a volta para passar perto de mim. Os vidros embaciados por alguém que fizera espera não denunciavam o condutor. Cabelos longos, sim, soltos na aragem que o ar-condicionado proporciona. Acompanhei-a em passos largos à medida que o carro se afastava. Distinguia agora distintamente um desenho numa das janelas, algo onde um dedo atrevido resolveu provocar. Ao meio um oito deitado, sinal de infinito, rodeado das impressões das suas mãos, como se o quisesse segurar... parei, olhei para a chave do escritório e lancei-a o mais longe que consegui! Haveria de conhecê-la, o infinito é uma eternidade.
Acompanhar o texto com esta música!
segunda-feira, setembro 22, 2008
Surpresa
Há muito que não dormia assim. Hibernara, nada que me fizesse mal, mas a estonteante dor de cabeça não passava. Sim, que isto de dormir demais traz mais mazelas do que sorrisos. Enfim, acordei, dizia. Primeiro foram os pés, esses ficam sempre de fora. De fora do lençol, do colchão, das boxers... de fora de mim! Preciso olhá-los para ver até onde vou. Imenso, sou imenso, e no entanto eles estavam mesmo ali, frios, enregelados, à espera de caminho que os aqueça! Que se lixe, pensei, eu ainda não acordei, e retornei ao sonho que não estava a ter mas que desejava. Mar, barco, um colchão de napa branco sobre o convés, e entre mim e o sol só o ar quente e húmido da Tailândia. Tá tá rá tá tá! Entreabri um olho e disparei, "querem ver que a guerra me veio recrutar?". O despertador tocou com todos os pulmões que um relógio de pulso almeja. Desisto, pensei, antes um duche frio. Levantei-me e num passo mecânico dirigi-me para a casa de banho. As primeiras gotas não fizeram mossa, nem as senti. Claro, ainda não tinha aberto a torneira, mas sonhava com banho! Num raro momento de clarividência optei pelo "inharro", ficaria porco. Regressei ao quarto, vesti o traje da véspera com algum nojo e muita pressa e fiz-me à rua. Os pés, esses, agradeceram. Depois foi caminhar contra a luz da manhã, penoso, sem óculos, no lusco-fusco que os meus olhos semi-serrados me ofereciam. Entrei no café e sentei-me. No meu melhor português - sim, porque de manhã torno-me disléxico - disparo: uma bica curta e um pastel de nata. O empregado, embasbacado, retorquiu: sorry sir? Are you feeling well? Porra, estava há um dia em Londres e nem me lembrava!
Num desafio da minha amiga Cáu, escrevi este post de rompante.
Devia escrever sobre a surpresa... era lá eu capaz de recusar! :)
Acompanhar a Surpresa com outra, um remix de uma música com 24 anos!
Num desafio da minha amiga Cáu, escrevi este post de rompante.
Devia escrever sobre a surpresa... era lá eu capaz de recusar! :)
Acompanhar a Surpresa com outra, um remix de uma música com 24 anos!
domingo, setembro 21, 2008
sexta-feira, setembro 19, 2008
Ser Veja
Ele: hoje tive de enviar dezenas de emails!
Ela: mas porque demoraste tanto?!
Ele: a minha secretária demora muito tempo a colar os selos...
Se faltar a saliva, beber uma Guinness...
Ela: mas porque demoraste tanto?!
Ele: a minha secretária demora muito tempo a colar os selos...
Se faltar a saliva, beber uma Guinness...
segunda-feira, setembro 15, 2008
Mad ON(nã...)
Caro demais, curto demais, longe demais, vip demais, mau demais! Som de menos, entusiasmo de menos, bebidas de menos, revivalismo de menos, encore de menos, demasiado de menos!
Concertos para mais de 20 mil pessoas deviam ter vários tipos de bilhetes; os mais baratos ficavam-se pelo DVD e a mim bastava-me um...
Páro a imagem e vou buscar um gin tónico...
Concertos para mais de 20 mil pessoas deviam ter vários tipos de bilhetes; os mais baratos ficavam-se pelo DVD e a mim bastava-me um...
Páro a imagem e vou buscar um gin tónico...
segunda-feira, setembro 08, 2008
Tubo de ensaio
Vou ser breve, brevemente, com a brevidade que a circunstância circunstanciou. Fiz uma observação, observada, e observadamente observei algo fugaz, fugidio, de fugida. Quis fazer uma lei, leiloada, em leilões de regras e pressupostos, supostamente, de supostos factos. Fiz análises, "analisadamente", e nada resultou para além do resultado incerto, certamente, que queria certo e seguro. Peguei no coração, corei, coradamente e deitei-o fora. Afinal não era o meu, seu, em mim!
Na rádio passava uma música quase em surdina...
Olha esta... a fazer-se ao tubo de ensaio!
P.S. É desta que sou banido da blogoesfera... e agora vou viver de quê?
Na rádio passava uma música quase em surdina...
Olha esta... a fazer-se ao tubo de ensaio!
P.S. É desta que sou banido da blogoesfera... e agora vou viver de quê?
terça-feira, setembro 02, 2008
Mensagens do além
Sonhadora, aluada?
Ah! nem a imagino
a escrever assim de assentada;
tece no avesso do dito
o discurso de amada,
e se da corda fez arame,
da ferida faz loucura;
chama-lhe mito, procura,
curiosidade madura,
como se no ritmo da verdade
fosse sentir... saudade!
Ah! nem a imagino
a escrever, seria maçada...
Ah! nem a imagino
a escrever assim de assentada;
tece no avesso do dito
o discurso de amada,
e se da corda fez arame,
da ferida faz loucura;
chama-lhe mito, procura,
curiosidade madura,
como se no ritmo da verdade
fosse sentir... saudade!
Ah! nem a imagino
a escrever, seria maçada...
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